Questões Sobre Revolução Chinesa - História - concurso

O estudo das revoluções ocorridas entre os séculos XVIII e XX revela transformações profundas na sociedade, política e economia mundial. Cada uma dessas revoluções deixou um legado único, moldando o mundo contemporâneo de maneiras distintas. No entanto, nem todas as afirmações sobre esses eventos são corretas, como demonstra a análise das alternativas apresentadas.

A alternativa A) descreve com precisão a Revolução Iraniana de 1979, que estabeleceu uma república islâmica e alterou drasticamente as relações do Irã com os Estados Unidos. A hostilidade entre os dois países persiste até hoje, com narrativas conflitantes sobre quem é o agressor na região.

A alternativa B) também está correta ao retratar a Revolução Chinesa de 1949, que levou o Partido Comunista ao poder. Mesmo com as reformas econômicas posteriores, o partido mantém o controle político absoluto na China, demonstrando a durabilidade do sistema estabelecido pela revolução.

A alternativa D) apresenta uma análise equilibrada da Revolução Industrial, destacando tanto seus avanços tecnológicos e produtivos quanto seus aspectos negativos, como a exploração trabalhista e os danos ambientais que se intensificaram com o tempo.

Já a alternativa C), indicada como incorreta, comete um equívoco ao afirmar que a Revolução Francesa estabeleceu uma "democracia ampla e popular". Na realidade, apesar de seus ideais libertários, o período revolucionário francês foi marcado por fases de grande instabilidade e violência, incluindo o Terror Jacobino, e não consolidou imediatamente um sistema democrático estável. A democracia moderna foi sendo construída gradualmente ao longo dos séculos seguintes, inspirando-se em alguns princípios da Revolução Francesa, mas não sendo sua realização direta.

Portanto, enquanto as revoluções mencionadas nas alternativas A, B e D são descritas de forma adequada, a alternativa C apresenta uma interpretação simplista e incorreta sobre os resultados imediatos da Revolução Francesa, justificando sua indicação como a resposta errada no gabarito.

O isolamento político da China durante a década de 1960, após o rompimento com a União Soviética, marcou um período crucial em sua história. Somente em 1971, com a entrada no Conselho de Segurança da ONU, o país começou a se reinserir no cenário internacional. No entanto, foi em 1978, com as reformas econômicas lideradas por Deng Xiaoping, que a China deu os primeiros passos concretos para se transformar na potência que é hoje.

O processo de abertura foi planejado em etapas, priorizando inicialmente a agricultura, seguida pela modernização industrial nas décadas de 1980 e 1990. Um dos aspectos mais inovadores dessa transformação foi a criação das Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), áreas onde o governo chinês permitiu experimentos com modelos econômicos híbridos, atraindo investimento estrangeiro e tecnologia avançada.

Essas zonas funcionaram como laboratórios do capitalismo dentro de uma economia ainda predominantemente planificada. Empresas estatais tiveram que se adaptar à concorrência, enquanto o país absorvia know-how internacional. O sucesso desse modelo foi tão expressivo que se tornou a base para a expansão econômica chinesa nas décadas seguintes.

Portanto, a alternativa correta para o nome dado a essas áreas experimentais é A) ZEE - Zonas Econômicas Especiais, que representaram o caráter pioneiro e seletivo da abertura econômica chinesa, permitindo ao país controlar o ritmo das reformas enquanto testava novos modelos de desenvolvimento.

Assinale o que for correto sobre as grandes revoluções ocorridas no século XX.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E) ERRADO, pois a descrição apresentada contém equívocos históricos.

O marxismo, enquanto teoria revolucionária, exerceu profunda influência nas transformações políticas do século XX, servindo como base ideológica para movimentos que alteraram o curso da história. As revoluções russa (1917), chinesa (1949) e cubana (1959) compartilham, em suas essências, uma inspiração comum nas ideias marxistas, especialmente no que diz respeito à crítica ao capitalismo e à busca por uma sociedade mais igualitária.

Entre as alternativas apresentadas, a opção B destaca-se como a correta, pois sintetiza o cerne do pensamento marxista aplicado a esses contextos revolucionários. O marxismo propunha a superação do capitalismo, visto como um sistema gerador de desigualdades, e a construção de uma nova ordem social, na qual o proletariado assumiria um papel central. Essa perspectiva orientou as ações dos revolucionários, que buscavam não apenas a tomada do poder, mas também a transformação radical das estruturas econômicas e sociais.

