Questões Sobre Revolução Francesa - História - concurso
Questão 51
Desde o começo, o liberalismo europeu do século XIX foi
marcado por contradições. Havia contradições nas atitudes liberais
em relação ao passado, entre as ideias liberais quanto às táticas mais
adequadas ao presente e ainda quanto aos projetos liberais de
futuro. É por isso que tem sido tão difícil definir o liberalismo.
Para os historiadores — da mesma maneira que, outrora, para os
observadores contemporâneos — é complicado decidir até mesmo
se o liberalismo deve ser considerado como um movimento de
esquerda ou de direita.
Alan S. Kahan. Liberalism in nineteenth-century Europe. The political culture
of limited suffrage. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2003, p. 1 (com adaptações).
A respeito da trajetória do liberalismo europeu do século XIX, referido no fragmento de texto de Alan S. Kahan, julgue (C ou E) o item seguinte.
O liberalismo de Alexis de Tocqueville abriga uma apologia
dos valores das classes médias baseada na crença da força
civilizadora do comércio, popularizada por Adam Smith, entre
outros.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é E)
O liberalismo europeu do século XIX, conforme destacado por Alan S. Kahan, foi um movimento repleto de contradições, tanto em sua relação com o passado quanto em suas estratégias e visões de futuro. Essa complexidade torna difícil categorizá-lo simplesmente como um movimento de esquerda ou de direita. Dentro desse contexto, a afirmação sobre Alexis de Tocqueville e sua suposta apologia aos valores das classes médias, fundamentada na crença civilizadora do comércio — ideia associada a Adam Smith —, merece uma análise cuidadosa.
Alexis de Tocqueville, em sua obra, demonstrou preocupações distintas das defendidas por Adam Smith. Enquanto Smith enfatizava o papel do comércio e do interesse individual como forças civilizadoras, Tocqueville voltou sua atenção para os riscos da tirania da maioria e da centralização do poder, temas centrais em "A Democracia na América". Sua análise não se limitou a exaltar os valores das classes médias ou o comércio, mas sim a explorar os desafios da igualdade democrática e a preservação das liberdades individuais.
Portanto, a afirmação apresentada no item está equivocada, pois simplifica e distorce o pensamento de Tocqueville, atribuindo-lhe uma visão que não corresponde ao cerne de sua obra. O liberalismo tocquevilliano é mais complexo e não pode ser reduzido a uma mera defesa dos valores burgueses ou do comércio como força civilizadora. Assim, o gabarito correto é E) ERRADO.
Questão 52
Desde o começo, o liberalismo europeu do século XIX foi
marcado por contradições. Havia contradições nas atitudes liberais
em relação ao passado, entre as ideias liberais quanto às táticas mais
adequadas ao presente e ainda quanto aos projetos liberais de
futuro. É por isso que tem sido tão difícil definir o liberalismo.
Para os historiadores — da mesma maneira que, outrora, para os
observadores contemporâneos — é complicado decidir até mesmo
se o liberalismo deve ser considerado como um movimento de
esquerda ou de direita.
Alan S. Kahan. Liberalism in nineteenth-century Europe. The political culture
of limited suffrage. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2003, p. 1 (com adaptações).
A respeito da trajetória do liberalismo europeu do século XIX,
referido no fragmento de texto de Alan S. Kahan, julgue (C ou E)
o item seguinte.
Liberais atuantes na França da primeira metade do século XIX,
como Benjamin Constant e François Guizot, notabilizaram-se
por defender uma variante radical de liberalismo centrada na
defesa do princípio da soberania popular e da ampliação do
sufrágio.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é E)
O liberalismo europeu do século XIX, conforme destacado por Alan S. Kahan, foi um movimento marcado por contradições internas, tanto em suas concepções sobre o passado quanto em suas estratégias para o presente e projetos para o futuro. Essa complexidade dificulta até mesmo a classificação do liberalismo como um movimento de esquerda ou de direita, evidenciando sua natureza multifacetada.
No contexto francês da primeira metade do século XIX, figuras como Benjamin Constant e François Guizot emergiram como expoentes do liberalismo. Contudo, ao contrário do que sugere a afirmação em questão, esses pensadores não defendiam uma variante radical do liberalismo centrada na soberania popular e na ampliação do sufrágio. Pelo contrário, ambos eram representantes de um liberalismo moderado, que privilegiava a estabilidade política e a limitação do sufrágio às elites proprietárias, temendo os excessos democráticos e a instabilidade que poderiam resultar da participação massiva da população no processo político.
