Questões Sobre Revolução Chinesa - História - concurso

O período que antecedeu a formação da República Popular da China foi marcado por conflitos complexos e alianças instáveis entre as principais forças políticas chinesas. A aliança temporária entre o Kuomintang e o Partido Comunista Chinês durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa demonstra como interesses nacionais podem sobrepor divergências ideológicas em momentos de crise. No entanto, como mostra o texto, essa cooperação foi efêmera, dando lugar a uma guerra civil tão logo a ameaça externa foi neutralizada.

A vitória comunista em 1949 representou uma virada decisiva na história chinesa, estabelecendo um novo paradigma político que persiste até hoje. O exílio de Chiang Kai-shek e seus seguidores para Taiwan (alternativa correta A) criou uma situação geopolítica singular, onde duas entidades políticas reivindicam a legitimidade sobre o território chinês. Esse arranjo peculiar continua a influenciar as relações internacionais na Ásia Oriental e a política externa das grandes potências.

As demais alternativas apresentam distorções históricas significativas. A execução de Chiang Kai-shek (B) nunca ocorreu, assim como o exílio na Manchúria (C) é factualmente incorreto. A Revolução Cultural (D) só começaria em 1966, muito depois dos eventos descritos, e Deng Xiaoping (E) foi sempre um membro do PCC, não do Kuomintang. Esses erros destacam a importância de uma compreensão precisa da cronologia e dos atores envolvidos neste período crucial da história chinesa.

O discurso em análise, proferido em 1º de outubro de 1949, marca um momento histórico crucial para a China: a proclamação da República Popular da China e o triunfo da Revolução Comunista liderada pelo Partido Comunista Chinês. O texto, repleto de retórica revolucionária, reflete o contexto da Guerra Civil Chinesa e a vitória dos comunistas sobre as forças nacionalistas de Chiang Kai-Shek.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a B), que afirma que a menção ao "conluio com os imperialistas" pode referir-se tanto ao governo japonês quanto ao norte-americano. Essa interpretação é coerente com o contexto histórico, já que o Kuomintang, durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu apoio dos Estados Unidos contra o Japão, mas, após a guerra, os EUA continuaram apoiando Chiang Kai-Shek na Guerra Civil, o que foi visto pelos comunistas como uma aliança imperialista contra a revolução popular.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos e conceituais. A alternativa A) está incorreta porque o discurso foi proferido por Mao Tsé-Tung, não por Deng Xiaoping, que só assumiria papel de liderança décadas depois. A alternativa C) distorce o sentido do texto, já que "a maioria da população está livre" refere-se justamente à vitória do comunismo, não à libertação dele. A alternativa D) comete um erro ao associar a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês à democracia norte-americana, quando na verdade se tratava de um órgão controlado pelo Partido Comunista. Por fim, a alternativa E) é anacrônica, pois embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos já existisse em 1948, o discurso de Mao não faz referência a ela, mas sim a uma concepção revolucionária de direitos vinculada à luta de classes.

Portanto, a alternativa B) é a única que se sustenta em uma análise histórica rigorosa do contexto da Guerra Civil Chinesa e das relações internacionais da época.

A ascensão econômica da China nas últimas décadas é um fenômeno sem precedentes na história moderna. Conforme destacado no texto, o país passou de uma nação subdesenvolvida e marcada pela fome para se tornar a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Essa transformação foi impulsionada por uma combinação de fatores estratégicos, entre os quais se destacam seu enorme contingente populacional e os maciços investimentos em infraestrutura.

A alternativa D) corretamente identifica esses elementos como centrais para o crescimento chinês. A vasta população não apenas forneceu mão de obra abundante, mas também permitiu a redução dos custos de produção, tornando a China uma potência manufatureira global. Paralelamente, os investimentos internos e externos em infraestrutura – como portos, ferrovias e zonas econômicas especiais – criaram as condições necessárias para sustentar esse crescimento acelerado.

As demais alternativas apresentam equívocos significativos. A China não é a maior produtora de petróleo (A), nem pode ser considerada uma "filial" dos EUA (C). Embora tenha limitações de recursos naturais (B), isso não explica seu sucesso econômico. Da mesma forma, seu programa espacial (E), embora impressionante, não é o principal motor de sua economia. Portanto, a alternativa D) é a que melhor sintetiza os fatores cruciais por trás do "milagre econômico" chinês.

