Questões Sobre Renascimento Científico, Artístico e Cultural - História - concurso

O texto em questão aborda o surgimento de um movimento intelectual que buscava renovar os estudos tradicionais, baseando-se em um programa educacional específico. Esse movimento, conhecido como Renascimento, tinha como foco principal a valorização da cultura da Antiguidade Clássica, incluindo disciplinas como poesia, filosofia, história, matemática e eloquência.

A alternativa correta para preencher as lacunas é a letra E), que menciona o "movimento" como o início dessa transformação, seguido pelos "estudos humanistas" como base do programa educacional. Os indivíduos envolvidos nessa reforma são chamados de "humanistas", e o centro de seus estudos eram os textos da "Antiguidade Clássica". Essa escolha reflete a ênfase no retorno às fontes clássicas e na rejeição da tradição intelectual medieval.

As outras alternativas apresentam incongruências, como a menção aos "iluministas" (período histórico posterior) ou aos "estudos teológicos" (que não eram o foco principal do movimento humanista). Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa E), que sintetiza de forma precisa as ideias centrais do Renascimento e do humanismo.

O texto de Francis Bacon apresenta uma visão progressista do conhecimento, defendendo que a verdade é um produto do tempo e que a modernidade, enquanto "idade do mundo cumulada", possui vantagens sobre a antiguidade. Bacon compara essa relação à diferença entre um ancião e um jovem: assim como o mais velho tem maior experiência e discernimento, a era moderna, por acumular mais descobertas e observações, supera os antigos em sabedoria. Essa perspectiva refuta a ideia de que o passado detém autoridade inquestionável, destacando o caráter evolutivo do saber humano.

Analisando as afirmativas à luz do texto:

I. Falsa. Bacon não considera o conhecimento atemporal nem defende a imitação dos Antigos. Pelo contrário, enfatiza que os Modernos, por viverem em uma época mais avançada, têm acesso a um conhecimento superior.

II. Falsa. A fragilidade do conhecimento não é mencionada, tampouco a submissão aos Antigos. O autor argumenta que os Modernos devem confiar em suas próprias descobertas e observações, fruto do acúmulo histórico.

III. Verdadeira. Essa afirmativa sintetiza o cerne do pensamento baconiano: o conhecimento é temporal e progressivo, e os Modernos, por estarem em um estágio mais avançado da história, possuem vantagem sobre os Antigos.

Portanto, a sequência correta é F – F – V, conforme a alternativa E).

O fragmento de Hamlet, de William Shakespeare, apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza humana, oscilando entre a exaltação das capacidades do homem e a redução de sua existência a algo insignificante, como "a quintessência do pó". Essa dualidade revela um questionamento ao antropocentrismo renascentista, que colocava o ser humano no centro do universo como medida de todas as coisas.

A matriz filosófica que melhor se alinha ao contraponto apresentado por Hamlet é o ceticismo. Essa corrente filosófica questiona a possibilidade de conhecimento absoluto e enfatiza a dúvida como ferramenta para a reflexão. Hamlet, ao mesmo tempo que celebra a grandiosidade humana, duvida de seu valor intrínseco, demonstrando uma visão cética sobre a posição central do homem no cosmos.

Enquanto o humanismo (A) e o racionalismo (C) reforçam a confiança na razão e na capacidade humana, o teocentrismo (D) desloca o centro para Deus, e o niilismo (E) nega qualquer sentido à existência, o ceticismo (B) captura a ambiguidade presente no discurso de Hamlet. Ele não nega totalmente a grandeza humana, mas tampouco a aceita sem reservas, mantendo uma postura de dúvida e reflexão crítica.

O grande medievalista francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício do historiador, inaugurou a concepção de "história como problema", em oposição a uma historiografia positivista que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien Febvre, ele foi um dos criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais (Annales).

Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.

Quando se fala em renascimento da história política a partir das décadas finais do século passado, um nome se impõe entre os principais mentores dessa retomada: o do historiador francês René Rémond.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C).

O texto apresentado aborda o contexto histórico da cosmologia antes e durante a Revolução Científica, destacando a ruptura com os modelos aristotélicos e platônicos que separavam os mundos celeste e terrestre. Nesse cenário, a contribuição de Kepler é fundamental, especialmente com suas leis dos movimentos planetários, que substituíram as órbitas circulares por elípticas, alinhando-se aos dados observacionais de Tycho Brahe.

A alternativa correta é a A), pois ela corretamente afirma que Copérnico, Kepler e Galileu foram figuras centrais da Revolução Científica, que rompeu com as interpretações especulativas baseadas em Aristóteles e Tomás de Aquino, adotando uma abordagem mais empírica. Além disso, confirma que Kepler abandonou o conceito de órbitas circulares, substituindo-o por órbitas elípticas, nas quais a distância entre o planeta e o Sol varia, conforme demonstrado em sua segunda lei.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas ou conceituais. A alternativa B) menciona uma ruptura com o ideal divino, o que não era o foco principal da Revolução Científica. A alternativa C) incorre ao afirmar que todos os três cientistas foram perseguidos pela Igreja, quando, na realidade, Copérnico não sofreu perseguição direta. Por fim, a alternativa D) está incorreta ao sugerir que a Igreja Católica incentivou a Revolução Científica e manteve o antropocentrismo, o que contradiz o conflito entre ciência e religião na época.

O Renascimento foi um período de profundas transformações na cultura europeia, marcado por avanços científicos, artísticos e intelectuais que romperam com os paradigmas medievais. Entre os fatores que impulsionaram essa produção cultural, destacam-se o desenvolvimento da imprensa (II) e a ação dos mecenas (IV), como indicado na alternativa D).