Benjamin Constant, por exemplo, defendia a liberdade individual e os direitos civis, mas via com cautela a ideia de soberania popular ilimitada, preferindo um sistema representativo que balanceasse os interesses da sociedade. François Guizot, por sua vez, era um defensor do "governo dos capacitados", sustentando que apenas aqueles com educação e propriedade deveriam ter direito ao voto. Portanto, a afirmação de que esses liberais franceses eram radicais e defendiam a ampliação do sufrágio está incorreta, reforçando a resposta E) ERRADO.
Questão 53
Os franceses fizeram em 1789 o maior esforço que um
povo já empreendeu, a fim de, por assim dizer, cortarem em dois o
seu destino e separarem por um abismo o que haviam sido até então
do que queriam ser dali em diante. Com esse objetivo, tomaram
toda espécie de precauções para não levarem para a sua nova
condição coisa alguma do passado; impuseram a si mesmos toda
sorte de coerções para se moldarem diferentemente de seus pais;
enfim, nada esqueceram para se tornarem irreconhecíveis.
Alexis de Tocqueville. O antigo regime e a revolução.
São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. xlii (com adaptações).
Francesa, sobretudo depois da abolição da monarquia
em 1792, impediu o reagrupamento das forças que compunham
o Antigo Regime e garantiu a estabilidade do regime
republicano francês até o final da Primeira Guerra Mundial.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é E)
O trecho de Tocqueville sobre a Revolução Francesa destaca o esforço consciente dos revolucionários em romper radicalmente com o passado, criando uma nova ordem política e social. No entanto, a afirmação de que essa descontinuidade impediu o reagrupamento das forças do Antigo Regime e garantiu a estabilidade republicana até o final da Primeira Guerra Mundial está incorreta.
A história francesa pós-Revolução foi marcada por instabilidade e alternâncias de regime. Após a queda da monarquia em 1792, a França experimentou períodos de turbulência, como o Terror Jacobino, o Diretório, o Consulado e o Império Napoleônico. Apesar dos ideais revolucionários, a monarquia foi restaurada em 1814, seguida por novas revoluções em 1830 e 1848. O Segundo Império (1852-1870) precedeu a Terceira República, que de fato durou até a Primeira Guerra Mundial, mas essa estabilidade foi conquistada apenas após décadas de conflitos políticos.
Portanto, a Revolução Francesa não eliminou definitivamente as forças do Antigo Regime, nem garantiu imediatamente a permanência do regime republicano. A afirmação contém imprecisões históricas, tornando a alternativa E (ERRADO) a correta.
Questão 54
Os franceses fizeram em 1789 o maior esforço que um
povo já empreendeu, a fim de, por assim dizer, cortarem em dois o
seu destino e separarem por um abismo o que haviam sido até então
do que queriam ser dali em diante. Com esse objetivo, tomaram
toda espécie de precauções para não levarem para a sua nova
condição coisa alguma do passado; impuseram a si mesmos toda
sorte de coerções para se moldarem diferentemente de seus pais;
enfim, nada esqueceram para se tornarem irreconhecíveis.
Alexis de Tocqueville. O antigo regime e a revolução.
São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. xlii (com adaptações).
caráter radical e de orientação socialista, controlou a cidade de
Paris por cerca de três meses, na esteira da derrota da França
na Guerra Franco-Prussiana.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é C)
O trecho de Alexis de Tocqueville sobre a Revolução Francesa destaca o esforço radical dos revolucionários para romper com o passado e construir uma nova sociedade. Esse desejo de transformação profunda também esteve presente na Comuna de Paris, movimento que emergiu após a derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). A Comuna representou uma experiência política única, marcada por ideais socialistas e pela participação popular, controlando Paris por aproximadamente três meses antes de ser violentamente reprimida.
Assim como a Revolução Francesa buscou reinventar a sociedade através de medidas radicais, a Comuna de Paris tentou implementar reformas profundas, como a separação entre Igreja e Estado, a gestão democrática do trabalho e a defesa dos direitos dos trabalhadores. Ambos os movimentos compartilharam o objetivo de romper com estruturas anteriores, embora em contextos históricos distintos. Portanto, a afirmação sobre a Comuna de Paris está correta (C), pois ela de fato exerceu controle sobre Paris e representou uma proposta política radical no século XIX.
