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Texto I


A atuação de Antônio Conselheiro como líder religioso também foi extremamente importante e responsável por atrair milhares de pessoas à procura do beato, e isso fez de Canudos um centro de romaria. Canudos não era um arraial com estilo de vida igualitário, mas, nas palavras das historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, tratava-se “de uma experiência social e política distinta daquela do governo central republicano”.

 

(SCHWARCZ, 2015.)

 

Texto II


Os episódios de perseguição policial contra o monge José Maria foram motivados pelo temor da concentração de gente pobre do campo. As autoridades locais e estaduais, em sua maioria grandes fazendeiros e oficiais da Guarda Nacional, sentiam que tinham como missão subjugar os sertanejos que não se submetiam mais aos seus respectivos coronéis.


(MACHADO, 2012.)


Os fragmentos de texto referem-se a dois movimentos sociais da República Brasileira que, além de guardarem semelhanças pelo messianismo que os caracteriza, foram considerados também:

Resposta:

A alternativa correta é letra B) No contexto em que ocorreram, ameaças à ordem vigente e, principalmente, ao novo modelo político que se instalara.

Gabarito: Letra B

 

No contexto em que ocorreram, ameaças à ordem vigente e, principalmente, ao novo modelo político que se instalara.

 

Tanto o Arraial de Canudos quanto o movimento do Contestado foram considerados ameaças à recém-instalada República devido à organização interna dessas comunidades que seguiam normas próprias.

Em Canudos, batizada de Belo Monte por Antônio Conselheiro, líder religioso da comunidade, havia a intenção de formação de uma “cidade santa”, que era regida por um sistema comunitário onde todo resultado do trabalho da comunidade era repartido e o excedente era vendido ou trocado com povoados vizinhos, não havia cobrança de impostos e havia regras morais a serem seguidas, tal qual a proibição de bebidas alcóolicas e da prostituição.

Já no Contestado, os sertanejos começaram a se organizar sob a liderança do “monge” João Maria e após a sua morte assumiu a liderança outro monge que ficou conhecido como José Maria. Sob a liderança desde último foram reunidos mais de 20 mil sertanejos e com eles foi fundada a chamada “Monarquia Celeste”. Com governo próprio e normas igualitárias e a comunidade divergia das ordens das autoridades da República.

Por sua estruturação e pelas críticas que os líderes religiosos dos dois movimentos tinham em relação à República, tanto a comunidade de Canudos quanto a do Contestado foram considerados inimigos da República e atacados pelas forças locais (especialmente dos coronéis) e governamentais (estadual e federal).

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Cada um a seu modo, experiências anarcossindicalistas, embora estivessem fora do contexto urbano-industrial.

 

Nem a Guerra de Canudos nem a Guerra do Contestado podem ser considerados movimentos anarcossindicalistas, pois foram movimentos protagonizados por sertanejos e líderes religiosos sem qualquer influência de uma ideologia anarquista (que só no início do século XX ganhariam a cena brasileira a partir da influência de imigrantes e das lutas operárias) ou sindical.

 


Letra C: Uma revolução cultural, pelo teor de ideias e hábitos liberais, antidemocráticos e antimonarquistas que preconizavam.

 

Nem a Guerra de Canudos nem a Guerra do Contestado podem ser considerados liberais e antimonarquistas, pois foram movimentos protagonizados por sertanejos que viviam em um sistema comunitário e líderes religiosos que tinham críticas à República (por considerarem que só a Monarquia era legítima perante a Deus).


Letra D: Uma mudança de paradigma, pois, a partir daí, oficializava-se a preponderância da Igreja Católica no cenário político nacional.

 

Nem a Guerra de Canudos nem a Guerra do Contestado oficializaram a preponderância da Igreja Católica no cenário político nacional. Primeiro porque não tinham forças para isso. Em segundo lugar, não eram legitimados pela Igreja, pois esta instituição não desejava dividir fiéis com os líderes desses movimentos.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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