“Criada pelos humanistas italianos e retomada por Vasari, a noção de uma ressurreição das letras e das artes graças ao reencontro com a Antiguidade foi, seguramente, fecunda como fecundos são todos os manifestos lançados em todos os séculos por novas gerações conquistadoras. Essa noção significa juventude… dinamismo, vontade de renovação. Teve em si a inevitável injustiça das abruptas declarações de adolescentes, que rompem ou creem romper com os gostos e as categorias mentais dos seus antecessores. Mas o termo «Renascimento», mesmo na acepção estrita dos humanistas, que o aplicavam, essencialmente, à literatura e às artes plásticas, parece-nos atualmente insuficiente. Parece rejeitar, como bárbaras, as criações simultaneamente sólidas e misteriosas da arte românica e aqueloutras, mais esbeltas e dinâmicas, da idade gótica. Não dá conta nem de Dante, nem de Villon, nem da pintura flamenga do século XV. E, principalmente, ao ser alargado às dimensões de uma civilização pela historiografia romântica, mostrou-se inadequado” (DELUMEAU, J. A civilização do renascimento. Lisboa: Editorial Estampa, 1983, p.19). São artistas consagrados do Renascimento europeu:
“Criada pelos humanistas italianos e retomada por Vasari,
a noção de uma ressurreição das letras e das artes graças
ao reencontro com a Antiguidade foi, seguramente,
fecunda como fecundos são todos os manifestos lançados
em todos os séculos por novas gerações conquistadoras.
Essa noção significa juventude… dinamismo, vontade de
renovação. Teve em si a inevitável injustiça das abruptas
declarações de adolescentes, que rompem ou creem
romper com os gostos e as categorias mentais dos seus
antecessores. Mas o termo «Renascimento», mesmo na
acepção estrita dos humanistas, que o aplicavam,
essencialmente, à literatura e às artes plásticas, parece-nos atualmente insuficiente. Parece rejeitar, como
bárbaras, as criações simultaneamente sólidas e
misteriosas da arte românica e aqueloutras, mais esbeltas
e dinâmicas, da idade gótica. Não dá conta nem de Dante,
nem de Villon, nem da pintura flamenga do século XV. E,
principalmente, ao ser alargado às dimensões de uma
civilização pela historiografia romântica, mostrou-se
inadequado”
(DELUMEAU, J. A civilização do renascimento.
Lisboa: Editorial Estampa, 1983, p.19).
São artistas consagrados do Renascimento europeu:
- A)Michelangelo e Leonardo da Vinci.
- B)Auguste Rodin e Miguel de Cervantes.
- C)Dante Alghieri e Gregório de Mattos.
- D)Gustave Flaubert e William Shakespeare.
- E)Donatello e Claude Monet.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O texto apresentado aborda criticamente o conceito de Renascimento, destacando sua origem nos humanistas italianos e sua popularização por Vasari. A ideia de um "renascimento" das artes e letras através do reencontro com a Antiguidade é analisada como um manifesto juvenil, cheio de dinamismo e vontade de renovação, porém carregando consigo as limitações típicas de movimentos que buscam romper radicalmente com o passado. O autor aponta que o termo "Renascimento", mesmo em sua acepção original focada nas artes e literatura, mostra-se insuficiente para abarcar a complexidade do período, excluindo manifestações artísticas importantes como a arte românica, o gótico e até mesmo figuras como Dante e Villon.
Quando ampliado para descrever uma civilização inteira pela historiografia romântica, o conceito revela-se ainda mais problemático. Essa reflexão crítica sobre o termo "Renascimento" nos leva a questionar como classificamos e entendemos os períodos históricos e seus principais expoentes.
No que diz respeito aos artistas consagrados do Renascimento europeu, a alternativa correta é a A) Michelangelo e Leonardo da Vinci. Esses dois mestres italianos são figuras centrais do movimento renascentista, representando o auge da produção artística do período com suas obras revolucionárias que sintetizavam o humanismo, o estudo da anatomia e a perspectiva. Michelangelo, com seus afrescos na Capela Sistina e esculturas como o David, e Leonardo, com pinturas como a Mona Lisa e A Última Ceia, além de seus estudos científicos, personificam o ideal do artista renascentista como gênio universal.
As outras alternativas apresentam combinações incorretas, misturando artistas de períodos distintos (como Rodin e Monet, do século XIX) ou escritores que, apesar de importantes, não são considerados representantes das artes plásticas do Renascimento (como Cervantes e Shakespeare). A resposta correta reforça a importância de compreender o contexto histórico específico em que esses artistas atuaram e como eles representaram os ideais estéticos e culturais de seu tempo.
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