Questões Sobre Revolução Francesa - História - concurso

A Revolução Francesa, conforme destacado por Eric Hobsbawm em "Era das Revoluções", foi um marco fundamental na História contemporânea, diferenciando-se de outros movimentos contra o Antigo Regime por seu caráter social de massa e sua ambição universalista. Enquanto outras revoltas e revoluções do período limitavam-se a questões locais ou específicas, a Revolução Francesa transcendeu fronteiras, propondo-se a transformar não apenas a França, mas o mundo inteiro, disseminando ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

A alternativa correta, portanto, é a A), pois a Revolução Francesa destacou-se como um movimento de massa com aspirações ecumênicas, buscando revolucionar a ordem política e social globalmente. Esse aspecto a diferencia radicalmente de outros levantes contemporâneos, que não possuíam a mesma abrangência ou impacto ideológico. Sua capacidade de mobilizar as massas e inspirar movimentos em outras nações consolidou seu papel central na crise do Antigo Regime e na formação do mundo moderno.

O texto apresentado aborda uma questão fundamental para a manutenção do Estado Democrático de Direito: a igualdade perante a lei. A citação de Rui Barbosa, "A lei que não protege o meu inimigo, não me serve", sintetiza o princípio de que a justiça deve ser imparcial e universal, protegendo inclusive aqueles que a sociedade pode considerar indesejáveis ou criminosos.

A relação entre democracia e direito estabelecida pelo autor remete diretamente ao princípio revolucionário francês da igualdade jurídica. Quando esse princípio é violado, criam-se distorções no sistema democrático, pois a lei deixa de cumprir sua função equalizadora. A alternativa correta (A) aponta justamente para essa consequência: a desigualdade jurídica gera uma situação onde alguns cidadãos passam a ter mais direitos que outros, corroendo os alicerces da democracia.

As outras alternativas, embora tratem de problemas reais nas democracias, não captam com precisão a relação central estabelecida no texto. O cerne da questão não está especificamente nos movimentos sociais (B), na corrupção (C), nas diferenças individuais (D) ou no direito de voto (E), mas sim no princípio fundamental da igualdade jurídica como condição para a existência de uma verdadeira democracia.

Portanto, a inobservância do princípio da igualdade perante a lei ameaça a democracia precisamente porque cria cidadãos de primeira e segunda categoria, violando o pacto social que garante a todos os mesmos direitos e proteções, independentemente de sua condição ou atos.

A Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, marcou um ponto de virada na história política da Europa e do mundo. Como mencionado no texto, ela se opôs diretamente ao Absolutismo, sistema político em que o monarca detinha poder ilimitado, frequentemente justificado pela ideia do direito divino dos reis. A Revolução Francesa foi profundamente influenciada pelos ideais iluministas, que defendiam a razão, a liberdade individual, a igualdade perante a lei e a separação de poderes.

Pensadores como Montesquieu, Voltaire e Rousseau forneceram as bases intelectuais para criticar as estruturas do Antigo Regime. Montesquieu, por exemplo, argumentava pela divisão de poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário, enquanto Rousseau defendia a soberania popular. Essas ideias foram incorporadas pelos revolucionários, que buscaram substituir o absolutismo por um sistema baseado na representação política e nos direitos fundamentais.

Portanto, a afirmação de que a Revolução Francesa se voltou contra o Absolutismo e foi inspirada pelo Iluminismo está correta. Esse movimento não apenas derrubou a monarquia absolutista na França, mas também inspirou outras revoluções e transformações políticas ao redor do mundo, consolidando os princípios do liberalismo político que moldariam a Idade Contemporânea.

A Revolução Francesa, conforme destacado por François Furet, marcou o fim do Antigo Regime e inaugurou uma nova era na história moderna. Dentre as alternativas apresentadas, a que melhor se alinha com os desdobramentos históricos e o contexto pós-revolucionário é a opção A, que aborda a Santa Aliança como uma reação conservadora aos ideais liberais propagados pela Revolução.

