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(URCA/2019.1) “Alguém que circulasse pelas ruas do Rio de Janeiro no último quartel do século passado não precisaria ser um arguto observador para perceber que um dos mais graves problemas assolavam a cidade na ocasião era o da insalubridade. Centro nervoso do país, o Rio de Janeiro desfrutava à época da condição privilegiada de capital comercial, financeira, política, administrativa e cultural do Brasil. Esta condição, entretanto, se assegurava, por um lado, o direito da cidade proclamar-se vitrina das virtudes nacionais, impunha-lhe, por outro, o epíteto de um dos maiores focos de epidemias do mundo. Na primeira metade dos anos 1890, num cômputo com outros dezenove centros urbanos, o Rio de Janeiro ocupava a incômoda posição de sétima cidade mais insalubre.”

 

(PECHMAN, Sérgio e FRITSCH, Lilian. A Reforma Urbana e o seu avesso: Algumas considerações a propósito da modernização do Distrito Federal na virada do Século. Revista Brasileira de História, S. Paulo, v. 5, n° 8q9, p. 140, set.1984/abr. 1985).

 

Considerando o texto acima e os seus conhecimentos sobre as doenças e as reformas urbanas, o controle social e as disputas de poder no Brasil e na Europa do final do século XIX, assinale a alternativa correta:

Resposta:

A alternativa correta é letra C) Algumas enfermidades que grassavam na Europa, como o tifo e a tuberculose, elegiam como alvo os organismos mais debilitados pelas más condições de trabalho e moradia, enquanto, no Brasil, doenças como a cólera não escolhiam suas vítimas, atacando, também, os setores sociais da elite, exigindo maior atenção da administração pública;

Gabarito: Letra C

 

(Algumas enfermidades que grassavam na Europa, como o tifo e a tuberculose, elegiam como alvo os organismos mais debilitados pelas más condições de trabalho e moradia, enquanto, no Brasil, doenças como a cólera não escolhiam suas vítimas, atacando, também, os setores sociais da elite, exigindo maior atenção da administração pública;)

  

Trata-se de uma questão específica, construída a partir do texto-base intitulado "A Reforma Urbana e o seu avesso: Algumas considerações a propósito da modernização do Distrito Federal na virada do Século."

 

De acordo com os autores, algumas doenças que predominaram na Europa, como o tifo e a tuberculose tinham como alvos principais, os organismos mais debilitados em função das más condições de trabalho e moradia, sobretudo, em uma época de intensa industrialização e urbanização.

 

No Brasil, doenças como a cólera não tinham alvos específicos, atacando as classes mais pobres e as mais ricas. Quando atacavam os setores sociais da elite, a administração pública redobrava a sua atenção.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Doenças como a febre amarela e a varíola, entre outras enfermidades que matavam os habitantes do Rio de Janeiro do final do século passado, reduziram sua capacidade de ceifar vidas com o advento da República, pois já na primeira década do novo regime estas doenças tinham sido controladas;

 

Na primeira década do novo regime, doenças como febre amarela e a varíola matavam os habitantes do Rio de Janeiro em grande quantidade. Só começaram a ser erradicadas a partir da modernização sanitária empreendida por Oswaldo Cruz.

 

Letra B: O adensamento populacional e a aglomeração humana geravam como subproduto as enfermidades de massa e as epidemias no Rio de Janeiro, o que não ocorria em outros centros do País, visto que os demais núcleos urbanos seguiam um lento crescimento, ao contrário do Distrito Federal;

 

Toda cidade que ingressava na modernidade e passava pelo processo de urbanização estava sujeita às moléstias e enfermidades. O Rio de Janeiro não foi o único centro urbano do país a sofrer com epidemias. São Paulo e Santos também passaram por um período em que apresentavam altos índices de doenças.

 

Letra D: A higienização das cidades da época exigia a adoção de medidas amplas em seu tecido urbanístico, no entanto, para dar cabo das epidemias era suficiente apenas o uso dos conhecimentos dos médicos sanitaristas, o que dispensava os conhecimentos de outros profissionais;

 

A higienização das cidades dos séculos XIX e XX exigiu a adoção de medidas amplas que envolveram conhecimentos dos médicos sanitaristas, de urbanistas e engenheiros. Não bastava sanear a cidade. Era preciso alterar o espaço urbano sob novas formas de organização.

 

Letra E: O debate sobre a urbanização se esgotava nas opções apresentadas pelos princípios do capitalismo liberal, uma vez que os valores do socialismo foram suplantados à época pelos liberais ortodoxos com a Proclamação da República.

 

Os debates sobre a urbanização eram travados pelos defensores do capitalismo, como os liberais progressistas e os ortodoxos e pelos opositores do capitalismo, como os socialistas e os anarquistas. Portanto, as discussões não se esgotavam nas opções apresentadas pelos princípios do capitalismo liberal.

  

Referências:

:

BENCHIMOL, Jaime Larry. "Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro". In: DELGADO, Lucília de Almeida Neves e FERREIRA, Jorge (Orgs.) O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930 – Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

 

PECHMAN, Sérgio e FRITSCH, Lilian. “A Reforma Urbana e o seu avesso: Algumas considerações a propósito da modernização do Distrito Federal na virada do Século”. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 5, n° 8 e 9, set.1984/abr. 1985.

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