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Questões Sobre Regime Militar (1964-1985) - História - concurso

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51) A expansão dos anos 70 fez da economia brasileira a oitava economia do mundo capitalista, em termos de capacidade produtiva, ficando atrás apenas dos países altamente industrializados. (…)

  • A) a intervenção do Estado na economia, o grande capital nacional e a forte presença do capital estrangeiro.
  • B) a ênfase na agricultura de subsistência, a privatização de empresas estatais e o uso de tecnologia nacional.
  • C) o predomínio da indústria leve, a proibição de multinacionais e o financiamento privado das obras de infraestrutura.
  • D) a distribuição equilibrada de renda, os investimentos estrangeiros e a importação de tecnologia chinesa.
  • E) o favorecimento às microempresas nacionais, o liberalismo e a política oficial de aumento dos salários.

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A alternativa correta é letra A) a intervenção do Estado na economia, o grande capital nacional e a forte presença do capital estrangeiro.

 

GabaritoLetra A

 

Se no começo da ditadura, sob a presidência de Castello Branco fortaleceu-se um programa liberal internacionalista modernizante, durante o governo de Médici voltou à cena o nacional estatismo, próprio da tradição varguista.

 

Nesse período conhecido como “anos de chumbo”, mas também como “anos de ouro” devido ao “milagre econômico”, o Estado voltava a incentivar, regular, financiar e proteger, intervindo ativamente nos mais variados setores econômicos. Além disso, reforçava o papel das empresas estatais. Associadas ao capital privado, nacional e estrangeiro, eram subsidiadas pelo governo por vezes mesmo à custa de prejuízos.

 

Com base na combinação desses três elementos: intervenção do Estado na economia, grande capital nacional e forte presença do capital estrangeiro a economia passou a crescer a altas taxas anuais, tendo como base o aumento da produção industrial – especialmente da indústria automobilística – o crescimento na geração de energia elétrica, o crescimento das exportações (bens manufaturados, veículos, etc) e a acentuada utilização de capitais estrangeiros, na forma de investimentos diretos e empréstimos.

 

Ao mesmo tempo a propaganda oficial chamava de “milagre brasileiro” o desenvolvimento observado.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: Durante o período assinalado, o projeto reformista do governo de João Goulart fundamentado na distribuição de terras e na agricultura familiar cedeu lugar ao incentivo às grandes unidades agrícolas, mecanizadas, aumentando a produção e possibilitando o aparecimento de novas culturas. Além disso, como já vimos, o papel das empresas estatais foi reforçado, não havendo a privatização das mesmas.

 

Letra C: As locomotivas no processo de desenvolvimento econômico desse período foram as indústrias automobilística, de eletrônicos e a construção civil. Mesmo que as indústrias leves também tenham crescido, não foram elas a base do crescimento econômico verificado. Também não houve proibição ao funcionamento de multinacionais. Além disso, mesmo que o governo buscasse reduzir as importações de bens de capital (máquinas, equipamentos) que eram significantes nas empresas estatais, tecnologias sofisticadas também eram importadas nessa época.

 

Letra D: Durante o período do “milagre econômico” a concentração de renda no país se intensificou. O próprio presidente Médici teria admitido o lado desfavorável do “milagre brasileiro” ao afirmar: “A economia vai bem, mas o povo vai mal”. Também não há a importação de tecnologia chinesa já que as relações diplomáticas entre Brasil e China estavam rompidas desde o golpe de 1964.

 

Letra E: Como vimos, nesse período da ditadura, o liberalismo foi substituído pelo nacional-estatismo. Além disso, a contrapartida do crescimento econômico verificado foi a adoção, pelo governo, de uma rígida política de arrocho salarial, diante da qual os trabalhadores e os sindicatos não podiam reagir, devido à repressão política.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. 1. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

 

52) A charge a seguir se refere à gestão de Delfim Netto à frente do Ministério da Fazenda no período conhecido como “milagre econômico” (1969-1973), quando ele teria afirmado ser necessário “fazer o bolo crescer para, depois, dividi-lo”.

  • A) A charge ironiza a crença ufanista no progresso, que se beneficiou de uma situação econômica favorável, caracterizada por uma ampla disponibilidade de recursos na forma de empréstimos externos.

  • B) A charge se refere às medidas de crescimento econômico de grande investimento e impacto, como o projeto da rodovia Transamazônica, cujo objetivo foi assegurar o controle brasileiro da região e permitir sua colonização.

  • C) A charge critica a política de valorização do salário mínimo dos trabalhadores, como sendo populista, por ter estabelecido artificialmente índices de aumento salarial acima do nível da inflação.

  • D) A charge indica que a fórmula do “milagre” privilegiou a acumulação de capitais, o que ocorreu mediante uma política de investimento para determinados setores industriais e uma redução de tributos para a exportação.

  • E) A charge aponta o fracasso da distribuição social da riqueza, na medida em que o crescimento do PIB não expressou uma efetiva distribuição de renda nem a qualidade dos serviços coletivos oferecidos à população.

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A alternativa correta é letra C) A charge critica a política de valorização do salário mínimo dos trabalhadores, como sendo populista, por ter estabelecido artificialmente índices de aumento salarial acima do nível da inflação.