As demais alternativas apresentam distorções em relação ao marxismo e seus desdobramentos históricos. O anarquismo (A), embora crítico da propriedade privada, divergia do marxismo em aspectos fundamentais, como a concepção de Estado. O liberalismo (C), por sua vez, é incompatível com o marxismo, já que defende a manutenção do capitalismo. Por fim, a alternativa D minimiza o papel do proletariado, que foi, na verdade, um elemento central na teoria marxista e em muitas das revoluções inspiradas por ela.

Assim, a resposta correta é a B, que capta de maneira precisa a essência da inspiração marxista nas revoluções mencionadas: o combate ao capitalismo e a busca por uma sociedade sem classes, na qual o proletariado fosse protagonista.

O texto apresentado contém afirmações que merecem uma análise crítica, especialmente no que diz respeito às transformações geopolíticas e econômicas ocorridas no século XXI. A alegação de que a China rompeu com o regime comunista e adotou plenamente o capitalismo de estado, tornando-se a maior potência econômica do planeta, é equivocada e requer correção.

Em primeiro lugar, é importante destacar que a China não abandonou o regime comunista. O Partido Comunista Chinês (PCC) continua no poder, mantendo o controle político e ideológico sobre o país. O que ocorreu foi uma adaptação do modelo econômico, com a introdução de elementos de mercado dentro de uma estrutura ainda planificada e controlada pelo Estado. Esse modelo, frequentemente chamado de "socialismo com características chinesas", permitiu um crescimento econômico acelerado, mas sem abrir mão do controle político centralizado.

Além disso, embora a China tenha se tornado uma das maiores economias do mundo, superando até mesmo os Estados Unidos em alguns indicadores, não é correto afirmar que ela rompeu com a economia planificada. O Estado chinês mantém um papel central no direcionamento dos investimentos e no controle de setores estratégicos, como tecnologia, infraestrutura e indústria pesada. Portanto, a economia chinesa não pode ser classificada como capitalista no sentido tradicional, mas sim como um híbrido entre planejamento estatal e abertura mercantil.

Outro ponto relevante é que a extinção da União Soviética e a derrocada do bloco socialista no final do século XX não levaram a China a abandonar seus princípios políticos fundamentais. Pelo contrário, o país manteve seu sistema de partido único e até mesmo reforçou seu discurso ideológico, apresentando-se como uma alternativa ao modelo ocidental.

Diante desses fatos, fica claro que a afirmação contida no texto está incorreta. A China não rompeu com o comunismo, nem adotou integralmente o capitalismo. O gabarito E) ERRADO é, portanto, o correto, pois a realidade histórica e política chinesa é muito mais complexa do que a simplificação apresentada no enunciado.

A Revolução Chinesa de 1949, liderada por Mao Tsé-Tung, marcou a transição da China para um sistema socialista. Entre as diversas medidas implementadas pelo novo governo, a criação das comunas populares se destacou como uma iniciativa central para reorganizar a sociedade e a economia chinesas.

As comunas populares foram estruturas coletivas que buscavam integrar a produção agrícola, a indústria local e a administração comunitária. Seu principal objetivo era mobilizar a população rural em larga escala, aumentando a produção agrícola por meio do trabalho coletivo. Essa medida refletia a visão de Mao de que a China, ainda majoritariamente agrária, precisava de uma transformação radical para alcançar o desenvolvimento socialista.

Ao contrário de outras alternativas apresentadas, como a aproximação com o Ocidente capitalista ou a adoção de políticas econômicas liberais, as comunas populares representavam um esforço genuíno de aplicação dos princípios socialistas na realidade chinesa. Embora tenham enfrentado desafios e críticas ao longo do tempo, essas estruturas foram fundamentais no processo de consolidação do socialismo na China durante o período maoísta.

O período pós-revolucionário na China, sob a liderança de Mao Tsé-Tung, foi marcado por transformações profundas, como o "Grande Salto Para Frente" e a "Revolução Cultural". Analisando as alternativas apresentadas, a única correta é a letra D, que afirma que a "Revolução Cultural" oficialmente terminou em 1969, mas continuou de forma implícita até pelo menos 1971, evidenciada pela Campanha Contra Lin Biao e Confúcio.

A "Revolução Cultural" (1966-1976) foi um movimento radical que visava eliminar elementos considerados burgueses ou contrarrevolucionários, promovendo a ideologia maoísta. Ao contrário do que sugere a alternativa A, não teve relação com o pacifismo de Gandhi, mas sim com a purificação ideológica. A alternativa B é incorreta, pois o "Grande Salto Para Frente" (1958-1961) fracassou em seus objetivos agrícolas, levando a uma grave crise de fome. Já a alternativa C está errada, já que o "Grande Salto" também focou na industrialização, embora de forma desorganizada. Por fim, a alternativa E é equivocada, pois a "Revolução Cultural" buscava justamente destruir o passado, incluindo tradições confucionistas, em nome da revolução permanente.

