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Neste trecho, o poeta português Luís de Camões faz uma equivalência entre as incursões navais e conquistas territoriais dos gregos e romanos àquelas realizadas pelos portugueses. Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Netuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.Fonte: CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1980. Canto I.Esse tipo de comparação estava em consonância com grande parte da literatura produzida no período renascentista, quando a intelectualidade europeia tinha como modelo:

Neste trecho, o poeta português Luís de Camões faz uma equivalência entre as incursões navais e
conquistas territoriais dos gregos e romanos àquelas realizadas pelos portugueses.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Fonte: CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1980. Canto I.
Esse tipo de comparação estava em consonância com grande parte da literatura produzida no período
renascentista, quando a intelectualidade europeia tinha como modelo:

Resposta:

A alternativa correta é C)

No excerto de Os Lusíadas, Luís de Camões estabelece um paralelo entre as conquistas marítimas e territoriais dos gregos e romanos e as realizações dos navegadores portugueses. Ao exaltar o "peito ilustre Lusitano", o poeta sugere que os feitos de Portugal superam até mesmo os dos grandes impérios da Antiguidade, como os de Alexandre e Trajano. Essa abordagem reflete um traço marcante do pensamento renascentista, que buscava inspiração nos valores clássicos para reinterpretar a realidade contemporânea.

A comparação feita por Camões não é casual. O Renascimento foi um período em que a intelectualidade europeia revisitou a cultura greco-romana, adotando-a como modelo de excelência política, artística e filosófica. Ao colocar os portugueses em pé de igualdade – ou mesmo acima – das civilizações antigas, o poeta não apenas glorifica as Grandes Navegações, mas também as insere em uma tradição histórica prestigiada. Essa estratégia literária demonstra como o humanismo renascentista valorizava a Antiguidade como referência, mesmo quando buscava superá-la.

A resposta correta para a questão apresentada é a alternativa C) os valores políticos e culturais da antiguidade, pois o trecho exemplifica justamente essa apropriação do legado clássico tão característica do período. Camões, ao mesmo tempo que cita figuras como o "sábio Grego" (Ulisses) e o "Troiano" (Eneias), propõe que suas histórias sejam esquecidas em favor dos feitos portugueses – uma inversão que só faz sentido dentro de um contexto cultural que tomava a Antiguidade como parâmetro de grandeza.

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