Gabarito: Letra C

 

A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.

 

A charge é uma crítica ao programa econômico desenvolvido por Delfim Netto, ministro da Fazenda do governo Médici bem como da equipe econômica por detrás da realização do chamado Milagre Brasileiro. Ao ministro Delfim é atribuída a frase: "´é preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo", sugerindo que era necessário aguardar o crescimento da economia para depois realizar a divisão de renda.

 

Uma consequência negativa do crescimento econômico brasileiro foi que houve um crescimento sem equidade, onde as reformas promovidas pelo governo não beneficiaram os grupos mais vulneráveis, concentrando a renda no país.

 

Assim, o bolo cresceu, mas não foi dividido entre aqueles que ganhavam um salário ou menos. Os números desse período apontam que o bolo só foi dividido entre os grupos da classe média alta e a classe alta.

 

Portanto, a charge não faz uma crítica à política de valorização do salário-mínimo dos trabalhadores. Na verdade, ocorreu uma política anti-inflacionária que promoveu a desvalorização do salário dos trabalhadores.

 

Encontrando a alternativa errada vamos comentar as corretas.

 

Letra A: A charge ironiza a crença ufanista no progresso, que se beneficiou de uma situação econômica favorável, caracterizada por uma ampla disponibilidade de recursos na forma de empréstimos externos.

 

A charge ironiza a ideia do milagre como um progresso, que colocaria o Brasil na fila das grandes nações desenvolvidas. O Milagre permitiu um crescimento econômico no patamar das nações desenvolvidas e isso foi possível graças à disponibilidade de capital internacional fruto de uma expansão das operações cambiais da década de 1960. Aproveitando-se da conjuntura internacional que ofertava capitais para serem utilizados por governos que queriam desenvolver suas economias, os capitais internacionais foram captados pelo governo militar para serem utilizados em programas do governo, em especial aqueles ligados à indústria siderúrgica, naval, construção civil e energia elétrica.

 

 

Letra B: A charge se refere às medidas de crescimento econômico de grande investimento e impacto, como o projeto da rodovia Transamazônica, cujo objetivo foi assegurar o controle brasileiro da região e permitir sua colonização.

 

Aproveitando-se da conjuntura internacional que ofertava capitais para serem utilizados por governos que queriam desenvolver suas economias, os capitais internacionais foram captados pelo governo militar para serem utilizados em programas do governo como na área de transportes. Um importante exemplo foi a construção da Rodovia Transamazônica, projeto que visava a integração da região norte com o restante do Brasil, além de garantir o controle da Floresta Amazônica através da presença de projetos de colonização.

 

Letra D: A charge indica que a fórmula do “milagre” privilegiou a acumulação de capitais, o que ocorreu mediante uma política de investimento para determinados setores industriais e uma redução de tributos para a exportação.

 

A base do Milagre era a política de investimento em setores da indústria, como a siderúrgica, naval, construção civil, transportes e energia elétrica. Outro ponto importante do milagre foram os subsídios e créditos concedidos pelo governo para as exportações brasileiras, bem como uma desburocratização de procedimentos de exportação que facilitaram que produtos nacionais fossem comercializados no mercado internacional.

 

 

Letra E: A charge aponta o fracasso da distribuição social da riqueza, na medida em que o crescimento do PIB não expressou uma efetiva distribuição de renda nem a qualidade dos serviços coletivos oferecidos à população.

 

A charge apresenta exatamente isso. O PIB brasileiro cresceu na casa dos 10% ao ano durante o governo de Médici, mas esse crescimento foi sem equidade, já que não houve distribuição efetiva da renda, assim como a qualidade dos serviços coletivos oferecidos à população.

 

  

Referência:

 

PRADO, Luiz Carlos Delorme e EARP, Fábio Sá. "O milagre brasileiro: crescimento acelerado, integração nacional e concentração de renda (1967-1973). In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida Neves (Orgs.) O Brasil Republicano. O tempo da ditadura: regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Volume 4. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

53) O governo do general Médici correspondeu à fase de maior repressão, com muitas prisões, tortura e ‘desaparecimentos’. Entretanto, ele esteve à frente do chamado ‘milagre brasileiro’, como ficaria conhecida a fase durante a qual o crescimento econômico do país atingiria taxas muito elevadas.

  • A) I e IV, apenas.
  • B) II e IV, apenas.
  • C) I, III e IV, apenas.
  • D) I, II e III, apenas.

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A alternativa correta é letra B) II e IV, apenas.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

O governo do general Médici correspondeu à fase de maior repressão, com muitas prisões, tortura e ‘desaparecimentos’. Entretanto, ele esteve à frente do chamado ‘milagre brasileiro’, como ficaria conhecida a fase durante a qual o crescimento econômico do país atingiria taxas muito elevadas.
(FICO, C. História do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Editora Contexto, 2015.)


Sobre o chamado milagre econômico, analise as características.

 
  • I - Expansão do crédito subsidiado à agricultura, redução das exportações e ampliação dos impostos.

