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“O Milagre Brasileiro e os Anos de Chumbo foram simultâneos. Ambos reais, coexistiram negando-se. Passados mais de trinta anos, continuam negando-se. Quem acha que houve um, não acredita (ou não gosta de admitir) que houve o outro”.

(GASPARI, Elio. A Ditadura Escancarada. São Paulo: Cia das Letras, 2002).

“Em entrevista exclusiva à CNN nesta quinta-feira (7), a secretária de Cultura, Regina Duarte, minimizou a ditadura afirmando que ‘sempre houve tortura e que não quer arrastar um cemitério’. Após a fala, Regina Duarte desconversou sobre o tema, cantando trecho do jingle da Copa de 1970″.

(CNN Brasil. Regina Duarte minimiza ditadura e interrompe entrevista à CNN. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/regina-duarte-minimiza-ditadura-e-interrompe-entrevista-a-cnn-veja-integra/. Acesso em: 17 out. 2021. (Fragmento de texto)

Os textos acima revelam um conflito de pontos de vista sobre um período específico do regime militar brasileiro, em que coincidem resultados econômicos positivos, nacionalismo entusiástico com o futebol, o início da transmissão da TV em cores, maior restrição de direitos políticos e repressão policial marcada pela vigilância ostensiva, tortura e execuções de investigados. São marcos históricos que inauguram e encerram o período em questão:

Resposta:

A alternativa correta é letra C) a instauração do Ato Institucional no. 5 (1968) e o extermínio da Guerrilha do Araguaia (1974).

Gabarito: Letra C

 

A instauração do Ato Institucional no. 5 (1968) e o extermínio da Guerrilha do Araguaia (1974).

 

O período citado pela questão, marcado ao mesmo tempo pelos “anos de chumbo” e pelo “milagre econômico brasileiro” abarcou todo o governo Médici (1969-1974) e apoiou-se na legislação instituída no finalzinho do governo Costa e Silva (1967-1969). Os chamados “anos de chumbo” designam um período no qual o poder ditatorial e a violência repressiva do governo contra seus opositores chegaram ao seu auge.

Seu início se deu com a decretação do Ato Institucional n. 5 (AI-5), um dos mais terríveis instrumentos normativos criados pelo regime militar, através do qual houve um fechamento ainda maior do regime, já que o AI-5 conferia ao presidente da República amplos poderes para perseguir e oprimir opositores, decretar estado de sítio, intervir nos estados e municípios, cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, demitir funcionários públicos, entre outras coisas.

Esse período de repressão brutal aos opositores somente se encerraria 6 anos depois, em 1974, quando o último foco da luta armada, a Guerrilha do Araguaia, foi duramente reprimida por tropas do Exército.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: a instauração do Ato Institucional no. 5 (1968) e a Copa do Mundo do México (1970).
 

A Copa do Mundo do México de 1970 não demarca o fim do período conhecido como “anos de chumbo”.

 

Letra B: a instauração do Ato Institucional no. 5 (1968) e a Campanha pelas Diretas Já (1983).
 

A Campanha pelas Diretas Já, iniciada em 1983, é posterior ao período conhecido como “anos de chumbo”.

 

Letra D: a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964) e a instauração do Ato Institucional no. 5 (1968).
 

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, de 1964, é anterior ao período conhecido como “anos de chumbo”, demarcando na verdade o início do período ditatorial brasileiro, já a instauração do Ato Institucional no. 5, de 1968, demarca o início, e não o final, dos chamados “anos de chumbo”.
 

Letra E: a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964) e a instalação da Assembleia Nacional Constituinte (1987).

 

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, de 1964, é anterior ao período conhecido como “anos de chumbo”, demarcando na verdade o início do período ditatorial brasileiro, já a instalação da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, é posterior ao chamado “anos de chumbo”, tendo ocorrido no início da redemocratização.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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