Questão 55
“Os acontecimentos são como a espuma da história, bolhas
que, grandes ou pequenas, irrompem na superfície e, ao estourar,
provocam ondas que se propagam a maior ou menor distância”. São
de Georges Duby essas observações. De acordo com ele,
“acontecimentos sensacionais” — a exemplo da chegada da corte
portuguesa à cidade do Rio de Janeiro, em 1808; da criação do
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 1815;
da oficialização do rompimento entre Brasil e Portugal, em 1822;
da outorga da Carta Constitucional do Império, em 1824; e
da abdicação de D. Pedro I, em 1831 — podem apresentar valor
inestimável para a compreensão das circunstâncias históricas nas
quais se evidenciaram.
Cecília Helena de Salles Oliveira. Repercussões da revolução:
delineamento do império do Brasil, 1808/1831. In: Keila Grinberg e
Ricardo Salles (Orgs.). O Brasil imperial (vol. I – 1808-1831). Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 17 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial e
considerando aspectos marcantes do processo de independência do
Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.
As teses libertárias do Iluminismo, que embalaram a
Revolução Francesa de 1789 e impulsionaram a independência
das treze colônias inglesas na América do Norte, em 1776,
também chegaram ao Brasil, presentes em movimentos
emancipacionistas como as Conjurações Baiana (1798) e
Mineira (1789).
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é C)
O fragmento citado, ao mencionar os "acontecimentos sensacionais" que marcaram a formação do Império do Brasil, remete a um contexto mais amplo de transformações políticas e ideológicas que influenciaram o processo de independência. Entre essas influências, destacam-se as ideias iluministas, que ecoaram não apenas na Europa e na América do Norte, mas também no Brasil, inspirando movimentos emancipacionistas como a Conjuração Baiana (1798) e a Inconfidência Mineira (1789).
O Iluminismo, com sua defesa da liberdade, igualdade e soberania popular, serviu como base ideológica para a Revolução Francesa em 1789 e para a independência das treze colônias inglesas em 1776. No Brasil, essas mesmas ideias foram assimiladas por grupos locais que buscavam romper com o domínio colonial português. A Conjuração Baiana, por exemplo, tinha um caráter mais popular e defendia a abolição da escravidão, enquanto a Inconfidência Mineira era liderada pela elite, mas também refletia aspirações de autonomia influenciadas pelo pensamento iluminista.
Portanto, é correto afirmar que as teses libertárias do Iluminismo chegaram ao Brasil e estiveram presentes em movimentos que antecederam a independência, confirmando a alternativa C) CERTO.
Questão 56
depois sobre que poderiam atacar-me de que um historiador não pudesse defender-me?”
(BONAPARTE, Napoleão. O processo Napoleão. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de
história. v.III. Lisboa: Plátano, 1976, p.124).
Brumário. Sobre o significado histórico do Golpe 18 de Brumário, podemos afirmar:
- A)Destituiu a Convenção, liderada pelos girondinos, e abriu caminho para a radicalização do movimento por meio do Terror.
- B)Também conhecido como Convenção, marca o início da corrida imperialista francesa e a difusão de seu ideário revolucionário.
- C)Instalou a Ditadura Montanhesa sob a liderança de Napoleão, responsável pelo soerguimento da econômica francesa por meio do Bloqueio Continental, que isolou a Inglaterra.
- D)Consolidou a revolução burguesa na França, através da contenção dos inimigos internos (monarquistas e jacobinos) e externos, e sua expansão para o restante da Europa.
- E)Marca o início do Diretório, com Napoleão como Primeiro Cônsul, condição que permitiu a aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.
A alternativa correta é D)
O Golpe de 18 de Brumário, ocorrido em 1799, foi um marco decisivo na história da França revolucionária. Sob a liderança de Napoleão Bonaparte, esse evento político encerrou o período conturbado do Diretório e estabeleceu um novo regime, o Consulado. A afirmação de Napoleão, citada no texto, reflete sua autopercepção como restaurador da ordem após os anos de instabilidade e violência que caracterizaram a Revolução Francesa.
A alternativa correta, D, aponta que o golpe consolidou a revolução burguesa na França. De fato, Napoleão representou os interesses da burguesia, que buscava estabilidade política e garantias para suas conquistas econômicas. Seu governo conteve tanto as ameaças dos monarquistas, que desejavam restaurar o Antigo Regime, quanto dos jacobinos, que defendiam medidas mais radicais. Além disso, através das campanhas militares, Napoleão difundiu os ideais revolucionários pela Europa, mesmo que sob um regime autoritário.
