Nas décadas de 1970,1980 e 1990, a China subiu na escala de valor agregado e passou a exportar cada vez mais produtos de alta tecnologia, como celulares, computadores, chips e componentes eletrônicos. (…) Em 1978, os produtos manufaturados respondiam por 49,70% das exportações chinesas e o país tinha deficit comercial com o restante do mundo. Em 2008, o percentual de bens industrializados era de 95% e o superavit chinês somava US$ 298,13 bilhões. Do US$ 1,43 trilhão exportado pela China naquele ano, 47% foram de bens processados, cujas peças originais são fabricadas em outros países. Os chineses apenas montam o produto acabado, com alguma agregação de valor.(http://www.g21.com.br. Acesso: 08/04/2010. Adaptado.)Considerando-se o desenvolvimento da China, com a globalização, ocorreu

O desenvolvimento econômico da China nas últimas décadas do século XX e início do XXI ilustra um fenômeno marcante da globalização: o deslocamento de indústrias para países emergentes. Como mencionado no texto, a China transformou-se de um país com déficit comercial e exportações baseadas em produtos primários para o maior exportador mundial de manufaturados, especialmente bens de alta tecnologia. Esse crescimento foi impulsionado pela atração de investimentos estrangeiros e pela transferência de processos industriais de nações desenvolvidas para o território chinês, onde a mão de obra e os custos de produção eram mais competitivos.

A alternativa correta (C) reflete justamente essa dinâmica global. Empresas multinacionais passaram a fragmentar suas cadeias produtivas, mantendo o desenvolvimento de tecnologia e design em seus países de origem, mas transferindo a montagem e parte da manufatura para a China – caracterizando os "bens processados" que representavam 47% das exportações chinesas em 2008. Esse movimento não significou a industrialização total do território chinês (eliminando a alternativa B), nem a redução das exportações manufatureiras (contrariando a alternativa A), muito menos o fim do socialismo (invalidando a alternativa D), mas sim uma reconfiguração geográfica da produção industrial em escala global.

Portanto, o caso chinês exemplifica como a globalização permitiu que países emergentes se especializassem em etapas específicas da produção, aproveitando vantagens comparativas e remodelando os fluxos comerciais internacionais. Essa transformação consolidou a China como "fábrica do mundo", embora ainda dependente de insumos e tecnologia estrangeiros em muitos setores.