Questões Sobre Renascimento Científico, Artístico e Cultural - História - concurso

O renascimento urbano e comercial foi um fenômeno crucial para a transformação da sociedade europeia durante a Baixa Idade Média, marcando a transição do feudalismo para o capitalismo. Esse período foi caracterizado pelo crescimento das cidades, o fortalecimento do comércio e o surgimento de uma nova classe social: a burguesia. Dentre as alternativas apresentadas, a afirmação correta é a letra C, que destaca o estímulo à centralização monárquica, à unificação das moedas, pesos e medidas e ao mercantilismo.

Durante o renascimento urbano, os reis encontraram nos burgueses aliados importantes para consolidar seu poder frente à nobreza feudal. A centralização política foi favorecida pela necessidade de padronização monetária e fiscal, além da criação de um mercado mais unificado. O mercantilismo, por sua vez, emergiu como uma política econômica que beneficiava tanto a monarquia quanto a burguesia, promovendo o acúmulo de riquezas e o fortalecimento do Estado Nacional.

As outras alternativas apresentam equívocos históricos. As corporações de ofício (alternativa A) não tinham um caráter assistencialista nem democratizavam a sociedade – pelo contrário, eram organizações restritivas que regulamentavam a produção artesanal. A alternativa B está incorreta porque os reis, na verdade, fortaleceram seu poder com o apoio da burguesia, e não o contrário. Já a alternativa D erra ao associar a burguesia à decadência do mercantilismo, quando, na realidade, essa classe foi uma das principais beneficiárias desse sistema econômico.

Portanto, o renascimento urbano e comercial foi um processo complexo que contribuiu para a formação de uma nova ordem econômica e política, culminando no surgimento dos Estados Nacionais modernos e no desenvolvimento do capitalismo.

O Renascimento Cultural, movimento que marcou a transição da Idade Média para a Idade Moderna, teve sua origem na Itália entre os séculos XIV e XVI. Esse período foi caracterizado por uma série de transformações filosóficas, artísticas e científicas que romperam com os valores medievais e deram ênfase ao potencial humano e à razão.

Entre as principais características do Renascimento, destacam-se:

• Humanismo: valorização do ser humano e de suas capacidades intelectuais e criativas.
• Racionalismo: uso da razão como ferramenta para compreender o mundo, em oposição ao dogmatismo religioso.
• Individualismo: ênfase na expressão individual e no reconhecimento do mérito pessoal.
• Hedonismo: busca pelo prazer e pela beleza, refletida nas artes e no estilo de vida.

No entanto, uma das alternativas apresentadas não se enquadra como característica do Renascimento: o Ascetismo. Essa visão, que prega a renúncia aos prazeres materiais em favor da espiritualidade, era mais associada à mentalidade medieval, especialmente no contexto religioso. Portanto, a resposta correta é a alternativa C) Ascetismo, pois representa um valor contrário ao espírito renascentista de celebração da vida e da liberdade humana.

Nicolau Copérnico, pensador do Renascimento, contestou a teoria do geocentrismo e teve suas teorias levadas para a Itália. O pensador, que levou as idéias de Copérnico para a Itália, condenado como herege e queimado vivo em 1600, foi:

• A) Johanner Kepler
• B) Thomas Digges
• C) Jan van Eyck
• D) Giordano Bruno
• E) Galileu Galilei

O gabarito correto é C).

O texto apresentado aborda criticamente o conceito de Renascimento, destacando sua origem nos humanistas italianos e sua popularização por Vasari. A ideia de um "renascimento" das artes e letras através do reencontro com a Antiguidade é analisada como um manifesto juvenil, cheio de dinamismo e vontade de renovação, porém carregando consigo as limitações típicas de movimentos que buscam romper radicalmente com o passado. O autor aponta que o termo "Renascimento", mesmo em sua acepção original focada nas artes e literatura, mostra-se insuficiente para abarcar a complexidade do período, excluindo manifestações artísticas importantes como a arte românica, o gótico e até mesmo figuras como Dante e Villon.

Quando ampliado para descrever uma civilização inteira pela historiografia romântica, o conceito revela-se ainda mais problemático. Essa reflexão crítica sobre o termo "Renascimento" nos leva a questionar como classificamos e entendemos os períodos históricos e seus principais expoentes.

