Questões Sobre Revolução Francesa - História - concurso

A Revolução Francesa, como aponta Eric Hobsbawm em "Era dos Extremos", teve um impacto profundo e duradouro na política e na ideologia mundial. Enquanto a Revolução Industrial britânica moldou a economia do século XIX, foram os ideais franceses de liberdade, igualdade e fraternidade que influenciaram movimentos revolucionários e transformações políticas em todo o globo. O texto destaca que as bandeiras tricolores, inspiradas no modelo francês, tornaram-se símbolos de nações emergentes, evidenciando a disseminação desses ideais.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é a E), pois a Revolução Francesa serviu de inspiração para inúmeros movimentos de contestação à ordem estabelecida até a Revolução Russa de 1917. Seus princípios, especialmente os mais radicais de 1793, ecoaram em lutas por independência, democracia e direitos sociais ao longo do século XIX e início do XX. Ao contrário do que sugere a alternativa D), a Revolução Francesa questionou justamente as distinções de nascimento, defendendo uma sociedade baseada na meritocracia e na igualdade jurídica.

As demais alternativas estão incorretas: a Revolução Francesa não foi a principal influência dos movimentos nativistas brasileiros do século XVIII (A)), que tinham características distintas; a Revolução Inglesa do século XVII antecedeu e diferiu ideologicamente da francesa (B)); e o movimento francês foi fundamental para a consolidação do liberalismo político (C)), contrariando a afirmação de que não teria relação com essa ordem.

Portanto, a Revolução Francesa foi um marco divisor na história, inspirando gerações de revolucionários e reformistas que buscavam transformar suas sociedades com base nos ideais de 1789 e 1793.

O trecho apresentado revela uma perspectiva histórica sobre a participação feminina em contextos tradicionalmente masculinos, como a guerra, e como a Revolução Francesa trouxe transformações significativas para a sociedade, especialmente no que diz respeito aos papéis de gênero e à estrutura familiar. A narrativa de Marie-Henriette Xaintrailles ilustra a resistência feminina diante da desigualdade de tratamento, destacando que o mérito e o cumprimento do dever deveriam ser os critérios para reconhecimento, independentemente do gênero.

A Revolução Francesa, como mencionado, promoveu profundas mudanças sociais, incluindo a redefinição das relações familiares. A alternativa correta (A) aponta para uma dessas transformações: a concepção do casamento como um contrato baseado no consentimento mútuo, com a introdução do divórcio. Essa mudança reflete os ideais revolucionários de liberdade e igualdade, que buscavam romper com as estruturas hierárquicas e patriarcais do Antigo Regime.

Embora outras alternativas mencionem medidas relevantes da época, como a educação ou o papel do Estado, elas não correspondem diretamente às mudanças na estrutura familiar promovidas pela Revolução. O casamento civil, por exemplo, não substituiu completamente o religioso, e a responsabilidade sobre a educação e segurança das crianças ainda era compartilhada com a família. Portanto, a alternativa A é a que melhor representa as transformações no âmbito familiar decorrentes desse período histórico.

Assim, o trecho e sua análise demonstram como a Revolução Francesa não apenas alterou o panorama político, mas também redefiniu relações sociais e de gênero, ecoando até os dias atuais em debates sobre igualdade e direitos.

A Comuna de Paris, conforme descrito no excerto de Horácio González, representa uma experiência política singular na história, marcada pela descentralização do poder e pela reformulação radical das relações entre Estado e sociedade. O texto destaca que a Comuna atuava simultaneamente como órgão executivo e legislativo, eliminando a divisão tradicional de poderes e assumindo funções antes concentradas no Estado centralizador. Essa estrutura permitiu que a Comuna se tornasse um "governo dos produtores", uma república do trabalho, onde os trabalhadores assumiram o controle direto da gestão pública.

Analisando as alternativas, a opção correta é a letra C, pois ela reflete com precisão os aspectos históricos e políticos da Comuna. A Comuna de Paris surgiu em 1871, durante a Guerra Franco-Prussiana, como uma reação dos trabalhadores e setores populares ao abandono de Paris pelo governo de Thiers. Seu objetivo era transformar as estruturas do Estado, substituindo a centralização por uma organização comunal baseada na participação direta e na solidariedade. Apesar de sua breve existência, a Comuna representou uma tentativa de construir uma sociedade alternativa, embora tenha sido derrotada militarmente pelas forças conservadoras.

As demais alternativas apresentam erros históricos ou interpretativos. A letra A incorre ao situar a Comuna na Primeira Guerra Mundial (1914) e ao atribuir-lhe um caráter centralizador e liberal burguês. A letra B também erra ao mencionar 1914 e ao sugerir que a Comuna defendia a ordem liberal burguesa. A letra D, embora acerte o ano, equivoca-se ao afirmar que a Comuna visava impedir o avanço alemão e que foi vitoriosa. Por fim, a letra E contém múltiplos equívocos, como a localização em Versalhes, a data de 1866 e a suposta defesa de um governo antidemocrático.

