Leia o fragmento a seguir. Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Que capacidade infinita! Como é preciso e bem-feito em forma e movimento! Um anjo na ação! Um deus no entendimento, paradigma dos animais, maravilha no mundo. Contudo, para mim, é apenas a quintessência do pó.William Shakespeare, Hamlet. A fala de Hamlet introduz um contraponto ao antropocentrismo renascentista. Assinale a opção que apresenta a matriz filosófica desse contraponto.
Leia o fragmento a seguir.
Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Que
capacidade infinita! Como é preciso e bem-feito em forma e
movimento! Um anjo na ação! Um deus no entendimento,
paradigma dos animais, maravilha no mundo. Contudo, para
mim, é apenas a quintessência do pó.
William Shakespeare, Hamlet.
A fala de Hamlet introduz um contraponto ao antropocentrismo
renascentista. Assinale a opção que apresenta a matriz filosófica
desse contraponto.
- A)Humanismo
- B)Ceticismo
- C)Racionalismo
- D)Teocentrismo
- E)Niilismo
Resposta:
A alternativa correta é B)
O fragmento de Hamlet, de William Shakespeare, apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza humana, oscilando entre a exaltação das capacidades do homem e a redução de sua existência a algo insignificante, como "a quintessência do pó". Essa dualidade revela um questionamento ao antropocentrismo renascentista, que colocava o ser humano no centro do universo como medida de todas as coisas.
A matriz filosófica que melhor se alinha ao contraponto apresentado por Hamlet é o ceticismo. Essa corrente filosófica questiona a possibilidade de conhecimento absoluto e enfatiza a dúvida como ferramenta para a reflexão. Hamlet, ao mesmo tempo que celebra a grandiosidade humana, duvida de seu valor intrínseco, demonstrando uma visão cética sobre a posição central do homem no cosmos.
Enquanto o humanismo (A) e o racionalismo (C) reforçam a confiança na razão e na capacidade humana, o teocentrismo (D) desloca o centro para Deus, e o niilismo (E) nega qualquer sentido à existência, o ceticismo (B) captura a ambiguidade presente no discurso de Hamlet. Ele não nega totalmente a grandeza humana, mas tampouco a aceita sem reservas, mantendo uma postura de dúvida e reflexão crítica.
Deixe um comentário