A Santa Aliança, formada em 1815 pelas potências absolutistas da Europa (Áustria, Prússia e Rússia), teve como objetivo principal conter o avanço dos movimentos liberais e nacionalistas que ameaçavam a ordem tradicional. Essa aliança militar buscava restaurar os princípios do Antigo Regime, reprimindo qualquer tentativa de revolução que pudesse espalhar os ideais de liberdade e igualdade defendidos pela Revolução Francesa.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas. A burguesia, por exemplo, não era homogênea em seus interesses (B), e a Revolução Francesa não manteve privilégios feudais do ponto de vista econômico (C). Embora tenha pavimentado o caminho para o capitalismo e o liberalismo, a Revolução não removeu todos os entraves de forma imediata (D). Além disso, os valores revolucionários foram amplamente questionados e reinterpretados durante as disputas internas, como no período do Terror (E).

Portanto, a alternativa A é a única que reflete corretamente uma das consequências diretas da Revolução Francesa: a reação conservadora das monarquias europeias, que tentaram, através da Santa Aliança, frear o avanço das ideias revolucionárias e restaurar a antiga ordem.

A Constituição de 1791, durante a Revolução Francesa, representou um avanço ao estabelecer a monarquia constitucional e a divisão de poderes, mas também consolidou uma exclusão política baseada na riqueza. Ao instituir o voto censitário, ela limitou a participação política apenas aos cidadãos que possuíam uma renda elevada, excluindo a maioria da população, que era composta por pessoas de condição modesta. Dessa forma, em vez de promover uma verdadeira igualdade, a Constituição substituiu os privilégios feudais por uma nova hierarquia social baseada no poder econômico.

O texto deixa claro que a França passou a ser dividida entre cidadãos "ativos" — aqueles com direitos políticos — e "passivos" — os sem direitos. Essa distinção reforçou a desigualdade, mantendo os pobres à margem das decisões políticas. Portanto, a alternativa correta é a A), pois a Constituição de 1791, apesar de seus aspectos progressistas, significou um retrocesso ao restringir a cidadania plena apenas aos detentores de riqueza, perpetuando uma exclusão que contrariava os ideais de liberdade e igualdade propagados pela Revolução.

A Revolução Francesa (1789-1799) representou um marco fundamental na transição para a modernidade política, econômica e social. Durante sua fase moderada (1789-1791), a Assembleia Nacional implementou reformas estruturais que efetivamente desmontaram as bases do Antigo Regime. A alternativa correta (A) sintetiza com precisão essas transformações: a abolição dos privilégios feudais em 4 de agosto de 1789 eliminou legalmente as distinções estamentais; a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (agosto 1789) estabeleceu princípios universais de liberdade e igualdade jurídica; a Constituição Civil do Clero (1790) subordinou a Igreja ao Estado; enquanto a Constituição de 1791 institucionalizou a monarquia constitucional.

Essas medidas refletiam os interesses da burguesia revolucionária, que buscava criar um arcabouço jurídico-institucional favorável ao liberalismo econômico e político. As reformas administrativas e judiciárias unificaram o território nacional, enquanto as medidas econômicas (como a extinção de corporações de ofício) preparavam o terreno para o capitalismo industrial. É crucial notar que muitas conquistas posteriores (Código Civil, sufrágio universal) ocorreriam em fases mais radicais, demonstrando o caráter evolutivo do processo revolucionário.

O texto 15A1BBB apresenta evidências históricas que demonstram a influência da Revolução Francesa no despertar do espírito libertário na América Latina no final do século XVIII. Um dos elementos mais significativos citados é a tradução da Declaração dos Direitos do Homem por Antonio Nariño em Bogotá, em 1794. Esse documento, fruto dos ideais revolucionários franceses, serviu como inspiração para movimentos que buscavam independência e reformas políticas nas colônias ibéricas.

Além disso, o texto menciona outros episódios que reforçam essa conexão, como a "conspiração dos franceses" no Chile e as agitações em Buenos Aires e Minas Gerais, onde ideais republicanos e de libertação circularam entre a população. Esses eventos indicam que os ventos revolucionários que sopravam na Europa encontraram eco na América Latina, alimentando movimentos que questionavam o domínio colonial e aspiravam à autonomia.

Portanto, a afirmação de que o texto faz referência a um documento que atesta a influência da Revolução Francesa no espírito libertário latino-americano está correta. A tradução da Declaração dos Direitos do Homem é um testemunho claro dessa relação, confirmando a disseminação dos ideais revolucionários no contexto das lutas pela independência na região.