A vitória do Exército Vermelho liderado por Mao Tsetung em 1949, que culminou na fundação da República Popular da China, pode ser compreendida a partir de um contexto histórico complexo, marcado por conflitos internacionais e disputas geopolíticas. A alternativa correta, D), destaca o papel fundamental da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria nesse processo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a China, já fragilizada pela Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945), tornou-se um palco de disputa entre potências globais. A Inglaterra, os EUA e a URSS buscavam influência na Ásia, interferindo indiretamente no conflito entre chineses e japoneses. Enquanto isso, a aliança temporária entre nacionalistas e comunistas contra o Japão desmoronou, levando a uma guerra civil após 1945.

O enfraquecimento do governo nacionalista de Chiang Kai-shek deveu-se não apenas aos desafios internos, mas também às pressões externas da Guerra Fria. A URSS, buscando expandir sua esfera de influência, apoiou Mao Tsetung, enquanto os EUA, embora inicialmente neutros, acabaram se distanciando de Kai-shek devido à corrupção e ineficiência de seu governo. Esse cenário permitiu que Mao consolidasse seu movimento revolucionário, aproveitando o desgaste dos nacionalistas e o vácuo de poder deixado pela retirada japonesa.

Assim, a opção D) corretamente sintetiza como fatores externos - a Segunda Guerra Mundial e a emergente Guerra Fria - criaram as condições para a vitória comunista, transformando a China em um Estado socialista alinhado à URSS em 1949.

Sobre a China hoje, é incorreto afirmar que "A China somente não superou o Japão no mercado mundial" (alternativa D). Essa afirmação está equivocada, pois a China já ultrapassou o Japão em diversos aspectos econômicos, incluindo o tamanho de seu mercado e sua participação no comércio global.

As outras alternativas apresentam análises pertinentes sobre a realidade chinesa:

• A) Discute a dissociação entre crescimento econômico e bem-estar social;
• B) Aborda as tensões sociais decorrentes da exploração trabalhista;
• C) Reflete a contradição do modelo chinês que combina elementos socialistas e capitalistas.

Portanto, a alternativa D é a única que não corresponde à realidade atual da China, que já superou o Japão em importância no cenário econômico mundial.

A Revolução Cultural na China, iniciada em 1966, foi um movimento complexo e marcante na história do país, liderado pelo presidente Mao Tsé-Tung. Seu objetivo principal era reafirmar os ideais revolucionários do comunismo e eliminar influências consideradas burguesas ou contrarrevolucionárias. Entre as alternativas apresentadas, a opção D) é a correta, pois a Revolução Cultural caracterizou-se por um expurgo anti-intelectualista, rejeitando tanto as influências ocidentais quanto as soviéticas, que eram vistas como desvios dos princípios maoístas.

O movimento não foi dirigido por intelectuais ou estudantes contra Mao (A), mas sim por ele próprio, utilizando a juventude, especialmente os Guardas Vermelhos, para combater o que considerava ameaças ao socialismo. Também não teve relação com o xintoísmo (B), uma religião japonesa, nem foi uma reação de intelectuais contra o comunismo (C). Por fim, não promoveu o livre-pensamento ou abertura ao mercado (E), mas sim um radical fechamento ideológico e perseguição a qualquer forma de pensamento divergente.

Assim, a Revolução Cultural representou um período de intensa repressão, com perseguições a professores, artistas e qualquer um associado ao "velho pensamento", consolidando o controle de Mao sobre o Partido Comunista Chinês e a sociedade como um todo.

A Revolução Chinesa de 1949, liderada por Mao Tse-tung e o Partido Comunista Chinês, representou uma transformação radical na estrutura política e econômica do país. Após a vitória sobre o Kuomintang, o novo regime implementou uma série de medidas para consolidar o controle estatal sobre a economia. Entre essas medidas, destacou-se a estatização de empresas industriais, tanto as de propriedade estrangeira quanto aquelas vinculadas a famílias associadas ao Kuomintang, partido derrotado na guerra civil. Essa política visava eliminar influências externas e internas consideradas contrarrevolucionárias, alinhando-se aos princípios do socialismo maoista.

Portanto, a afirmação de que o governo de Mao Tse-tung estatizou empresas industriais estrangeiras e as pertencentes a aliados do Kuomintang está correta (C), pois reflete uma das principais ações econômicas adotadas pelo regime revolucionário para centralizar o poder e reestruturar a economia chinesa sob bases socialistas.

