Graças à bem-sucedida industrialização substitutiva das importações, conduzida nas décadas de 1950, 1960 e 1970, o Brasil se ergueu à posição de nona potência econômica do mundo. É hoje um país mal desenvolvido por ter adotado um padrão de crescimento socialmente perverso. Ostenta uma das mais regressivas repartições da renda no mundo, com diferenças abismais entre a minoria dos ganhadores e a massa dos sacrificados. (Ignacy Sachs. Quo Vadis, Brasil? In Ignacy Sachs, Jorge Wilheim e Paulo Sérgio Pinheiro (org.). Brasil: um século de transformações, 2001.)A partir do fragmento, é correto considerar:
Graças à bem-sucedida industrialização substitutiva das importações,
conduzida nas décadas de 1950, 1960 e 1970, o Brasil se
ergueu à posição de nona potência econômica do mundo. É hoje
um país mal desenvolvido por ter adotado um padrão de crescimento
socialmente perverso. Ostenta uma das mais regressivas
repartições da renda no mundo, com diferenças abismais entre a
minoria dos ganhadores e a massa dos sacrificados.
(Ignacy Sachs. Quo Vadis, Brasil? In Ignacy Sachs, Jorge Wilheim e Paulo
Sérgio Pinheiro (org.). Brasil: um século de transformações, 2001.)
A partir do fragmento, é correto considerar:
- A)A economia brasileira cresceu de forma sustentável apenas na região mais pobre do país, o Centro-Oeste.
- B)O desenvolvimento da economia brasileira desde a segunda metade do século XX não gerou um processo justo de distribuição da riqueza criada.
- C)O pequeno aumento das riquezas nacionais permitiu que a maior parte dos brasileiros conquistasse a cidadania plena.
- D)Durante o regime autoritário, originário do Golpe de 1964, a distribuição das riquezas brasileiras foi mais justa do que nos períodos democráticos.
- E)Paradoxalmente, a desigualdade na distribuição de renda no Brasil nasceu com a opção de substituir a agricultura de exportação pela indústria.
Resposta:
A alternativa correta é B)
O fragmento de texto apresentado, extraído da obra Quo Vadis, Brasil? de Ignacy Sachs, aborda um aspecto crucial do desenvolvimento econômico brasileiro ao longo do século XX. O autor destaca que, apesar do sucesso da industrialização substitutiva de importações nas décadas de 1950 a 1970, que elevou o Brasil à nona posição entre as maiores economias do mundo, esse crescimento não foi acompanhado por uma distribuição justa da riqueza gerada.
Conforme aponta Sachs, o padrão de desenvolvimento adotado pelo país foi "socialmente perverso", resultando em uma das distribuições de renda mais desiguais do mundo. Essa análise corrobora a alternativa B) como correta, pois evidencia que o crescimento econômico não promoveu justiça social ou equidade na repartição dos frutos desse desenvolvimento.
As demais alternativas apresentam informações que não encontram respaldo no texto. A alternativa A) é incorreta por limitar o crescimento à região Centro-Oeste, quando na verdade o processo foi nacional. A C) é falsa, pois o texto enfatiza exatamente o contrário: a maioria da população foi sacrificada, não alcançando cidadania plena. A D) não tem fundamento no texto, que não faz comparação entre regimes políticos. Por fim, a E) também é equivocada, pois o texto não atribui a origem das desigualdades à substituição da agricultura pela indústria, mas sim ao padrão de crescimento adotado.
Portanto, a análise do fragmento leva à conclusão de que, embora o Brasil tenha alcançado expressivo crescimento econômico no período mencionado, esse desenvolvimento não foi acompanhado por uma distribuição equânime dos seus benefícios, confirmando a alternativa B) como a única correta dentre as opções apresentadas.
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