A Revolução Francesa, como apontado no trecho de Bergeron (1976), foi um movimento complexo marcado por tensões entre diferentes grupos sociais. A burguesia, embora aliada às camadas populares contra os privilégios aristocráticos, temia a radicalização das demandas igualitárias desses setores. Essa dinâmica permite analisar as afirmativas apresentadas.

I. Correta. A burguesia emergente, influenciada pelo Iluminismo, liderou a Revolução, defendendo ideais como liberdade, igualdade jurídica e soberania popular. Seus princípios orientaram a queda do Antigo Regime, ainda que com contradições em sua aplicação.

II. Correta. A burguesia buscou abolir os privilégios feudais da nobreza, mas também conter as reivindicações radicais de camponeses e sans-culottes, como a reforma agrária e o controle de preços. Essa dualidade reflete seu interesse em consolidar um novo ordem sob sua hegemonia.

III. Incorreta. Os sans-culottes, ao contrário, foram agentes da radicalização urbana, pressionando por medidas populares durante a fase jacobina. O terceiro estado não agiu como bloco homogêneo para frear o processo.

IV. Incorreta. Napoleão Bonaparte ascendeu após o Termidor, encerrando o período jacobino. Seu governo centralizador representou uma ruptura com a fase de mobilização popular, garantindo interesses burgueses sob nova estrutura de poder.

Portanto, apenas as afirmativas I e II estão corretas, conforme a alternativa A. A Revolução evidenciou o papel contraditório da burguesia: revolucionária contra a aristocracia, mas conservadora diante das demandas das classes subalternas.

A Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, foi um marco histórico que abalou as estruturas do Antigo Regime, influenciando não apenas a França, mas também diversas regiões do mundo. Entre as alternativas apresentadas, a opção A) é a correta, pois destaca como os ideais revolucionários ecoaram em movimentos de independência e rebeliões coloniais na América, especialmente nas colônias ibéricas.

Exemplos como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) demonstram claramente a influência dos princípios franceses de liberdade e igualdade. Esses movimentos, embora reprimidos pelas autoridades coloniais, refletiam o desejo de romper com o domínio metropolitano e estabelecer governos inspirados nos ideais iluministas que embasaram a Revolução Francesa.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas. A opção B) exagera a adoção imediata do lema revolucionário na Europa, já que muitos países mantiveram regimes conservadores após a Revolução. A alternativa C) inverte a cronologia, pois a Declaração de Independência dos EUA (1776) precedeu a Revolução Francesa (1789). A opção D) é incorreta porque o absolutismo persistiu em várias nações europeias mesmo após a Revolução. Por fim, a alternativa E) mistura eventos de naturezas distintas, como a Revolução Haitiana (influenciada pela França) e a Revolução de Outubro (1917), de caráter socialista.

Portanto, a resposta correta é A), pois a Revolução Francesa serviu de inspiração direta para movimentos anticoloniais na América, evidenciando seu impacto global.

O tema em questão aborda a Revolução Francesa, um dos eventos mais marcantes da história moderna, e suas diferentes fases e grupos sociais envolvidos. As afirmações apresentadas relacionam-se a conceitos e períodos específicos desse processo revolucionário, exigindo uma análise cuidadosa para identificar a correspondência correta.

A primeira afirmação, "Sua principal função social era defender a nação", refere-se à nobreza, que, antes da Revolução, detinha privilégios e era responsável pela defesa do reino. Já a segunda, "Fase da Revolução Francesa que durou de 1794 até 1799", descreve o Diretório, período marcado pela instabilidade política e pelo governo dos termidorianos após a queda de Robespierre.

A terceira afirmação, "Revoltas camponesas comuns na França na década de 1780", remete às jaqueries, levantes populares contra a opressão feudal e a crise econômica. Por fim, a quarta, "Defendiam um governo central forte, o voto universal e a participação popular na direção do processo revolucionário", caracteriza os jacobinos, grupo radical que liderou a fase mais radical da Revolução, incluindo o Terror.

Assim, a sequência correta é: nobreza, Diretório, jaqueries, jacobinos, correspondente à alternativa B). Essa correlação demonstra a complexidade da Revolução Francesa, que envolveu diferentes atores sociais e fases políticas, cada um com seus objetivos e impactos no processo histórico.