No período do milagre brasileiro (1968-1973), a carga tributária se manteve relativamente estável em torno dos 25% do PIB. Quanto às exportações, houve um grande salto quantitativo no período, saindo de US$1654milhões para US$6199milhões. E, de fato, houve um importante esforço de expansão da agricultura, ainda que a prioridade dada fosse à industrialização. Afirmativa falsa.

 
  • II - Implementação de uma política de proteção à produção de bens de consumo e ampliação de crédito ao consumidor.

Uma das principais características do milagre brasileiro foi a manutenção da capacidade de investimento público e de consumo das famílias num contexto de alta inflacionária. Para isso, houve tanto o endividamento público quanto a ampliação do crédito ao consumidor para manter o projeto de desenvolvimento baseado no mercado doméstico. Nesse contexto, o esforço de industrialização se dava, sobretudo, pela política de substituição de importações, o que combinava protecionismo ao mercado doméstico com a manutenção do consumo em níveis suficientes para a manutenção da expansão industrial. Por fim, há de se observar que, naquele momento, predominava no país a industrialização de transformação, ou seja, voltada para os bens de consumo e ainda relativamente distante da indústria de base. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • III - Forte política de valorização cambial e recurso a empréstimos internacionais abundantes.

De fato, parte significativa dos investimentos públicos foi financiada pelo endividamento internacional, que, no período, tinha taxas de juros baixas. No entanto, lembre-se o estudante de que se tratou de um momento de importante aceleração inflacionária, desvalorizando a moeda e o câmbio no período. Afirmativa falsa.

 
  • IV - Desenvolvimento de obras de infraestrutura e investimento na construção civil.

Ainda que, de fato, as primeiras reformas realizadas tenham desmontado estruturas estatais anteriores e dado maior mobilidade ao capital privado, houve um franco predomínio do modelo nacional-desenvolvimentista, o que já ficaria bem claro no governo Costa e Silva (1967-1969). Nesse enquadramento, de fato, a burguesia nacional e o capital externo tinham um papel importante no esforço desenvolvimentista, no entanto, deveriam estar enquadrados numa estratégia maior de desenvolvimento orientado pelo Estado. Isso significava que, além de realizar pesados investimentos em infraestrutura, o Estado também lideraria e/ou orientaria setores estratégicos para gerar transbordamentos de demanda e de oportunidades destinadas ao capital privado. Aliadas a um forte protecionismo comercial e a um profundo processo de endividamento público, as medidas nacional-desenvolvimentistas privilegiavam a formação de empresas estatais para gerar vetores basilares para a industrialização brasileira, grande foco da política de desenvolvimento do regime militar. Principalmente no período do governo Geisel (1974-1979), o Estado ampliou sua atuação na economia, o que envolvia desde a infraestrutura aeroportuária até o desenvolvimento da energia nuclear. Tratou-se, portanto, do esplendor do sonho do Brasil-potência, tentando estabelecer um salto definitivo na indústria de base do país. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas II e IV.

 

São características desse período:
a)  IV, apenas.
b)  II e IV, apenas.
c) 
 IIII IV, apenas.
d)  III III, apenas.

 

Sem mais, estão correta a ALTERNATIVA B.

54) Analise as afirmativas referentes ao período de 1969 a 1974 no Brasil.

  • A) I, II, III e IV.

  • B) I e II, apenas.

  • C) III e IV, apenas.

  • D) II, III e IV, apenas.

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A alternativa correta é letra B) I e II, apenas.

Gabarito: alternativa B)

 

Devemos analisar 4 assertivas referentes ao período de 1969 a 1974 no Brasil e assinalar a alternativa que traz somente as corretas. É importante ressaltar que o período de 1969 a 1974 é justamente o mandato de Emílio Garrastazu Médici, o terceiro presidente na Ditadura Civil-militar brasileira.

 

I.  A economia brasileira entrou em um período de intenso crescimento econômico, dando a essa época a denominação de “milagre econômico brasileiro”.

Correta. O período de 1968 a 1973 é apelidado de "milagre econômico", não é exatamente "1969 a 1974" como menciona a alternativa, mas é muito aproximado. Nesse período, o Brasil recebeu investimentos estrangeiros e teve um aumento nas exportações. Essa melhora pontual na economia favoreceu a legitimação da Ditadura Civil-militar, apesar das desigualdades sociais no país. 


II.  Esse período foi também denominado “anos de chumbo” e considerado o mais violento da ditadura militar.

Correta. Esse período é conhecido por ter sido o mais cruel e sangrento do regime. O Ato Institucional nº 5 (AI-5), decretado em dezembro de 1968, era a representação da forte repressão e censura. A repressão aos opositores foi intensificada nesse período que teve muitas mortes e torturas, ao mesmo tempo que a melhoria na economia e o fato de o Brasil ter vencido a Copa do Mundo de 1970 alimentavam o sentimento de nacionalismo.


III.  O general Artur da Costa e Silva era o presidente do Brasil nesse momento.

Incorreta. No período de 1969 a 1974, o presidente do Brasil era Emílio Garrastazu Médici, o terceiro do regime militar. O mandato do general Artur da Costa e Silva ocorreu entre 1967 e 1969, ele foi o antecessor de Médici.