As outras alternativas apresentam equívocos históricos. A Convenção foi anterior ao golpe (A); o imperialismo francês desenvolveu-se posteriormente (B); a Ditadura Montanhesa refere-se ao período jacobino (C); e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada em 1789, muito antes do Diretório (E).
Assim, o 18 de Brumário representou a transição entre a fase revolucionária propriamente dita e a estabilização do poder burguês sob um governo forte, que paradoxalmente preservou algumas conquistas da Revolução enquanto limitava suas aspirações democráticas. Napoleão, ao "aterrar o abismo anárquico", como afirmou, tornou-se o herdeiro ambíguo da Revolução Francesa.
Questão 57
deseja? Vir a ser alguma coisa”. (SIEYÈS, Emmanuel Joseph. Qu’est-ce que le Tiers-État. 1789).
se concentrava a maior parcela do Terceiro Estado, a Revolução trouxe importantes transformações, entre
as quais podemos destacar CORRETAMENTE:
- A)Extinção das pequenas propriedades rurais, que passaram a ser agrupadas em fazendas coletivas.
- B)Eliminação da condição de servidão sob a qual era mantida parte da população camponesa.
- C)Transformação de todos os tributos feudais em um imposto único, pago ao Estado anualmente em forma de produtos ou serviço militar.
- D)Expropriação dos pequenos lotes de terras e sua venda a quem os pudesse pagar, como forma de sustentar o governo jacobino.
- E)Transformação dos senhorios feudais em empresas agrícolas estatais no governo Diretório Girondino.
A alternativa correta é B)
A Revolução Francesa, um dos eventos mais marcantes da história moderna, trouxe profundas transformações sociais, políticas e econômicas, especialmente para o Terceiro Estado, que representava a maioria da população. Entre as mudanças mais significativas ocorridas no campo, destaca-se a eliminação da servidão, uma condição que subjugava grande parte dos camponeses sob o Antigo Regime.
O questionamento de Sieyès em Qu'est-ce que le Tiers-État (1789) reflete a insatisfação do Terceiro Estado, que, apesar de ser a base produtiva da sociedade, era excluído dos privilégios políticos e econômicos. A Revolução buscou corrigir essa desigualdade, e uma de suas conquistas foi justamente a abolição da servidão, libertando os camponeses de obrigações feudais que os mantinham presos à terra e à vontade dos senhores.
As outras alternativas apresentadas não correspondem às transformações reais ocorridas durante a Revolução. A extinção das pequenas propriedades (A) e sua expropriação (D) não foram políticas adotadas, assim como a criação de empresas agrícolas estatais (E) não ocorreu no governo girondino. Já a transformação dos tributos feudais em um imposto único (C) não reflete as medidas concretas implementadas, que priorizaram a libertação dos camponeses e a redistribuição mais justa das terras.
Portanto, a alternativa correta é a B), que aponta para a eliminação da servidão como uma das principais conquistas da Revolução Francesa no campo, alinhando-se aos ideais de liberdade e igualdade que nortearam o movimento.
Questão 58
A Revolução Francesa (1789)
- A)anulou todas as conquistas do Iluminismo.
- B)reforçou a escravidão nas áreas rurais.
- C)defendeu as teorias anarquistas do clero.
- D)baseou-se nos ideais de liberdade e igualdade.
- E)garantiu ao proletariado o controle do poder.
A alternativa correta é D)
A Revolução Francesa (1789)
- A) anulou todas as conquistas do Iluminismo.
- B) reforçou a escravidão nas áreas rurais.
- C) defendeu as teorias anarquistas do clero.
- D) baseou-se nos ideais de liberdade e igualdade.
- E) garantiu ao proletariado o controle do poder.
O gabarito correto é D).
Questão 59
Francesa, associado aos direitos da burguesia. Cidadão era então
o burguês (proprietário dos bens de produção) do sexo masculino
e habitante da cidade. Como decorrência das lutas sociais,
o conceito se ampliou para se vincular à questão dos Direitos
Humanos – a mais formidável conquista social da humanidade,
expressa na famosa Declaração da O.N.U. em 1948. Como consequência
dessa ampliação, pode-se afirmar que
- A)o Estado, enquanto instituição política, não tem obrigações relativas a questões sociais, sendo o cidadão livre para lutar ou submeter-se às leis do mercado.