A invenção da imprensa por Johannes Gutenberg no século XV revolucionou a disseminação do conhecimento. Antes restritos a manuscritos custosos e de circulação limitada, os livros tornaram-se mais acessíveis, permitindo a difusão de ideias humanistas, científicas e artísticas em escala sem precedentes. Esse avanço tecnológico foi fundamental para a qualidade e o alcance da produção renascentista.

Além disso, o patrocínio de mecenas — nobres, burgueses e até membros do clero — foi essencial para o florescimento das artes e das ciências. Figuras como os Médici, em Florença, financiaram artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo, proporcionando-lhes recursos para criar obras revolucionárias. Esse apoio não apenas viabilizou a produção cultural, mas também elevou seu padrão estético e intelectual.

Embora a Teoria do Heliocentrismo (I) tenha sido um marco científico do período, seu impacto direto na produção cultural foi mais tardio e específico. Já a estratificação social (III), apesar de característica da época, não pode ser considerada um fator de estímulo à cultura renascentista, pois refletia mais uma estrutura de poder do que um incentivo à criação artística ou intelectual.

Portanto, a combinação da imprensa e do mecenato (II e IV) foi decisiva para o aumento e a excelência da produção cultural no Renascimento, consolidando a alternativa D) como a correta.

O texto apresentado, extraído da obra A Agonia da Idade Média de Jules Michelet, descreve uma transição significativa na produção artística, marcando o momento em que a arte deixa de ser predominantemente eclesiástica e controlada pela Igreja para se tornar mais laica e independente. Essa mudança é atribuída aos "pedreiros livres", profissionais que, embora ainda ligados à Igreja, começam a expressar maior liberdade criativa em suas obras.

Essa descrição remete ao início do Renascimento (alternativa C), período em que a arte europeia passou por uma profunda transformação, afastando-se gradualmente do domínio exclusivo da Igreja e incorporando valores humanistas e seculares. A menção à "vaguidão do sonho e a liberdade dos suspiros" sugere uma abertura para novas formas de expressão, característica do Renascimento, que valorizou a individualidade e a inovação artística.

As outras alternativas não se encaixam no contexto descrito: a arte românica (A) e a Alta Idade Média (D) são períodos anteriores, marcados por um forte controle eclesiástico; o Neoclássico (B) é um movimento posterior, do século XVIII; e a Idade Moderna (E) é um período amplo que inclui o Renascimento, mas não se refere especificamente à transição abordada no texto.

O texto apresenta uma visão idealizada do Renascimento, caracterizando-o como uma ruptura com os valores medievais e o surgimento de uma nova mentalidade centrada no ser humano e na cultura clássica. Essa interpretação, no entanto, carrega uma perspectiva que enxerga a Idade Média de forma negativa, como um período de obscurantismo e restrições, enquanto o Renascimento seria o marco inicial de valores modernos como o individualismo e a valorização das artes.

A alternativa correta (A) aponta justamente para essa dualidade: de um lado, a projeção de uma visão negativa sobre a Idade Média, e de outro, a identificação do Renascimento como origem de conceitos que permanecem relevantes na contemporaneidade. Essa concepção, embora questionada por historiadores atuais por sua simplificação, ainda influencia a maneira como muitos compreendem esse período histórico.

As demais alternativas não correspondem ao conteúdo do texto: a B fala de teocentrismo (contrariando a ideia de antropocentrismo renascentista); a C nega as rupturas (quando o texto justamente as enfatiza); a D valoriza a produção anterior (ao contrário do texto que exalta o Renascimento); e a E menciona pensamento mítico (ausente na passagem).

O antropocentrismo foi, de fato, um dos pilares fundamentais do movimento renascentista, que marcou profundamente a sociedade europeia entre os séculos XV e XVIII. Durante esse período, houve uma significativa mudança de paradigma, na qual o ser humano passou a ocupar o centro das reflexões filosóficas, artísticas e científicas, em contraste com o teocentrismo predominante na Idade Média.

Esse novo enfoque no potencial humano, na razão e na individualidade refletiu-se em diversas áreas, como a literatura, a pintura e a arquitetura, onde figuras como Leonardo da Vinci e Michelangelo buscaram exaltar a beleza e a capacidade criativa do homem. Além disso, o antropocentrismo também impulsionou avanços científicos e a valorização do conhecimento empírico, contribuindo para a formação de uma mentalidade mais crítica e questionadora.

Portanto, é correto afirmar que o antropocentrismo foi um elemento caracterizador do Renascimento, representando uma ruptura com os valores medievais e estabelecendo as bases para o desenvolvimento do pensamento moderno.

O Renascimento foi um movimento cultural, artístico e intelectual que marcou profundamente a Europa entre os séculos XV e XVIII. Contudo, sua ocorrência não se deu de forma homogênea em todo o continente. O item em questão afirma que esse fenômeno ocorreu predominantemente no leste europeu, o que está incorreto, conforme indica o gabarito (E) ERRADO.

O Renascimento teve seu epicentro na Península Itálica, especialmente em cidades como Florença, Veneza e Roma, onde o florescimento do comércio, a influência da Antiguidade Clássica e o mecenato de famílias ricas permitiram o desenvolvimento das artes, da ciência e da filosofia. Regiões como a França, os Países Baixos e a Alemanha também foram importantes polos renascentistas, enquanto o leste europeu, em geral, permaneceu mais vinculado a tradições medievais e menos influenciado por esse movimento.

Portanto, a afirmação de que o Renascimento ocorreu predominantemente no leste europeu é equivocada, já que suas principais manifestações e influências se concentraram no centro e no oeste do continente.