IV.  Foi instituído o Ato Institucional nº 1 (AI-1), o mais repressivo de todos os dispositivos militares.

Incorreta. O AI-1 foi instituído na ano da instauração da Ditadura Civil-militar em 1964. O Ato Institucional nº 5 foi o mais repressivo de todos os dispositivos militares.

 

Portanto, o gabarito é: b)  I e II, apenas.

 

Referências:

 

FICO, Carlos. História do Brasil contemporâneo. São Paulo: Contexto, 2015.

55) Dentre os fatores que contribuíram para a queda do regime militar no Brasil (1964-1985), pode-se apontar corretamente

  • A) o aumento da inflação, a recessão, o desemprego e, do ponto de vista político, a campanha Diretas Já.
  • B) a moratória, os acordos com o FMI e, no âmbito político, a aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita.
  • C) a união das oposições ao regime, a reforma partidária e o apoio ao regime das comunidades eclesiais de base.
  • D) a crise do petróleo, a candidatura de candidatos de esquerda a Presidente da República e a revogação do AI-5.

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A alternativa correta é letra A) o aumento da inflação, a recessão, o desemprego e, do ponto de vista político, a campanha Diretas Já.

  • Aumento da inflação: Durante o regime militar, a inflação no Brasil alcançou níveis elevados, causando dificuldades econômicas à população. A inflação é um fator importante que contribuiu para o descontentamento popular com o regime.

  • Recessão: O Brasil passou por períodos de recessão econômica durante o regime militar, o que resultou em um aumento do desemprego e redução do poder de compra da população. A crise econômica gerada pelo regime militar foi um dos fatores que contribuíram para sua queda.

  • Desemprego: O desemprego aumentou durante o regime militar, o que causou dificuldades financeiras à população e contribuiu para o descontentamento popular com o regime.

  • Campanha Diretas Já: A campanha Diretas Já foi um movimento político que surgiu no Brasil na década de 1980 e exigia a realização de eleições diretas para a presidência da República. A campanha foi um dos fatores políticos que contribuíram para a queda do regime militar, pois demonstrou o desejo da população de retornar à democracia.

56) Na primeira reunião ministerial, Geisel anunciou que as altas taxas de crescimento da economia seriam a “prioridade número um” do governo. O presidente não associou a busca do crescimento a nenhum projeto de mudança do regime. Pisou no acelerador para manter o curso. A recessão era vista muito mais como um perigo político do que como uma probabilidade econômica.

  • A) buscou a legitimação política e social por meio de grandes sucessos na área econômica.
  • B) contou com uma ampla base de sustentação social, advinda de suas consultas regulares à população brasileira.
  • C) conseguiu manter o mesmo ritmo de desenvolvimento do seu antecessor, da época do “Milagre Econômico”.
  • D) desconsiderou a importância da política nas suas relações com os diversos setores da sociedade.
  • E) distribuiu os resultados do processo intenso da industrialização brasileira com medidas de conteúdos socialistas.

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A alternativa correta é letra A) buscou a legitimação política e social por meio de grandes sucessos na área econômica.

 

GabaritoLetra A

 

Quando Geisel foi eleito, a economia brasileira estava no auge. Porém, já estava em curso a crise do petróleo que atingiu o país em cheio.

 

Tal crise foi desencadeada pela decisão dos países árabes produtores de petróleo de elevar os preços da matéria-prima visando pressionar as potências ocidentais a obrigar Israel, seu adversário político no contexto da guerra árabe-israelense, a um recuo nas pretensões de expansão territorial.

 

O Brasil foi prejudicado diretamente porque, nessa época, importava 80% do petróleo de que necessitava e, de outubro a dezembro de 1973, o preço do barril pulou de US$ 2,90 para US$ 11,65.

 

Nessa conjuntura adversa, o governo Geisel ignorou o quanto pôde a crise e preferiu uma política de “fuga para a frente”. Subestimando os obstáculos, lançou em 1974, o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), com uma ambiciosa meta de completar o processo esboçado nos anos de governo Médici.

 

Grandes investimentos foram realizados na área de energia; a Petrobras voltou-se para a extração de petróleo em águas profunda; o programa do álcool combustível recebeu recursos governamentais; acordos com a Alemanha foram estabelecidos para a construção de usinas termonucleares. O plano previa ainda investimentos nas áreas de comunicação, ferrovias e portos e fomentava as indústrias de base fazendo do Estado o promotor do desenvolvimento econômico, feito com base em empréstimos e dívidas cada vez maiores.

 

O país era imaginado como uma ilha de paz e prosperidade num mundo marcado por crises, afinal, o próprio Geisel admitiria, vinte anos depois, que não conseguiria justificar uma recessão após os anos de euforia e desenvolvimento do governo Médici. Assim, as taxas de crescimento da economia seriam a prioridade número um de um governo que entendia que a legitimidade do regime ditatorial, que deveria passar por uma abertura lenta e segura, dependia do desempenho alcançado e que qualquer coisa que ferisse esse desempenho poderia ferir também a legitimidade do regime.

 

Dessa forma, o governo Geisel buscou sustentar o crescimento econômico para preservar a base legitimadora da ditadura, inclusive impondo censura aos meios de comunicação sobre qualquer menção a questão da recessão econômica.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: Vivia-se nesse período um governo ditatorial e não havia consultas regulares à população brasileira. A base de sustentação do governo Geisel era a ditadura, ainda que essa anunciasse uma abertura gradual do regime.