No que diz respeito aos artistas consagrados do Renascimento europeu, a alternativa correta é a A) Michelangelo e Leonardo da Vinci. Esses dois mestres italianos são figuras centrais do movimento renascentista, representando o auge da produção artística do período com suas obras revolucionárias que sintetizavam o humanismo, o estudo da anatomia e a perspectiva. Michelangelo, com seus afrescos na Capela Sistina e esculturas como o David, e Leonardo, com pinturas como a Mona Lisa e A Última Ceia, além de seus estudos científicos, personificam o ideal do artista renascentista como gênio universal.

As outras alternativas apresentam combinações incorretas, misturando artistas de períodos distintos (como Rodin e Monet, do século XIX) ou escritores que, apesar de importantes, não são considerados representantes das artes plásticas do Renascimento (como Cervantes e Shakespeare). A resposta correta reforça a importância de compreender o contexto histórico específico em que esses artistas atuaram e como eles representaram os ideais estéticos e culturais de seu tempo.

O Sfumato, técnica revolucionária atribuída a Leonardo da Vinci, representa um marco na busca pelo realismo na pintura. Essa abordagem, que suaviza as transições entre tons claros e escuros, não apenas conferiu profundidade às obras, mas também simbolizou a ruptura com as convenções artísticas medievais, marcando o início de uma nova era criativa.

O contexto histórico do Sfumato está intrinsecamente ligado ao Renascimento Cultural (alternativa E), movimento que redefiniu a produção artística e intelectual entre os séculos XIV e XVI. Este período, caracterizado pela redescoberta da cultura clássica e pela valorização do humanismo, encontrou em Da Vinci um de seus maiores expoentes, cujas obras sintetizam o ideal renascentista de harmonia, proporção e representação fiel da natureza.

Enquanto o Iluminismo (B) surgiria séculos depois como movimento filosófico, e a Reforma Protestante (D) como transformação religiosa, o Renascimento estabeleceu as bases estéticas que permitiram inovações como o Sfumato. Essa técnica, portanto, não foi apenas um avanço técnico, mas a materialização do espírito renascentista que colocou o ser humano e sua percepção do mundo no centro da criação artística.

O Renascimento foi um período marcado por profundas transformações culturais, intelectuais e científicas na Europa, entre os séculos XIV e XVI. Uma de suas características centrais foi a valorização da razão e do conhecimento humano, em contraste com a visão teocêntrica predominante na Idade Média. O texto apresentado destaca que Cristóvão Colombo, como um homem do Renascimento, agia movido pela "paixão do conhecimento", buscando informações em livros e cultivando um espírito curioso. Essa descrição reforça a ideia de que o Renascimento colocou o ser humano no centro das investigações, priorizando a razão e a observação como caminhos para compreender o mundo.

A alternativa correta, portanto, é a A), que afirma: "O homem do Renascimento buscava na Razão o caminho para se chegar ao conhecimento." Essa afirmação está em sintonia com o espírito renascentista, que enfatizava o humanismo, a ciência e a capacidade do indivíduo de explorar e interpretar a realidade por meio do pensamento crítico. As outras alternativas apresentam visões contrárias aos princípios do Renascimento, como o teocentrismo (B e C), a priorização do coletivo sobre o individual (D) ou uma visão excessivamente idealizada da Antiguidade (E). O Renascimento, na verdade, equilibrou a admiração pelo legado greco-romano com inovações e questionamentos, sempre colocando a razão humana como ferramenta essencial para o progresso.

O texto de Jacob Burckhardt, em O Renascimento italiano, destaca as particularidades políticas da Itália em contraste com outras regiões da Europa Ocidental durante o período medieval e o início da modernidade. Enquanto países como França, Espanha e Inglaterra caminhavam para a centralização monárquica, e a Alemanha mantinha uma unidade imperial aparente, a Itália rompeu com o sistema feudal, resultando em um cenário político fragmentado e singular.

Com base no excerto apresentado, a alternativa incorreta é a C), que afirma que Burckhardt se acomodou ao nacional-socialismo e que sua obra pode ser lida como história política, inserida no irracionalismo vigente desde Bismarck até o fim da Segunda Guerra Mundial. Essa afirmação é equivocada, pois Burckhardt foi um historiador suíço do século XIX, cuja obra se concentrou na análise cultural e artística do Renascimento, sem qualquer vinculação com o nacional-socialismo ou com o contexto político do século XX. Sua abordagem valorizou a individualidade e a racionalidade, elementos centrais do Renascimento, e não o irracionalismo.

