“Não estávamos mais na fase de tateios democráticos, quando as massas se prestavam docilmente, ao jogo dos tuteladores de opinião pública. A lição que ministrava a redemocratização, expondo as verdadeiras e trágicas condições em que se encontrava o país, serviria para que o homem comum entendesse que não estávamos isolados no mundo; que os nossos interesses nem sempre coincidiam com os interesses das superpotências e, que, de maneira mais frequente, eram conflitantes; que nosso destino não era o de uma sociedade de abundância por obra e graça das dádivas da natureza, mas que eram necessários o trabalho e a coesão com países que padeciam dos mesmos males.” O texto representa parte de um trabalho do Professor Nilo Odália, intitulado “O Brasil nas relações internacionais 1945 – 1964″. Assinale a afirmativa que confirma o ponto de vista do autor sobre a política externa naquele período:
“Não estávamos mais na fase de tateios democráticos, quando as massas se prestavam docilmente, ao jogo dos
tuteladores de opinião pública. A lição que ministrava a redemocratização, expondo as verdadeiras e trágicas
condições em que se encontrava o país, serviria para que o homem comum entendesse que não estávamos isolados
no mundo; que os nossos interesses nem sempre coincidiam com os interesses das superpotências e, que, de
maneira mais frequente, eram conflitantes; que nosso destino não era o de uma sociedade de abundância por
obra e graça das dádivas da natureza, mas que eram necessários o trabalho e a coesão com países que padeciam
dos mesmos males.”
O texto representa parte de um trabalho do Professor Nilo Odália, intitulado “O Brasil nas relações
internacionais 1945 – 1964″. Assinale a afirmativa que confirma o ponto de vista do autor sobre a política
externa naquele período:
- A)À medida em que aprofunda o debate e se consegue galvanizar grandes extensões de opinião pública abrem-se novas perspectivas para a compreensão dos problemas nacionais que permitem ao povo sentir o estado real de dependência em que o país se encontra em relação às potências dominantes.
- B)O elemento característico de nossa política exterior é a despersonalização porque a longa permanência da ditadura impossibilita a formação de uma opinião pública cônscia dos problemas nacionais e internacionais da nação. A tutela ditatorial condicionara integralmente a opinião pública, servindo-lhe os pratos que desejava.
- C)A política externa era independente e contribuía para a preservação da paz através da política de coexistência, de não intervenção e de autodeterminação do povo para a não aceitação da ajuda internacional. Os interesses das nações exteriores contribuíam para a formação dos planos de desenvolvimento econômico.
- D)O eixo da política externa se desloca do centro para fora, ampliando o mercado interno brasileiro, negando a emancipação dos territórios não autônomos e se atrelando aos interesses de uma política de protecionismo, porém sem fortalecer os princípios da intervenção estatal.
- E)A política externa é apenas um tema em torno do qual se agitam outros problemas de ordem política, mas que já estava resolvido, uma vez que o povo não conseguia compreender a realidade nacional em relação ao cenário internacional.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O trecho apresentado, extraído da obra do Professor Nilo Odália, reflete sobre um momento crucial da história brasileira, no qual a redemocratização permitiu uma maior conscientização popular acerca da realidade do país no cenário internacional. O autor destaca que, após um período de tutela sobre a opinião pública, as massas começaram a compreender a verdadeira condição do Brasil, sua relação conflituosa com as superpotências e a necessidade de trabalho e cooperação com outras nações que enfrentavam desafios semelhantes.
Entre as alternativas apresentadas, a que melhor expressa o ponto de vista do autor é a A), pois ela reforça a ideia de que o aprofundamento do debate e a mobilização da opinião pública abriram caminho para uma melhor compreensão dos problemas nacionais, especialmente no que diz respeito à dependência do país em relação às potências dominantes. Essa afirmação está em sintonia com o argumento central do texto, que enfatiza o despertar da consciência popular sobre a realidade geopolítica do Brasil.
As demais alternativas não refletem adequadamente a perspectiva do autor. A alternativa B), por exemplo, foca na despersonalização da política externa devido à ditadura, o que não é abordado no trecho. A alternativa C) menciona uma política externa independente e voltada para a paz, mas o texto não trata disso. A alternativa D) discorre sobre uma mudança no eixo da política externa, algo que também não é mencionado na passagem. Por fim, a alternativa E) sugere que o tema da política externa já estava resolvido, o que contradiz o argumento do autor sobre a necessidade de conscientização.
Portanto, a alternativa A) é a que melhor confirma o ponto de vista do autor, ao destacar o papel do debate público na compreensão da dependência do Brasil em relação às potências dominantes, um tema central na análise de Nilo Odália sobre o período em questão.
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