 

Letra C: O governo Geisel não conseguiu manter o mesmo ritmo de desenvolvimento do seu antecessor, da época do “Milagre Econômico”, pois o cenário internacional não era o mesmo. O governo Geisel foi atingido pela crise do petróleo enfrentando inflação e dívida externa crescentes.
 

Letra D: Em nenhum momento o governo Geisel desconsiderou a importância da política nas suas relações com os diversos setores da sociedade. Inclusive a própria decisão de ter como prioridade as taxas de crescimento da economia foi uma decisão política, pois não queria dar margem a críticas de opositores da ditadura e nem que a abertura política saísse do seu controle.

 

Letra E: Vivia-se nesse período um governo ditatorial que se ergueu sob a justificativa de impedir que o comunismo se alastrasse pelo país. Logo, não havia o interesse de empreender medidas de cunho socialista.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

GASPARI, Elio. A ditadura derrotada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

 

REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. 1. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

57) Brasil: Concentração de Renda em Porcentagem, Conforme os Grupos Sociais

  • A) Nas eleições parlamentares de 1974, sob o impacto da crise econômica e uma sucessão de escândalos financeiros, o MDB conseguiu uma ampla vitória eleitoral.
  • B) A mudança dramática da conjuntura mundial, em especial a partir de 1973, com o choque do petróleo, produziu-se um forte impacto sobre o modelo em prática. Esgotaram-se as fontes de financiamento, elevaram-se os gastos estatais e fecharam-se os grandes mercados mundiais.
  • C) O presidente Geisel, após inúmeras hesitações, acelerou a abertura política, afastando militares identificados com a tortura e com a corrupção. Sob pressão da opinião pública deu continuidade a uma abertura “leitura, gradual e segura”, consolidada na Emenda Constitucional de 1978.
  • D) Embora levando o país a um crescimento econômico próximo aos 10% ao ano, com o desenvolvimento de um vasto parque industrial, o regime militar não conseguiu, bem pelo contrário, diminuir as injustiças sociais. Tratava-se de um processo de concentração econômica que prenunciava uma crise social bem mais ampla.

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A alternativa correta é letra D) Embora levando o país a um crescimento econômico próximo aos 10% ao ano, com o desenvolvimento de um vasto parque industrial, o regime militar não conseguiu, bem pelo contrário, diminuir as injustiças sociais. Tratava-se de um processo de concentração econômica que prenunciava uma crise social bem mais ampla.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

Brasil: Concentração de Renda em Porcentagem, Conforme os Grupos Sociais

 
Grupos% sobre população19601970197619801983
Pobres5017,414,913,114,212,2
Médios3027,423,221,722,623,2
Ricos2054,861,965,263,264,6
 

(Fundação IBGE.)


Assinale a afirmativa que melhor se relaciona com a tabela anterior.

  • a)  Nas eleições parlamentares de 1974, sob o impacto da crise econômica e uma sucessão de escândalos financeiros, o MDB conseguiu uma ampla vitória eleitoral.

De fato, em 1974, as eleições para composição do Parlamento foram marcadas por um grande avanço eleitoral do MDB. Para o Senado, o partido conquistou 16 das 22 cadeiras em disputa, o que lhe inseriu de maneira importante dentro daquela legislatura. Para a Câmara de Deputados, de fato, o MDB conquistou um expressivo aumento da sua bancada, mas não formou maioria na Casa, obtendo 160 das 364 cadeiras. Portanto, é fato que o agravamento da concentração de renda no país sob a exaustão da política econômica do regime e em meio ao choque dos preços internacionais do petróleo foi um fator importante na movimentação eleitoral brasileira; mas isso não implicou numa vitória generalizada da oposição. Aliás, há de se destacar que a pesada censura imposta à imprensa e o imobilismo dos órgãos de fiscalização praticamente elidiam qualquer possibilidade de escândalo financeiro de grande porte contra o Estado. Alternativa errada.

 
  • b)  A mudança dramática da conjuntura mundial, em especial a partir de 1973, com o choque do petróleo, produziu-se um forte impacto sobre o modelo em prática. Esgotaram-se as fontes de financiamento, elevaram-se os gastos estatais e fecharam-se os grandes mercados mundiais.

É importante qual foi o caminho utilizado pela banca na construção desta alternativa. O avaliador inverteu as consequências imediatas do Primeiro (1973) e do Segundo (1979) Choques Internacionais do Petróleo. Em 1973, de fato, os preços dispararam e encontraram o Brasil numa posição extremamente delicada. O esforço desenvolvimentista consolidara com sucesso a indústria de transformação, mas exigia pesados investimentos na infraestrutura e na consolidação da indústria de base - e o modelo exigia que o Estado funcionasse como um vetor fundamental do processo. Dado que, para enfrentar a crise, os Estados Unidos mantiveram uma política monetária expansionista e os juros internacionais caíram sob uma oferta inédita de crédito, pôde o modelo desenvolvimentista brasileiro acelerar os investimentos estratégicos de maneira a dar respostas complexas ao aumento geral dos derivados de petróleo. Seria em 1979, numa nova crise, que a oferta de crédito passaria por uma gravíssima contração em decorrência da decisão americana de não acompanhar a elevação dos preços e enfrentar a crise com racionamentos e rearranjo estrutural da economia. A disparada dos juros, aí sim, estrangulou o modelo nacional-desenvolvimentista sem que houvesse tido tempo de concluir o salto da modernização geral da economia. Com a aceleração decisiva da inflação a partir de 1980, as camadas menos privilegiadas da população seria gravemente afetada, como fica claro na tabela. Alternativa errada.

