Questões Sobre Renascimento Científico, Artístico e Cultural - História - concurso

O pensamento de René Descartes, ao comparar a filosofia a uma árvore, reflete a transformação intelectual ocorrida entre os séculos XVI e XVIII, período marcado pelo surgimento da modernidade. Essa nova forma de pensar trouxe consigo profundas mudanças na compreensão da natureza, da sociedade e do próprio ser humano. No entanto, nem todas as consequências atribuídas a esse período estão corretamente alinhadas com os princípios do pensamento moderno.

A alternativa A) descreve adequadamente a substituição da visão medieval de um universo orgânico e espiritualizado pela concepção mecanicista, que via o mundo como uma máquina. Essa mudança permitiu uma exploração mais sistemática dos recursos naturais, alinhada com o avanço científico e tecnológico da época.

A alternativa B) também está correta ao destacar a aplicação das teorias mecânicas aos problemas sociais, resultando no surgimento de ideias liberais e utilitaristas. Essas correntes de pensamento valorizavam o indivíduo e suas liberdades, contrastando com as estruturas hierárquicas e coletivistas do feudalismo medieval.

A alternativa D) apresenta uma análise precisa da contribuição de Maquiavel, cuja obra secularizou a política ao basear-se na observação histórica e na razão, distanciando-se das justificativas religiosas que predominavam no período medieval.

Porém, a alternativa C) está incorreta, pois o método experimental e as observações empíricas, características do pensamento moderno, não serviram para justificar o absolutismo ou a centralização autoritária do Estado. Pelo contrário, essas abordagens científicas frequentemente desafiavam as estruturas de poder tradicionais, promovendo um pensamento crítico e questionador que minava as bases do autoritarismo.

Portanto, a exceção entre as consequências do pensamento moderno está corretamente apontada na alternativa C), que distorce a relação entre o método científico e as estruturas políticas da época.

O Renascimento foi um período de transformação cultural, artística e intelectual que marcou a Europa entre os séculos XIV e XVI, embora suas raízes possam ser rastreadas até os séculos XI e XIII. Esse movimento representou uma ruptura com os valores medievais, enfatizando o humanismo, a razão e a redescoberta da cultura clássica greco-romana.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a A), pois a burguesia emergente, enriquecida pelo comércio e pelas finanças, desempenhou um papel fundamental no patrocínio das artes. Esses novos mecenas contratavam artistas para criar obras que refletissem seus valores e aspirações, distanciando-se do exclusivismo religioso que dominava a produção artística medieval. Artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Botticelli foram impulsionados por essa nova demanda, resultando em obras que celebravam o indivíduo, a beleza humana e a perspectiva científica.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A alternativa B) está incorreta porque, embora houvesse uma renovação intelectual, os pensadores renascentistas não se opuseram radicalmente à religião, mas buscaram conciliar a fé com a razão, inspirando-se principalmente nos filósofos gregos e romanos, não germânicos. A alternativa C) é falsa, pois a construção de catedrais continuou, embora coexistisse com outras formas de expressão artística. A alternativa D) também está errada, já que os reis mantiveram seu poder, muitas vezes aliando-se à burguesia. Por fim, a alternativa E) é incorreta porque os humanistas valorizaram a experiência humana e o pensamento crítico, não se limitando aos dogmas teológicos.

Portanto, o Renascimento foi um período de efervescência cultural impulsionado pela burguesia, que, ao investir nas artes, ajudou a disseminar ideias inovadoras e a consolidar uma visão de mundo mais antropocêntrica.

O Renascimento foi um período de profunda transformação cultural, artística e intelectual que emergiu na Europa entre os séculos XIV e XVI, marcando a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Originado na Itália, esse movimento trouxe consigo uma série de inovações e uma nova visão de mundo, distanciando-se dos valores medievais e abraçando ideais humanistas. Entre suas principais características, destacam-se a valorização do ser humano como centro do universo (antropocentrismo), o resgate da cultura clássica greco-romana e a aplicação de princípios científicos e matemáticos nas artes.

No contexto das artes plásticas e da pintura, o Renascimento introduziu técnicas revolucionárias, como o uso da perspectiva geométrica, o estudo detalhado da anatomia humana e a busca pela harmonia e equilíbrio nas composições. Esses elementos refletiam uma ruptura com a estética medieval, que priorizava o simbolismo religioso e a representação hierárquica das figuras, muitas vezes sem preocupação com realismo ou proporção.

Diante disso, a alternativa B) Do princípio estético medieval é a incorreta, pois o Renascimento justamente rejeitou muitos dos valores artísticos medievais em favor de uma abordagem mais humanista e naturalista. As demais opções — como a valorização da anatomia humana, da cultura greco-romana, do homem como indivíduo e dos princípios matemáticos — estão alinhadas com os ideais renascentistas, consolidando esse período como um marco na história da arte e do pensamento ocidental.