Portanto, a resposta correta é D, que reflete com precisão a extensão temporal e o caráter prolongado da "Revolução Cultural", mesmo após seu término oficial. Esse movimento deixou marcas profundas na sociedade chinesa, consolidando o culto à personalidade de Mao e redefinindo as estruturas de poder no Partido Comunista Chinês.

CAMPOS DE "REEDUCAÇÃO PELO TRABALHO" NA CHINA: A MUDANÇA DE UM SISTEMA DE OPRESSÃO POR OUTRO

A extinção do sistema chinês de campos de "reeducação pelo trabalho" (RTL) representa uma medida superficial dentro do contexto político da China. Como apontado pela especialista Corinna Barbara Francis, da Anistia Internacional, a abolição formal desse sistema não significou o fim das violações de direitos humanos no país. Apesar do avanço simbólico, as práticas de perseguição política e religiosa persistem, apenas sob novas formas institucionais.

O texto menciona que essa prática foi intensamente utilizada durante um período específico da história chinesa. Analisando as opções apresentadas, a Revolução Cultural (1966-1976) se destaca como o momento histórico correto. Este movimento, liderado por Mao Tsé-Tung, teve como característica principal a perseguição sistemática de opositores políticos e intelectuais, utilizando métodos coercitivos semelhantes aos descritos no texto.

Embora a China tenha passado por significativas transformações econômicas nas últimas décadas, o sistema político mantém continuidades com esse período sombrio. A substituição dos campos de RTL por outros mecanismos de controle social demonstra a adaptabilidade do Estado chinês em manter suas estruturas de poder, mesmo diante das críticas internacionais.

Adaptado de amnistia-internacional.pt, 17/12/2013.

O excerto apresentado ilustra claramente o culto à personalidade de Mao Tsé-tung durante a Revolução Cultural Chinesa (1966-1976), evidenciado pelo juramento dos soldados em seguir suas diretrizes e se inspirarem no modelo do Camarada Lei Fêng. A afirmação I está correta, pois esse culto foi uma característica central do período, utilizado como ferramenta de unificação ideológica e controle político.

A afirmação II também está correta, já que os Jovens Guardas Vermelhos, grupos formados por estudantes e jovens, foram peças-chave na implementação da Revolução Cultural. Eles atuaram como agentes da doutrinação maoísta, promovendo perseguições a intelectuais e destruição de símbolos considerados "burgueses" ou "contrarrevolucionários".

Porém, a afirmação III está incorreta. A Revolução Cultural provocou justamente um retrocesso nos campos científico e artístico-cultural, com a perseguição a acadêmicos, artistas e a supressão de expressões culturais que não se alinhavam à ortodoxia maoísta. Portanto, apenas as afirmações I e II estão corretas, correspondendo à alternativa C).

Iniciada formalmente em agosto de 1966, a Revolução Cultural na China foi um movimento político e social liderado pelo presidente Mao Tsé-Tung, com o objetivo principal de reafirmar os valores do comunismo e eliminar influências consideradas burguesas ou capitalistas na sociedade chinesa.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a A) eliminar a influência da cultura ocidental, pois a Revolução Cultural buscava purgar elementos considerados "contrarrevolucionários" ou alinhados com ideologias estrangeiras, especialmente as ocidentais. Isso incluía a perseguição a intelectuais, a destruição de artefatos culturais tradicionais e a imposição de uma doutrina maoista pura.

As outras alternativas não correspondem aos objetivos da Revolução Cultural:

• B) Não havia interesse em democratizar cargos eletivos, já que o movimento centralizava o poder no Partido Comunista e no culto à personalidade de Mao.
• C) A difusão de ideais estéticos universais não era prioridade; pelo contrário, a arte e a cultura foram instrumentalizadas para fins propagandísticos.
• D) A estratificação social não foi acentuada, mas sim combatida, pelo menos no discurso, sob a retórica de uma sociedade igualitária.
• E) A política econômica maoista já estava em vigor, e a Revolução Cultural não tinha como foco sua modernização, mas sim a consolidação ideológica.

Portanto, a resposta correta é A), pois a Revolução Cultural visava, acima de tudo, erradicar qualquer vestígio de influência ocidental e impor uma visão radical do socialismo chinês.