 
  • c)  O presidente Geisel, após inúmeras hesitações, acelerou a abertura política, afastando militares identificados com a tortura e com a corrupção. Sob pressão da opinião pública deu continuidade a uma abertura “leitura, gradual e segura”, consolidada na Emenda Constitucional de 1978.

O erro mais evidente da alternativa está no lema informal adotado pelo governo Geisel (1974-1979) para a abertura política: "lenta, gradual e segura", fazendo referência à opção por uma longa transição até o governo civil, que levaria onze anos. O processo como um todo passaria por vários refluxos dentro do período Geisel, incluindo o acionamento do AI-5 para fechar o Congresso e a edição de medidas extraordinárias para reforçar o pleno controle da ditadura sobre o país. Ainda que a fase mais dura da repressão estivesse refluindo, o modelo de transição colocado no centro não tinha qualquer forma de autocrítica ou de punição, preferindo pela fórmula de uma anistia "ampla, geral e irrestrita" em 1979, o que significaria também a relativização da associação de agentes do Estado com violações graves. Alternativa errada.

 
  • d)  Embora levando o país a um crescimento econômico próximo aos 10% ao ano, com o desenvolvimento de um vasto parque industrial, o regime militar não conseguiu, bem pelo contrário, diminuir as injustiças sociais. Tratava-se de um processo de concentração econômica que prenunciava uma crise social bem mais ampla.

De fato, o período em tela significou um importante ciclo de prosperidade para o país, ainda que tenha sido encerrado com gravíssima crise econômica. O aprofundamento geral da industrialização brasileira sob um aferrado projeto nacional-desenvolvimentista voltado para a substituição de importações importou num ciclo vigoroso de crescimento econômico. Com índices incomparavelmente altos, principalmente durante o chamado "milagre brasileiro", o país sofreu transformações econômicas decisivas, sem as quais as décadas de industrialização poderiam estar ameaçadas (principalmente no campo da infraestrutura). No entanto, como fica claro na tabela proposta, isso também significou um agravamento geral do quadro de concentração de renda no Brasil. O capital especulativo também ganhou espaço na economia brasileira ao passo que as lutas trabalhistas foram severamente restringidas, o que contribuiu para configuração geral da concentração de renda. Além disso, ainda na década de 1960, o regime militar optara por arquitetar uma estrutura tributária regressiva sob o argumento de que os grandes investimentos produtivos viriam das classes mais altas, sendo necessário dar maior liberdade econômica ao grupo para o desenvolvimento brasileiro. ALTERNATIVA CORRETA.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

58) Observe a imagem abaixo.

  • A) A política de privatização de companhias estatais, como a Vale do Rio Doce, Petrobrás e a Fábrica Nacional de Motores, o que gerou receitas que foram investidas em grandes obras de infraestrutura.

  • B) O controle da inflação por meio de uma política econômica de aumento da taxa de juros (Selic), o que tornou o Brasil atraente ao investidor estrangeiro.

  • C) O aumento do preço do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional, o que fez do Brasil uma potência econômica mundial, possibilitando investimentos em infraestrutura.

  • D) A oferta de empréstimos internacionais a juros baixos, o que proporcionou a realização de investimentos nos setores agrícola, industrial, energético e da construção civil.

  • E) A valorização do café no mercado internacional, o que trouxe ao Brasil recursos necessários para o investimento em setores estratégicos da economia nacional.

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A alternativa correta é letra D) A oferta de empréstimos internacionais a juros baixos, o que proporcionou a realização de investimentos nos setores agrícola, industrial, energético e da construção civil.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

Observe a imagem abaixo.

 

 

Durante parte do Regime Militar (1964-1984), a economia alcançou índices de crescimento econômico elevados quando comparados a outros momentos da história do Brasil. Assinale a opção que apresenta algumas das razões para o seu crescimento econômico.

  • a)  A política de privatização de companhias estatais, como a Vale do Rio Doce, Petrobrás e a Fábrica Nacional de Motores, o que gerou receitas que foram investidas em grandes obras de infraestrutura.

De maneira geral, a ditadura militar brasileira (1964-1985) optou pela via nacional-desenvolvimentista na economia; ou seja, pela participação pesada do Estado como grande indutor do desenvolvimento. Setores estratégicos como energia, infraestrutura e telecomunicações tinham seus investimentos concentrado sob empresas estatais tanto para garantir a interligação estratégica dos diversos sistemas quanto para induzir o crescimento acelerado. De fato, a Fábrica Nacional de Motores seria privatizada pela ditadura em 1968; mas este não foi o exemplo seguido por Petrobrás e Vale do Rio Doce. A primeira continua sendo uma empresa estatal com o monopólio sobre o petróleo brasileiro; ao passo que a Vale só seria privatizada em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Alternativa errada.