O século XX foi marcado por profundas transformações políticas e sociais, com revoluções que redefiniram o mapa geopolítico mundial. Entre esses eventos, a Revolução Chinesa de 1949 se destaca como um marco fundamental, consolidando a vitória do Partido Comunista Chinês após décadas de conflito.

A afirmação de que "os comunistas chineses tomaram o poder em Pequim após uma longa luta de guerrilhas, que se estendeu pela área rural e, posteriormente, chegou às cidades" está correta (C). Esse processo revolucionário teve início nas primeiras décadas do século XX, intensificando-se após a Longa Marcha (1934-1935), quando Mao Tsé-Tung e suas tropas se reorganizaram no interior do país.

A estratégia maoista de "cerco às cidades a partir do campo" mostrou-se eficaz, permitindo que as forças revolucionárias ganhassem apoio popular nas zonas rurais antes de avançar para os centros urbanos. A tomada de Pequim em 1949 coroou esse processo, levando à proclamação da República Popular da China em 1° de outubro daquele ano, sob liderança de Mao Tsé-Tung.

Portanto, o item está correto ao descrever a trajetória da revolução comunista na China, que seguiu efetivamente o caminho das guerrilhas rurais para depois conquistar as cidades, culminando com a vitória final em 1949.

Em outubro de 1949, Mao Tsé-tung proclamou a República Popular da China após derrotar os nacionalistas, marcando um momento crucial no cenário geopolítico global. Esse evento teve grande relevância dentro do chamado campo socialista, pois ocorreu em um período em que o mundo estava imerso na Guerra Fria, um conflito ideológico entre o capitalismo liderado pelos Estados Unidos e o socialismo encabeçado pela União Soviética.

A adesão da China ao bloco socialista representou uma significativa vitória para esse sistema, ampliando sua influência e fortalecendo sua posição no confronto bipolar da época. A alternativa B) é a correta, pois destaca justamente esse impacto estratégico: a entrada da China no campo socialista foi um marco que reforçou o bloco comunista em um momento de intensa disputa global.

As outras alternativas apresentam distorções ou imprecisões históricas. Por exemplo, os Países Não Alinhados surgiram posteriormente e não estavam diretamente ligados à Revolução Chinesa, descartando a opção A). Já a alternativa C) exagera ao sugerir que a Revolução Chinesa quase desencadeou uma guerra nuclear, algo que não se concretizou. Por fim, a opção D) é incorreta, já que os movimentos de libertação no Oriente Médio continuaram ativos, muitas vezes com apoio do bloco socialista.

Portanto, a resposta correta é B), pois reflete com precisão o significado histórico da Revolução Chinesa no contexto da Guerra Fria, consolidando o socialismo como uma força geopolítica ainda mais relevante naquele período.

O texto apresentado ilustra um fenômeno recorrente na economia capitalista contemporânea: a substituição de mão de obra humana por tecnologias automatizadas. O banco inglês mencionado impõe uma taxa aos clientes que optam por atendimento presencial, claramente incentivando o uso de máquinas em detrimento da interação com funcionários. Essa estratégia revela um aspecto central do capitalismo atual: a busca incessante pela redução de custos operacionais, mesmo que isso implique em demissões e precarização do trabalho.

A alternativa correta, C), aponta justamente para essa dinâmica. Por um lado, as empresas adotam novas tecnologias para diminuir despesas, aumentando sua eficiência e lucratividade. Por outro, essa modernização gera uma consequência social grave: a insegurança no emprego. Funcionários tornam-se dispensáveis quando suas funções podem ser executadas por sistemas automatizados, criando um clima de instabilidade profissional. Esse processo não é exclusivo do setor bancário, mas reflete uma tendência global em diversos ramos da economia.

As demais alternativas não se sustentam diante do exemplo dado. Não há qualquer indício de que a medida visa qualidade total (A) ou responsabilidade social (D), muito pelo contrário. Também não há evidências de pleno emprego (B) ou criação de novos postos de trabalho (E). A realidade descrita é justamente a oposta: eliminação de cargos humanos em nome da racionalização financeira. Esse caso exemplifica como o avanço tecnológico, no contexto capitalista, frequentemente prioriza interesses corporativos em detrimento do bem-estar social.