- B)o conceito de cidadania pouco mudou desde a Revolução Francesa, apesar da intensa luta de classes que marcou os séculos XIX e XX nas sociedades do Ocidente.
- C)cidadão é o habitante da cidade, conforme a etimologia da palavra, e se refere ao fato de que nas cidades se goza de mais liberdade do que no campo.
- D)cidadão é hoje o habitante de um país, no campo ou na cidade, desde que não seja analfabeto, o que o impede de votar.
- E)um bom indicador do grau de cidadania de um país é o cuidado e a proteção que se dá a crianças, adolescentes e idosos, categorias frágeis que exigem políticas públicas especiais.
A alternativa correta é E)
O conceito de cidadania, inicialmente vinculado à burguesia durante a Revolução Francesa, passou por significativas transformações ao longo dos séculos, ampliando-se para abranger os Direitos Humanos como um princípio fundamental. Essa evolução histórica demonstra que a cidadania não se limita mais a um grupo específico, mas se estende a todos os indivíduos, independentemente de sua condição social, gênero ou local de residência.
A alternativa correta, E), destaca um aspecto essencial da cidadania contemporânea: a proteção dos grupos mais vulneráveis, como crianças, adolescentes e idosos. Essa perspectiva reforça a ideia de que a cidadania está intrinsecamente ligada à garantia de direitos e à implementação de políticas públicas que promovam a dignidade humana. Um país que prioriza o bem-estar dessas categorias demonstra um elevado grau de maturidade social e compromisso com os princípios democráticos.
As demais alternativas apresentam visões limitadas ou equivocadas sobre o tema. A cidadania não se restringe ao âmbito urbano (C), nem se mantém inalterada desde a Revolução Francesa (B). Também não é correto afirmar que o Estado não tem responsabilidades sociais (A) ou que a cidadania depende exclusivamente da alfabetização (D). A verdadeira cidadania exige a participação ativa do Estado e da sociedade na construção de um ambiente justo e igualitário para todos.
Questão 60
modelo liberal, a defesa do livre mercado, o incentivo à
especialização, a discussão sobre os ideais de liberdade
e igualdade que apontavam para uma sociedade em que
se romperia com as hierarquias de sangue e a soberania
sacralizada, com as tradições e os particularismos,
em nome do universal, da razão e da revolução. Na modernidade,
confirmou-se uma lógica, uma retórica e uma
ideologia. Lógica no campo sociológico, no filosófico e no
político, que se chamam, respectivamente:
- A)socialismo, pragmatismo e imperialismo americano.
- B)comunismo, idealismo e imperialismo.
- C)capitalismo, positivismo e democracia formal para defender a liberdade.
- D)socialismo, idealismo e monarquia parlamentarista.
- E)capitalismo, iluminismo e monarquia.
A alternativa correta é C)
A modernidade, sob a perspectiva econômica, consolidou um novo paradigma baseado no liberalismo, na defesa do livre mercado e no estímulo à especialização. Esse período histórico foi marcado por intensas discussões sobre os ideais de liberdade e igualdade, que buscavam romper com as estruturas hierárquicas tradicionais, como as baseadas em linhagem sanguínea e a soberania de caráter sagrado. Em seu lugar, emergiram valores universais, pautados pela razão e pela revolução, que rejeitavam particularismos e tradições arraigadas.
Nesse contexto, a modernidade estabeleceu uma lógica, uma retórica e uma ideologia específicas, cada uma delas refletida em diferentes campos do conhecimento. No âmbito sociológico, a lógica que prevaleceu foi a do capitalismo, sistema econômico que se alinhava perfeitamente com os princípios do livre mercado e da acumulação de capital. Filosoficamente, o positivismo ganhou destaque, defendendo a ideia de que o conhecimento científico e a razão eram os pilares para o progresso humano. No campo político, a democracia formal emergiu como o modelo ideal para garantir as liberdades individuais e a participação política, ainda que dentro de estruturas muitas vezes limitadas.
Essa tríade — capitalismo, positivismo e democracia formal — representou a síntese dos valores modernos, consolidando-se como a resposta mais adequada à pergunta apresentada. As demais alternativas, como socialismo, comunismo ou monarquias, não correspondem à mesma precisão histórica e conceitual quando se trata de definir os pilares da modernidade econômica, filosófica e política.