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A escritora alemã Hannah Arendt publicou em 1968 uma importante obra intitulada Da Revolução, na qual se observa o seguinte trecho: “A data foi a noite do 14 de julho de 1789, em Paris, quando Luís XIV recebeu do duque de La Rochefoucauld-Liancourt a notícia da queda da Bastilha, da libertação de uns poucos prisioneiros e da  defecção das tropas reais frente a um ataque popular. […] O rei, segundo consta, exclamou (ao mensageiro): C’est une revolte (É uma revolta); e Liancourt corrigiu-o: Non, Sire, c’est une révolution (Não, Senhor, é uma revolução)”. (ARENDT, Hannah. Da Revolução. São Paulo: Ática, 1988. p. 38-39)Desse diálogo em relação ao cenário da França de 1789, podemos depreender que

A escritora alemã Hannah Arendt publicou em 1968 uma importante obra intitulada Da Revolução,
na qual se observa o seguinte trecho: 

“A data foi a noite do 14 de julho de 1789, em Paris, quando Luís XIV recebeu do duque de La Rochefoucauld-Liancourt a notícia da queda da Bastilha, da libertação de uns poucos prisioneiros e da  defecção das tropas reais frente a um ataque popular. […] O rei, segundo consta, exclamou (ao mensageiro): C’est une revolte (É uma revolta); e Liancourt corrigiu-o: Non, Sire, c’est une révolution (Não, Senhor, é uma revolução)”. 
(ARENDT, Hannah. Da Revolução. São Paulo: Ática, 1988. p. 38-39)
Desse diálogo em relação ao cenário da França de 1789, podemos depreender que

Resposta:

A alternativa correta é D)

O diálogo entre Luís XVI e o duque de La Rochefoucauld-Liancourt, retratado por Hannah Arendt em Da Revolução, simboliza um momento crucial na história francesa: a transição de uma simples revolta para uma revolução que transformaria radicalmente a ordem política e social da França. A resposta correta, conforme o gabarito, é a alternativa D, que destaca o papel central da burguesia na Revolução Francesa e suas consequências.

A Revolução Francesa de 1789 não foi apenas um levante popular contra a monarquia, mas um movimento complexo liderado pela burguesia, que buscava consolidar seu poder político e econômico. O Terceiro Estado, composto principalmente por burgueses, camponeses e trabalhadores urbanos, foi fundamental para a queda do Antigo Regime. No entanto, foram os interesses burgueses que guiaram grande parte do processo revolucionário, inclusive apoiando grupos radicais como os sans-culottes em momentos estratégicos.

A execução de Luís XVI em 1793 marcou o ápice da ruptura com o passado monárquico, mas não significou imediatamente a vitória do proletariado, como sugere a alternativa. Em vez disso, a burguesia consolidou seu domínio, especialmente após o período do Terror e a ascensão de Napoleão Bonaparte. A revolução, portanto, não foi um movimento exclusivamente popular ou proletário, mas um processo liderado por uma classe emergente que redefiniu as estruturas de poder na França e influenciou toda a Europa.

Assim, o diálogo citado por Arendt captura a essência de uma transformação histórica que ultrapassou os limites de uma mera revolta, configurando-se como uma verdadeira revolução – um evento que alterou profundamente as relações sociais e políticas, com a burguesia no centro desse processo.

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