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Após o golpe militar de 1964, o Brasil teve cinco governos durante o regime militar que perdurou até a metade da década de 80.


Analise as afirmações a seguir sobre esse período da História brasileira, considerado tão difícil e tão conflituoso.


l Um dos principais problemas do período foi a censura, perseguição, prisão e desapare- cimento de pessoas que faziam oposição ao regime.


ll Apesar da falta de democracia, em todo o período a inflação foi controlada, a dívida ex- terna foi paga e as desigualdades sociais diminuíram.


lll Para os militares e vários setores do empresariado e das elites políticas civis, o golpe era uma necessidade para evitar que o Brasil se tornasse um regime comunista.


lV A transição para a democracia foi rápida, depois do fracasso econômico do governo de Geisel e de sua renúncia, que encerrou o período militar.

 

Todas as afirmações corretas estão em:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) l - lll

 

GabaritoLetra D

 

As proposições corretas são l e lll

 

Vamos analisar proposição por proposição:

 

l Um dos principais problemas do período foi a censura, perseguição, prisão e desaparecimento de pessoas que faziam oposição ao regime. (CORRETA)

 

Uma das características mais forte dos governos militares foi o autoritarismo. Por meio dele, o Estado se mostrou indisposto para dialogar com os diversos setores da sociedade.

 

Assim, nos governos militares, essa indisposição ao diálogo se apresentou na forma dos chamados Atos Institucionais (Ais), que foram restringindo as liberdades democráticas, impondo censura aos meios de comunicação (rádio, televisão, jornais e revistas), cassando mandados e exilando opositores do regime. Muitos brasileiros que se opunham ao regime ditatorial foram perseguidos, exilados, presos, torturados ou mortos (muitos desaparecidos até hoje, outros encontrados posteriormente) pelos órgãos de repressão política a serviço do governo.

 

ll Apesar da falta de democracia, em todo o período a inflação foi controlada, a dívida ex- terna foi paga e as desigualdades sociais diminuíram (FALSA)

 

O período ditatorial é formado por 5 governos: Castelo Branco (1964-1967), Costa e Silva (1967-1969), Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985). Ao considerar o período como um todo podemos dizer que é falsa a afirmação de que durante a ditadura a inflação foi controlada, a dívida externa foi paga e as desigualdades sociais diminuíram. Durante o período ditatorial houve momentos de inflação alta, de aumento da dívida externa e de aumento das desigualdades sociais.

 

No governo Castelo Branco, a política econômica teve como uma das principais propostas o combate à inflação mediante favorecimento do capital estrangeiro, restrições ao crédito e redução do salário dos trabalhadores. Durante esse período os trabalhadores ainda perderam o direito a estabilidade no emprego e foram reprimidos em sua tentativa de protestos. Como resultado da política econômica assumida, a inflação recuou, mas as falências e desempregos aumentaram.

 

No governo Costa e Silva, ao lado da repressão, o governo buscou mudar a política econômica, em vista da insatisfação da sociedade com a recessão, incentivando o crescimento com base no desenvolvimento industrial. Com isso, o governo militar começou a apresentar bons índices de desenvolvimento econômico.

 

O governo Médici foi beneficiado com empréstimos externos, realizando grandes investimentos. Durante esse período, chamado de “milagre econômico”, a concentração de renda no país se intensificou, expondo claramente as desigualdades sociais da época. O próprio presidente Médici teria admitido o lado desfavorável do “milagre brasileiro” ao afirmar: “A economia vai bem, mas o povo vai mal”.

 

Quando Geisel foi eleito a economia brasileira estava no auge. Porém, já estava em curso a crise do petróleo que atingiu o país em cheio. Atingido pela crise, o governo teve de enfrentar inflação e dívida externa crescentes.

 

Durante o governo Figueiredo a grave crise não tinha uma resposta à altura por parte do governo, que não conseguia elaborar uma política econômica efetiva. Com isso, a inflação aumentava a cada ano, chegando a 110% em 1980 e a 200% em 1983. Sem capacidade de exportação, sem fontes de financiamento e incapaz de competir com outros países, no início dos anos 1980, a economia brasileira entrou em colapso.

  

lll Para os militares e vários setores do empresariado e das elites políticas civis, o golpe era uma necessidade para evitar que o Brasil se tornasse um regime comunista. (CORRETA)

 

O golpe militar, empresarial e civil, dado entre 31 de março e 1º de abril de 1964 por lideranças militares, empresariais e civis foi justificado por esse grupo como necessário para evitar que o comunismo se instalasse no país, contudo, os verdadeiro interesse por de trás do golpe era impedir avanços sociais, expresso nas reformas de base, vistos como ameaça por esses setores. Tanto que, num primeiro momento, o projeto foi retirar do cenário político não apenas comunistas mas também trabalhistas.

 

lV A transição para a democracia foi rápida, depois do fracasso econômico do governo de Geisel e de sua renúncia, que encerrou o período militar. (FALSA)

 

A transição da ditadura para a democracia não ocorreu de forma rápida e nem houve renúncia de Geisel, que permaneceu no poder até ser substituído por outro militar eleito por eleição indireta: João Figueiredo, indicado por Geisel para sucedê-lo.

 

Em 1974, o general Ernesto Geisel foi indicado pelo alto comando militar para assumir a presidência e, eleito pelo Colégio Eleitoral, assumiu a presidência em março de 1974. A escolha não foi casual, os militares sabiam que o regime autoritário não podia permanecer por tempo indefinido. Optaram assim por um general do grupo militar considerado “moderado”, que começou o governo com números positivos na área econômica e com os movimentos de esquerda derrotados. Poucos meses após assumir a presidência, Geisel acenou com a liberalização do regime, referindo-se a uma “abertura lenta, gradual e segura”

 

A “abertura” visava constitucionalizar o regime militar, mas não estabelecer o regime democrático. No novo regime, não teriam vez os líderes trabalhistas, os partidos políticos de esquerda e as instituições anteriores a 1964. Haveria um novo ordenamento jurídico elaborado pelo governo com leis que garantissem a ordem democrática.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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