Portanto, a Comuna de Paris foi um experimento político revolucionário que buscava substituir o Estado centralizado por uma gestão comunal descentralizada, protagonizada pelos trabalhadores. Sua derrota não apaga seu legado como referência para movimentos que almejam transformações sociais profundas.

O período jacobino durante a Revolução Francesa foi marcado por medidas radicais que buscavam consolidar os ideais revolucionários diante das ameaças internas e externas. A Constituição de 1793, também conhecida como Constituição do Ano I, refletia esse momento de radicalização, incorporando demandas populares e aprofundando os princípios de igualdade e soberania popular.

Entre suas principais características, destacam-se o sufrágio universal masculino, que ampliava a participação política, o direito à insurreição, garantindo ao povo a resistência contra governos opressores, e o direito ao trabalho, atendendo às reivindicações dos sans-culottes por justiça social. Essas medidas representavam uma tentativa de conciliar os interesses das massas urbanas com o projeto revolucionário jacobino.

Embora a Constituição de 1793 nunca tenha sido plenamente implementada devido ao contexto de guerra e ao Terror, seu conteúdo simbolizou o ápice do radicalismo democrático na Revolução Francesa. A alternativa correta, portanto, é a E), que sintetiza os avanços democráticos presentes no texto constitucional, contrastando com as outras opções que misturam medidas de períodos distintos ou incorretas em relação ao documento.

O texto apresenta três afirmativas sobre temas distintos, sendo duas corretas e uma incorreta, conforme o gabarito indicado. A seguir, analisaremos cada uma delas para compreender por que a alternativa C) é a resposta correta.

Afirmativa I: Esta afirmação descreve com precisão o papel do Comitê de Salvação Pública durante a Revolução Francesa. De fato, o Comitê, liderado por figuras como Robespierre, utilizou medidas extremas, incluindo o Terror, para consolidar a revolução e enfrentar ameaças internas e externas. A política de economia dirigida e o recrutamento em massa foram fundamentais para a vitória dos exércitos revolucionários, tornando esta afirmação correta.

Afirmativa II: Essa afirmação aborda a responsabilidade do professor de História em selecionar e avaliar informações que possam enriquecer o repertório dos alunos. Essa prática é essencial para uma educação histórica crítica e reflexiva, o que torna esta afirmação também correta.

Afirmativa III: Aqui, o texto afirma que as atividades escolares devem tornar os alunos "incapazes" de utilizar métodos de pesquisa e produção de textos históricos, o que é claramente um erro. O objetivo do ensino de História é justamente o oposto: desenvolver habilidades de pesquisa, análise e produção de conhecimento histórico. Portanto, esta afirmativa está incorreta.

Dessa forma, apenas as afirmativas I e II estão corretas, enquanto a III está equivocada. Portanto, a alternativa C) é a resposta correta, conforme indicado no gabarito.

O tema central deste ensaio são as três afirmativas apresentadas, que abordam aspectos históricos distintos: a religiosidade egípcia, a Independência dos Estados Unidos e os grupos políticos da Revolução Francesa. A análise dessas afirmações revela que duas delas estão corretas, enquanto uma contém imprecisões, conforme demonstrado a seguir.

A primeira afirmativa descreve com precisão a importância da religião na sociedade egípcia antiga, destacando sua crença na imortalidade e na necessidade de preservação do corpo para o retorno à vida. Essa descrição está alinhada com o conhecimento histórico sobre as práticas de mumificação e as crenças no pós-vida no Egito Antigo, tornando-a correta.

A segunda afirmativa aborda a Independência dos Estados Unidos, mencionando corretamente sua influência iluminista e seu impacto nas revoluções subsequentes, como a Francesa e os movimentos de independência na América Latina. Portanto, essa afirmação também está correta.

Por fim, a terceira afirmativa apresenta uma imprecisão ao afirmar que os Girondinos apoiavam grupos econômicos dedicados ao comércio exterior. Na realidade, os Girondinos representavam a burguesia provincial e defendiam uma postura mais moderada, mas sua ligação direta com o comércio exterior não é um consenso histórico. Assim, essa afirmativa contém um erro.

Conclui-se, portanto, que apenas duas das três afirmativas estão corretas, correspondendo à alternativa C) do gabarito.

O texto apresentado destaca o duplo papel de Napoleão Bonaparte no contexto pós-Revolução Francesa: por um lado, ele encerrou o processo revolucionário ao centralizar o poder em um governo autoritário; por outro, consolidou princípios revolucionários, como a igualdade jurídica, através do Código Civil, e difundiu esses ideais pela Europa. Esses mesmos princípios — liberdade, igualdade e fraternidade — influenciaram movimentos de resistência em outras partes do mundo, incluindo as colônias portuguesas.