O Renascimento foi um movimento cultural, artístico e intelectual que marcou a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, abrangendo os séculos XIV ao XVI. Suas características principais incluíam o humanismo, o racionalismo, a valorização da ciência e uma forte inspiração na Antiguidade Clássica, em contraste com os valores medievais.

Analisando as alternativas apresentadas, a opção B) é a incorreta, pois o Renascimento não é contemporâneo ao Iluminismo (século XVIII). Enquanto o Renascimento surgiu na Itália e se espalhou pela Europa entre os séculos XIV e XVI, o Iluminismo foi um movimento filosófico do século XVIII, liderado por pensadores como Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Esses dois movimentos possuem contextos históricos e ideológicos distintos.

As demais alternativas estão corretas: o Renascimento de fato teve seu auge na Itália (alternativa A)), Dante Alighieri foi um precursor importante (alternativa C)), Hieronymus Bosch manteve traços góticos em sua obra (alternativa D)), e o movimento buscou resgatar os valores clássicos em oposição à Idade Média (alternativa E)).

Os pensadores – cientistas e filósofos da época moderna – fomentaram a crença no progresso humano e científico contra a superstição e a sociedade aristocrática, portanto o século XIX foi marcado pelo cientificismo graças às transformações mentais desencadeadas pelo pensamento racional. Essa afirmação, correspondente à alternativa C), reflete o impacto do Iluminismo e da Revolução Científica na construção de uma mentalidade baseada na razão, no método experimental e na confiança no avanço contínuo do conhecimento.

O racionalismo moderno, representado por figuras como Descartes, Bacon e Newton, estabeleceu as bases para uma visão de mundo que privilegiava a investigação sistemática e a crítica às tradições dogmáticas. Essa mudança de paradigma permitiu que o século XIX se consolidasse como uma era de intensa valorização da ciência, onde o "cientificismo" – a crença no poder absoluto da ciência para explicar e transformar a realidade – se tornou uma característica definidora do período.

Ao contrário do que sugerem outras alternativas, o legado desses pensadores não reforçou dogmas religiosos (B), nem se limitou a promover o materialismo consumista (D). Embora tenham contribuído para o declínio da influência direta da Igreja no campo científico (contrariando a opção A), seu objetivo central era a emancipação do pensamento humano através da razão, não a fundação de sistemas políticos específicos como o socialismo científico (E). O cientificismo do século XIX foi, acima de tudo, a expressão máxima dessa confiança na capacidade humana de compreender e dominar a natureza através do conhecimento racional.

O Renascimento foi um período marcante na história da humanidade, não apenas pelas transformações culturais e artísticas, mas também por uma revolução tecnológica que acelerou o progresso científico. Entre as inovações da época, a imprensa de tipos móveis, criada por Johannes Gutenberg em meados do século XV, destacou-se como um marco fundamental. Essa invenção permitiu a reprodução rápida e em larga escala de livros, democratizando o acesso ao conhecimento e facilitando a disseminação de novas ideias e descobertas científicas.

A alternativa correta, portanto, é a A), pois a imprensa foi um dos principais motores da revolução tecnológica renascentista. Ao contrário das outras opções, que citam fatores como as Reformas religiosas, a expansão marítima, o Moderno Estado Europeu ou o intercâmbio entre civilizações—todos relevantes em outros aspectos—, a imprensa teve um impacto direto e imediato na circulação de conhecimento, assim como a internet viria a ter séculos depois. A capacidade de reproduzir textos com eficiência permitiu que as ideias científicas e filosóficas se espalhassem mais rapidamente, criando as bases para o avanço contínuo da ciência e da tecnologia.

O Renascimento Comercial e Urbano, que se consolidou na Europa Ocidental a partir do século XI, foi um período marcado por transformações profundas na economia, na sociedade e na organização das cidades. Esse fenômeno foi impulsionado por uma série de fatores que favoreceram o crescimento do comércio, o desenvolvimento urbano e a dinamização da vida social. No entanto, nem todos os elementos citados como possíveis influências para esse processo estiveram de fato presentes ou contribuíram positivamente para tal mudança.

Entre as alternativas apresentadas, a que não pode ser considerada um fator responsável pelo Renascimento Comercial e Urbano é a letra D) o desaparecimento das corporações de ofício nas cidades. Na realidade, as corporações de ofício tiveram um papel fundamental na organização do trabalho urbano durante esse período, regulamentando a produção artesanal, garantindo padrões de qualidade e protegendo os interesses dos mestres e aprendizes. Seu desaparecimento não ocorreu nessa fase, pois foram justamente essas associações que ajudaram a estruturar a economia das cidades medievais em ascensão.

