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“Os Sertões”, considerado o livro mais famoso de Euclides da Cunha, resultou da série de reportagens que o autor acabou escrevendo para o Jornal O Estado de São Paulo, pois havia trabalhado como correspondente do jornal na histórica Guerra dos Canudos, ocorrida nos anos de 1896 e 1897. Euclides da Cunha foi professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, mas foi como escritor que ele ficou conhecido nacional e internacionalmente, graças a essa obra.
Primeira edição da obra, de 1902.
Considerada uma das obras-primas da literatura brasileira, Os Sertões, publicada em 1902, apresenta não só um completo relato da Campanha de Canudos, mas apresenta ainda um admirável estudo da terra e do homem do sertão nordestino, das condições de vida do sertanejo, da sua resistência e capacidade, de acordo com a visão de Euclides da Cunha. A rebelião dos moradores do Povoado de Canudos, localizado no sertão da Bahia, pode ser entendida como um movimento:
- A) de rebelião dos sertanejos e fanáticos liderados pelo padre Cícero, que enfrentou as tropas dos governos estaduais e federal
- B) que, apesar de ameaçarem o poder republicano que se consolidava, os rebelados de Canudos não manifestavam crenças religiosas
- C) de resistência da população sertaneja e oprimida, seja contra o poder dos latifundiários, seja contra as ações repressivas do governo
- D) de rebelião dos fanáticos religiosos liderados por Antônio Conselheiro, que defendia alianças com os grandes fazendeiros da região baiana
Resposta:
A alternativa correta é letra C) de resistência da população sertaneja e oprimida, seja contra o poder dos latifundiários, seja contra as ações repressivas do governo
Gabarito: Letra C
De resistência da população sertaneja e oprimida, seja contra o poder dos latifundiários, seja contra as ações repressivas do governo.
Euclides da Cunha retratou em seu livro "Os Sertões" a Guerra de Canudos, ocorrida entre novembro de 1896 e outubro de 1897. Essa guerra teria sido provocada pelo próprio governo (estadual e federal) que via em Canudos uma ameaça já que a comunidade vivia segundo leis próprias.
A comunidade de Canudos, pelo seu crescimento e organização acabou assustando as elites baianas e os governos estaduais e federal que passaram a combate-la sob a justificativa de que a comunidade era fanática religiosa e monarquista, ameaçando a República, quando na verdade, não passava de uma sociedade alternativa que oportunizava a seu povoado a paz e a justiça que o Estado Republicano não se preocupou em oferecer.
De caráter messiânico a revolta tinha como liderança Antônio Conselheiro, líder da comunidade criada às margens do Rio Vaza-Barris, chamada por Conselheiro de Belo Monte.
Publicado em 1902, o livro teve grande repercussão, tornando- se um clássico e consagrando o seu autor como um dos mais importantes ensaístas brasileiros.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: de rebelião dos sertanejos e fanáticos liderados pelo padre Cícero, que enfrentou as tropas dos governos estaduais e federal região baiana.
A revolta de Canudos foi liderada por Antônio Conselheiro e não por padre Cícero. Além disso, não foi uma rebelião de sertanejos fanáticos, chamá-los de fanáticos foi a forma que o governo encontrou de desmerecer a comunidade e poder legitimar, perante a sociedade, o ataque a mesma.
Letra B: que, apesar de ameaçarem o poder republicano que se consolidava, os rebelados de Canudos não manifestavam crenças religiosas.
Os rebelados de Canudos manifestavam sim crenças religiosas e não ameaçavam o poder republicano que se consolidava, apesar dessa ter sido uma das maneiras que o governo encontrou para deslegitimar a comunidade e legitimar, perante a sociedade, o ataque a mesma.
Letra D: de rebelião dos fanáticos religiosos liderados por Antônio Conselheiro, que defendia alianças com os grandes fazendeiros da região baiana.
A revolta de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro, não foi uma rebelião de sertanejos fanáticos, chamá-los de fanáticos foi a forma que o governo encontrou de desmerecer a comunidade e poder legitimar, perante a sociedade, o ataque a mesma. Além disso, essa comunidade não defendia alianças com grandes fazendeiros da região baiana, sendo até mesmo perseguida por tais fazendeiros.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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