No Brasil, a Conjuração Baiana (1798), também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi o movimento que melhor incorporou esses ideais revolucionários. Diferentemente da Inconfidência Mineira (1789), que teve uma liderança predominantemente elitista, a Conjuração Baiana contou com a participação ativa de setores populares, como artesãos, soldados, escravizados libertos e homens livres pobres, que lutavam não apenas pela independência de Portugal, mas também por justiça social e igualdade racial. Esse caráter mais radical e abrangente aproxima a Conjuração Baiana dos ideais da Revolução Francesa, especialmente da fase jacobina, que pregava a inclusão das camadas populares.

As outras opções apresentadas — Cabanagem, Revolta dos Malês, Balaiada e Revolução Praieira — ocorreram no século XIX e, embora tenham tido componentes sociais relevantes, não estavam diretamente vinculadas à difusão dos princípios revolucionários franceses do século XVIII. Portanto, a alternativa correta é a B) Conjuração Baiana, por seu alinhamento explícito com os ideais de liberdade e igualdade propagados pela Revolução Francesa.

Atenção: Leia o texto para responder a questão.

Por um lado, Napoleão representou o fim do processo revolucionário iniciado em 1789, impondo a unidade das facções e um governo autoritário e personalista que nada tinha que ver com as aspirações dos revolucionários republicanos radicais de 1789. Por outro lado, transformou alguns princípios revolucionários em instituições e leis estáveis, como o Código Civil − que regulamentou a relação entre pessoas livres e iguais −, além de espalhar seus ideais por toda a Europa, com a força de seus exércitos.

(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos et al. História para o Ensino Médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 374)

Segundo o texto acima, Napoleão

• A) concretizou, ao chegar ao poder, o projeto absolutista francês, impondo o fim das distintas facções da nobreza que agitavam as últimas décadas do Antigo Regime monárquico e unificando o país por meio de uma nova legislação, ainda que de maneira autoritária.
• B) contrariou os princípios de liberdade que nortearam o início da Revolução Francesa e agiu de forma autoritária dentro e fora da França, ainda que se reconheçam as contribuições do Código Civil, conjunto de leis que foi um marco jurídico inovador.
• C) acabou com o processo revolucionário, abusando de sua autoridade e impondo, por meio da força, leis e instituições na contramão das aspirações revolucionárias, que foram impostas também a outros países por ele dominados.
• D) criou instituições e leis paternalistas que concretizaram expectativas das camadas mais desfavorecidas da sociedade francesa, ao mesmo tempo em que se mostrou um imperador tirânico ao invadir e destruir a Europa com seus exércitos em prol da manutenção dos privilégios da nobreza.
• E) desafiou, como governante, os princípios revolucionários surgidos em 1789, governando sem nenhum aparato jurídico e impondo a volta da monarquia em outros países europeus.

O gabarito correto é B).

O texto apresentado, extraído de The Morning Post em 21 de julho de 1789, expressa a admiração de um inglês diante da Revolução Francesa, em especial da queda da Bastilha. Esse evento histórico, ocorrido em 14 de julho de 1789, tornou-se um marco simbólico da luta contra o absolutismo e do poder do movimento revolucionário que sacudiu a França e ecoou por toda a Europa. A alternativa correta, B), destaca justamente esse significado: a Bastilha representava a opressão do Antigo Regime, e sua tomada simbolizou a ruptura com o poder monárquico absoluto e o surgimento de uma nova era pautada nos ideais de liberdade e soberania popular.

Embora a Revolução Francesa tenha tido participação da burguesia e influenciado movimentos de independência, como apontam as alternativas C) e D), o cerne do evento descrito no texto é a queda do absolutismo. A Bastilha era um ícone do despotismo, e sua destruição representou não apenas um ato de rebelião, mas a materialização do anseio por mudanças estruturais. A alternativa A), por sua vez, desvia-se do contexto, já que o nacionalismo de massa consolidou-se posteriormente, no século XIX. Portanto, a resposta mais adequada é B), pois captura o sentido imediato e simbólico da tomada da Bastilha como um golpe contra o antigo sistema e um impulso para a revolução.

A Catedral Notre-Dame de Paris, além de ser um ícone arquitetônico e religioso, desempenhou um papel central em diversos momentos históricos da França. O incêndio que a atingiu em 15 de abril de 2019 não apenas danificou sua estrutura física, mas também reacendeu a memória de sua importância cultural e simbólica.

Entre os eventos marcantes ocorridos em seu interior, destacam-se dois em particular: a coroação de Napoleão Bonaparte como imperador em 1804 e a beatificação de Joana d'Arc em 1909. A coroação de Napoleão foi um ato carregado de significado político, consolidando seu poder e marcando uma nova era na história francesa. Já a beatificação de Joana d'Arc representou o reconhecimento religioso de uma figura que se tornou símbolo de resistência e fé para o povo francês.

Embora a Notre-Dame tenha testemunhado outros acontecimentos importantes, como mencionado nas alternativas, são esses dois eventos que melhor exemplificam sua dupla função como espaço de poder temporal e espiritual ao longo dos séculos. Sua reconstrução, portanto, não se limita à restauração de pedras e vitrais, mas também à preservação da memória coletiva que ela abriga.