 
  • b)  O controle da inflação por meio de uma política econômica de aumento da taxa de juros (Selic), o que tornou o Brasil atraente ao investidor estrangeiro.

O período ditatorial brasileiro não ficou conhecido pelo controle inflacionário nem pela liberalização dos fluxos de investimentos. Principalmente a partir da década de 1970, a inflação iniciou uma relevante tendência de alta na economia brasileira, num processo que atingiria proporções gravíssimas na década seguinte. Além disso, os principais gastos em infraestrutura eram realizados pelo Estado a partir de empréstimos contraídos internacionalmente; bem como a taxa Selic só seria estabelecida em 1999. Alternativa errada.

 
  • c)  O aumento do preço do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional, o que fez do Brasil uma potência econômica mundial, possibilitando investimentos em infraestrutura.

A disparada do preço do petróleo no início e no final da década de 1970 foi uma ferida gravíssima na saúde econômica brasileira. Extremamente dependente de importações de petróleo, o país viu seu projeto desenvolvimentista sob risco de estrangulamento por carências energéticas: todo o esforço de industrialização das décadas anteriores não havia sido acompanhado com a ampliação da oferta doméstica de energia, sendo necessário importar parte significativa do petróleo consumido. Com a disparada dos preços internacionais do produto, os custos básicos de produção no Brasil também escalaram enormemente num momento em que grandes investimentos eram realizados em várias áreas. O sonho do Brasil potência foi muito fragilizado por conta dessas transformações, limitando inclusive a manutenção dos elevados investimentos em infraestrutura. Alternativa errada.

 
  • d)  A oferta de empréstimos internacionais a juros baixos, o que proporcionou a realização de investimentos nos setores agrícola, industrial, energético e da construção civil.

Com a abundância de dólares nos mercados internacionais após o Primeiro Choque do Petróleo (1973), as taxas de juros internacionais caíram drasticamente, abrindo uma importante janela de oportunidade para o Terceiro Mundo. Os planos nacional-desenvolvimentistas da ditadura brasileira previam os gastos do Estado em grandes obras de infraestrutura para viabilizar o aprofundamento decisivo da industrialização e do desenvolvimento brasileiros, vendo nos empréstimos internacionais a grande chance de acelerar esse processo. O crédito barato contratado no exterior foi empregado em vários setores estratégicos para o desenvolvimento, organizando desde um parque universitário federal até grandes obras de infraestrutura - da Transamazônica a Itaipu. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • e)  A valorização do café no mercado internacional, o que trouxe ao Brasil recursos necessários para o investimento em setores estratégicos da economia nacional.

Como comentado acima, as condições de poupança doméstica não eram necessárias para os saltos qualitativos pretendidos pelo desenvolvimentismo brasileiro: era necessário contratar no exterior as quantias de capital suficientes que o Estado pudesse liderar um esforço geral de desenvolvimento acelerado. Além disso, na década de 1970, a economia brasileira já tinha alcançado um grau maior de diversificação, não sendo mais dependente de um único produto agrícola para equilibrar sua balança comercial. A proeminência do café para o financiamento do desenvolvimento teve seus últimos anos na década de 1930. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

59) A relação entre as políticas econômicas e o processo de desigualdade social no Brasil permite afirmar:

  • A) O abandono das Reformas de Base, aprovadas e executadas durante o governo João Goulart, com forte apoio das lideranças empresarias, contribuiu para o crescimento da concentração de renda na década de 60 do século XX.
  • B) O crescimento econômico durante os primeiros anos da década de 70 do século passado, proveniente da política econômica estabelecida pelo governo de Garrastazu Médici, levou a um rápido crescimento da desigualdade social.
  • C) O congelamento de preços e salários estabelecido a partir do Plano Cruzado conteve, definitivamente, a espiral inflacionária, contribuindo para a queda na desigualdade social do país.
  • D) O forte intervencionismo estatal e a ampliação da política protecionista durante o governo Fernando Henrique Cardoso possibilitaram o início de um processo de distribuição de renda no Brasil.
  • E) O estabelecimento da reforma agrária com o fim do latifúndio e a substituição do agronegócio pela agricultura familiar contribuíram para a queda radical da desigualdade social durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef.

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A alternativa correta é letra B) O crescimento econômico durante os primeiros anos da década de 70 do século passado, proveniente da política econômica estabelecida pelo governo de Garrastazu Médici, levou a um rápido crescimento da desigualdade social.

Gabarito: Letra B

 

O crescimento econômico durante os primeiros anos da década de 70 do século passado, proveniente da política econômica estabelecida pelo governo de Garrastazu Médici, levou a um rápido crescimento da desigualdade social.

 

O desenvolvimento econômico verificado durante o chamado “milagre brasileiro” baseou-se numa conjuntura econômica internacional favorável, a partir da qual o governo Médici (1969-1974) pôde contrair empréstimos que foram usados para a realização de grandes obras nos diversos setores que receberam investimentos, tais como, o siderúrgico, o petroquímico, de transportes, construção naval, mineração etc.

