A expressão e a noção de “Idade Média” surge no século XIV, com Petrarca e os humanistas italianos. Falam eles de um medium tempus (idade do meio) […]. Mas em relação a quê? Em relação à Antiguidade, por um lado. Em relação ao futuro, por outro lado. Os humanistas julgavam que estavam saindo de um período sem nome, de um intermédio. (Jacques Le Goff. Em busca da Idade Média, 2008.)A partir do texto, podemos afirmar que, para aqueles humanistas italianos, a expressão “Idade Média”

O texto de Jacques Le Goff sobre a origem do termo "Idade Média" nos permite compreender como os humanistas italianos do século XIV, liderados por Petrarca, concebiam esse período histórico. A expressão medium tempus (idade do meio) reflete uma visão específica: a Idade Média era entendida como um intervalo entre duas épocas consideradas superiores – a Antiguidade clássica, por um lado, e o futuro renascentista, por outro. Essa perspectiva revela uma conotação pejorativa, pois sugere que o período medieval era uma fase intermediária, sem méritos próprios, marcada pela ausência de grandes realizações em comparação com os períodos que a antecederam e sucederam.

A alternativa correta, portanto, é a A), que afirma que a expressão "Idade Média" tem conotação pejorativa, pois os humanistas a viam como um período de transição entre duas eras mais significativas. Essa interpretação está em sintonia com o pensamento de Petrarca e seus contemporâneos, que buscavam reviver os valores da Antiguidade clássica e consideravam a Idade Média como uma fase de declínio cultural. As demais alternativas – como a preocupação com o declínio econômico (B), a satisfação com realizações culturais (C), o caráter renovador (D) ou a conotação religiosa (E) – não se sustentam a partir do texto apresentado, que enfatiza justamente a visão negativa dos humanistas sobre esse período.

Dessa forma, a análise do texto confirma que a noção de "Idade Média" surgiu como uma construção histórica carregada de juízos de valor, refletindo a mentalidade dos humanistas que buscavam se distanciar desse passado recente e se reconectar com a grandeza da Antiguidade. Essa visão, embora questionada por historiadores contemporâneos, permanece como um marco na periodização histórica e na maneira como compreendemos a Idade Média até hoje.