As demais alternativas apresentam interpretações coerentes com o pensamento de Burckhardt. A alternativa A) corretamente associa o início da nova época ao século XV, marcado pela integração entre arte, literatura e ciência, impulsionada pela valorização do indivíduo. A alternativa B) reflete a visão de Burckhardt sobre o Estado italiano como uma "obra de arte", elaborado e racional. A alternativa D) menciona a definição da época como moderna, não limitada ao Renascimento, e como um fenômeno ocidental mais amplo. Por fim, a alternativa E) destaca a crítica de Burckhardt ao termo "Renascimento", embora ele reconheça a importância da antiguidade clássica e do gênio italiano na transformação do Ocidente.

Portanto, a alternativa C) é a única que distorce a obra e o contexto histórico de Burckhardt, sendo claramente incorreta.

O Renascimento Cultural, ocorrido entre os séculos XV e XVI, foi um período marcado por profundas transformações nas esferas cultural, social e política. Esse movimento representou uma ruptura com os valores medievais, promovendo uma redescoberta da Antiguidade Clássica e uma nova visão de mundo centrada no humanismo. No entanto, nem todas as afirmações sobre esse período estão corretas, conforme demonstra a análise das alternativas apresentadas.

A alternativa A) está correta, pois o Renascimento foi de fato um momento de valorização da inovação e da oposição às tradições medievais, com ênfase no potencial humano e na razão. Já a alternativa B) também é verdadeira, já que esse período foi marcado por um aumento da curiosidade intelectual e pelo desenvolvimento de um pensamento crítico, refletido nas artes, ciências e filosofia.

A alternativa C) está igualmente correta, uma vez que o Renascimento resgatou os conhecimentos da Grécia e Roma Antigas, adaptando-os ao contexto do nascente capitalismo mercantil. Da mesma forma, a alternativa D) é verdadeira, pois o movimento teve forte apoio da burguesia urbana, que patrocinou artistas e intelectuais, consolidando uma cultura mais laica e voltada para os valores humanos.

A alternativa E), no entanto, está incorreta. Embora o Renascimento tenha introduzido novas perspectivas, ele não descartou totalmente a cultura greco-romana. Pelo contrário, os renascentistas buscaram inspiração nos clássicos, reinterpretando-os à luz de sua própria época. Portanto, a afirmação de que houve um descarte completo da herança clássica é falsa, tornando essa a resposta incorreta.

O Renascimento foi um período marcado pela redescoberta e valorização da cultura clássica greco-romana, que se refletiu em diversas áreas do conhecimento, como arte, literatura e filosofia. A alternativa B) está correta, pois os renascentistas buscavam inspiração no pensamento e nas realizações da Antiguidade, promovendo um movimento humanista que colocava o ser humano no centro das reflexões.

As demais alternativas não representam as características fundamentais do Renascimento. O dogmatismo católico (A) e a filosofia escolástica (D) eram associados ao pensamento medieval, que o Renascimento questionava. A tradição (C) era reinterpretada, não simplesmente afirmada, e o humanismo (E) era justamente uma das bases do pensamento renascentista, não negado.

Portanto, a admiração pelo legado greco-romano (B) foi essencial para a formação da cultura renascentista, que buscava conciliar o conhecimento clássico com as novas ideias que surgiam na época.

O Renascimento foi um período de profundas transformações que marcou a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, caracterizado por um renovado interesse pelo conhecimento clássico, pelas artes e pelas ciências. Como destacado por Nicolau Sevcenko, esse movimento representou uma verdadeira aventura intelectual, na qual o ser humano se viu diante de novas possibilidades e desafios, impulsionado pela liberdade e pela criatividade.

As mudanças sociais ocorridas nesse período foram fundamentais para o surgimento do homem renascentista, um indivíduo mais autônomo, curioso e empreendedor. A análise dos enunciados apresentados permite compreender melhor essas transformações:

1. Verdadeiro (V): O comércio e o desenvolvimento técnico-científico caminharam lado a lado durante o Renascimento. A busca por soluções práticas para problemas cotidianos, como a agricultura, a mineração e a construção naval, estimulou inovações que, por sua vez, impulsionaram as atividades comerciais.
2. Verdadeiro (V): Maquiavel, em suas obras, destacou que o sucesso do indivíduo na nova ordem social dependia de fatores como astúcia, engenhosidade e riqueza, além da capacidade de aproveitar oportunidades (o "acaso"). Isso reflete o espírito competitivo e pragmático da época.
3. Verdadeiro (V): O enfraquecimento dos laços feudais, como a servidão, permitiu que os indivíduos buscassem novas formas de ascensão social. Essa liberdade estimulou a concorrência e a criatividade, elementos centrais do Renascimento.

Portanto, a alternativa correta é A) V - V - V, pois todos os enunciados refletem aspectos fundamentais das mudanças sociais que moldaram o homem renascentista.