Por outro lado, fatores como a diminuição de epidemias e pestes (A), o término das grandes invasões (B), a amenização dos costumes guerreiros da nobreza (C) e a queda da mortalidade com o aumento da natalidade (E) contribuíram para um ambiente mais estável e propício ao crescimento populacional, à expansão do comércio e ao florescimento das cidades. Essas mudanças permitiram que a Europa superasse parte das dificuldades do período anterior e inaugurasse uma nova fase de desenvolvimento econômico e social.

Portanto, a alternativa D é a correta, pois o desaparecimento das corporações de ofício não só não ocorreu durante o Renascimento Comercial e Urbano, como sua existência foi um dos pilares que sustentaram a organização produtiva das cidades medievais em expansão.

A Revolução Científica, ocorrida entre os séculos XVI e XVIII, foi um período marcado por transformações profundas no pensamento científico, rompendo com tradições medievais e estabelecendo as bases da ciência moderna. Entre as principais contribuições desse período, destacam-se avanços na astronomia, física e matemática, que redefiniram a compreensão humana sobre o universo.

A alternativa A) menciona a cosmologia heliocêntrica de Copérnico, uma das pedras angulares da Revolução Científica. Copérnico propôs que a Terra não era o centro do universo, mas sim o Sol, e que nosso planeta realizava movimentos de rotação e translação. Essa ideia revolucionária desafiou o modelo geocêntrico aristotélico e abriu caminho para novas descobertas.

A alternativa B) refere-se às leis de Kepler, que demonstraram que as órbitas planetárias são elípticas, e não circulares como se acreditava. Essa descoberta refinou o modelo copernicano e contribuiu para uma visão mais precisa da mecânica celeste.

Já a alternativa C) aborda a física mecânica desenvolvida por Galileu e Newton. Galileu introduziu o método experimental e estudos sobre movimento, enquanto Newton sintetizou esses conhecimentos em suas leis do movimento e da gravitação universal, consolidando a física clássica.

A alternativa E) trata da compreensão dos cometas como fenômenos astronômicos, não atmosféricos ou divinos, um avanço significativo na astronomia observacional.

Por fim, a alternativa D), que menciona a teoria da evolução de Darwin, é a incorreta, pois essa teoria foi desenvolvida no século XIX, muito depois do período da Revolução Científica. Darwin pertence a uma era posterior, marcada pelo avanço das ciências biológicas, e sua obra não está vinculada ao contexto científico dos séculos XVI a XVIII.

Ao analisar as afirmações sobre a história ocidental moderna, é possível identificar que apenas a afirmação II está correta. A primeira afirmação contém imprecisões, pois a consolidação da monarquia francesa no século XVI não foi marcada pela completa pacificação dos conflitos religiosos, uma vez que as guerras de religião entre católicos e huguenotes perduraram por décadas. Além disso, a expansão colonial francesa na África só ganhou força significativa em períodos posteriores.

A segunda afirmação, por sua vez, descreve corretamente a "Batalha dos livros", um debate intelectual que refletia a tensão entre os defensores da tradição clássica e os partidários do progresso moderno, característico do ambiente cultural europeu da época.

Já a terceira afirmação está incorreta, pois o reinado de Felipe II na península Ibérica foi marcado justamente pelo fortalecimento da Inquisição e pela perseguição a protestantes e judeus, não havendo, portanto, um contexto de liberdade de consciência como mencionado.

Dessa forma, a alternativa correta é B) Apenas II, conforme indicado no gabarito.

O Renascimento, movimento cultural que surgiu na Itália entre os séculos XIV e XVII, representou uma ruptura com os valores medievais e trouxe consigo novas concepções sobre o ser humano, a ciência e a arte. Entre suas principais características, destacam-se o antropocentrismo, o individualismo e o racionalismo, que refletiam uma mudança de perspectiva em relação ao teocentrismo e ao misticismo predominantes na Idade Média.

A alternativa correta, portanto, é a B), que afirma que "1, 4 e 7 são características que geralmente são associadas ao Renascimento". O antropocentrismo colocou o ser humano no centro das preocupações filosóficas e artísticas, enquanto o individualismo valorizou a expressão pessoal e a autonomia do indivíduo. Já o racionalismo trouxe uma abordagem mais crítica e científica, afastando-se das explicações religiosas e sobrenaturais.

As demais alternativas apresentam equívocos. O teocentrismo (2), o misticismo (3) e o coletivismo (6) eram marcas do pensamento medieval, justamente questionados pelos renascentistas. O humanismo (5), por sua vez, foi uma das bases do Renascimento, e não do período anterior. O naturalismo (8), embora presente na arte renascentista, não pode ser considerado uma característica exclusiva da Idade Média.

Assim, o Renascimento consolidou uma visão de mundo mais humanista e racional, influenciando profundamente a cultura ocidental e abrindo caminho para a modernidade.