Apesar do desenvolvimento verificado nesse período, a política econômica que regia o “milagre” estimulava o crescimento econômico ao mesmo tempo que favorecia a concentração de renda. O lema desse período era “fazer o bolo crescer para depois dividi-lo”. O bolo cresceu, mas foi dividido de forma desigual, gerando elevada concentração de riqueza e renda, fazendo com que o crescimento geral da economia (medido pelo PIB) não se traduzissem em condições de vida mais satisfatórias para a maioria da população.

 

Como resultado o Brasil do final do século XX foi classificado por alguns economistas como um país que não era exatamente pobre, mas que tinha muitos pobres, um país extremamente injusto e desigual.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: O abandono das Reformas de Base, aprovadas e executadas durante o governo João Goulart, com forte apoio das lideranças empresarias, contribuiu para o crescimento da concentração de renda na década de 60 do século XX.

 

As Reformas de Base propostas por João Goulart durante o seu governo (1961-1964), não chegaram a ser aprovadas e executados, foram inclusive as Reformas de Base, e a polarização da sociedade em torno delas, que levaram ao golpe de 1964 e a instalação da ditadura com o apoio dos setores conservadores (incluindo lideranças empresárias) da sociedade brasileira.


Letra C: O congelamento de preços e salários estabelecido a partir do Plano Cruzado conteve, definitivamente, a espiral inflacionária, contribuindo para a queda na desigualdade social do país.

 

O congelamento de preços proposto pelo governo Sarney (1985-1990), no chamado Plano Cruzado, não durou muito tempo, sendo derrubado pelas estratégias utilizadas por produtores e comerciantes, dessa forma, não conteve definitivamente a espiral inflacionária e não contribuiu para a queda na desigualdade social do país.


Letra D: O forte intervencionismo estatal e a ampliação da política protecionista durante o governo Fernando Henrique Cardoso possibilitaram o início de um processo de distribuição de renda no Brasil.

 

O governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), foi liberal e nada protecionista. Chamada de neoliberal ou liberal-reformista, a política econômica de FHC procurou reduzir o papel do Estado como produtor de bens e serviços e promoveu uma série de privatizações de empresas públicas. Logo, seu governo não possibilitou o início de um processo de distribuição de renda no país.


Letra E: O estabelecimento da reforma agrária com o fim do latifúndio e a substituição do agronegócio pela agricultura familiar contribuíram para a queda radical da desigualdade social durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef.

 

Não houve uma reforma agrária que estabelecesse o fim do latifúndio e a substituição do agronegócio pela agricultura familiar durante o governo Lula. Durante o governo do Partido dos Trabalhadores (2002-2016) o agronegócio conviveu com políticas de ampliação ao direito à terra. Além disso, apesar das medidas para combater à pobreza, os governos de Lula (2002-2010) e Dilma Roussef (2010-2016), não conseguiram alcançar uma “queda radical” da desigualdade social e erradicar a pobreza.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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60) “(…) A economia se aqueceu e a inflação, em vez de subir, passou a cair. Teve início um surto de crescimento que, no seu apogeu, superou qualquer período anterior, e o governo começou a falar em ‘milagre econômico brasileiro’. A performance de crescimento seria indiscutível, porém o milagre tinha explicação terrena. Misturava, com a repressão aos opositores, a censura aos jornais e demais meios de comunicação, de modo a impedir a veiculação de críticas à política econômica, e acrescentava os ingredientes da pauta dessa política: subsídio governamental e diversificação das exportações, desnacionalização da economia com a entrada crescente de empresas estrangeiras no mercado, controle do reajuste de preços e fixação centralizada dos reajustes de salários. (…)

  • A) negociação entre governo e setores da sociedade civil, o que permitiu a incorporação dos projetos liberais nacionais de aumento da concorrência e da produção ao programa do governo.
  • B) eliminação das críticas de opositores ao programa do governo, que era pautado no incentivo estatal às exportações, na abertura ao capital estrangeiro e no controle de preços e salários.
  • C) substituição do programa liberal pela planificação econômica, apoiada pelos setores produtivos nacionais e internacionais, o que revigorou o mercado interno por meio do aumento dos salários.
  • D) implementação do controle de gastos do governo, exigido por grupos econômicos nacionais e internacionais como condição para realizarem os investimentos necessários nas indústrias de base.

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A alternativa correta é letra B) eliminação das críticas de opositores ao programa do governo, que era pautado no incentivo estatal às exportações, na abertura ao capital estrangeiro e no controle de preços e salários.

A explicação para essa resposta está no texto, que afirma que o "milagre econômico" brasileiro durante o governo Médici (1969-1974) foi possível graças à combinação de fatores, incluindo a repressão aos opositores, a censura aos meios de comunicação, subsídio governamental, diversificação das exportações, desnacionalização da economia com a entrada de empresas estrangeiras, controle do reajuste de preços e fixação centralizada dos reajustes de salários.

A alternativa B é a que melhor resume esses fatores, destacando a eliminação das críticas de opositores ao programa do governo como um dos principais motivos do "milagre econômico".

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