Questões Sobre Revolução Francesa - História - concurso

O período conhecido como o "Terror" durante a Revolução Francesa foi marcado por uma série de eventos e medidas radicais implementadas pelos jacobinos, liderados por Maximilien Robespierre. Entre as principais características desse período, destacam-se o predomínio político dos jacobinos, a criação de um Tribunal Revolucionário e comitês revolucionários para perseguir e punir os "inimigos da revolução", o tabelamento de preços de gêneros alimentícios para conter a inflação e garantir o abastecimento da população, e o fim da escravidão nas colônias francesas.

A alternativa C) é a única que reúne corretamente todas essas características do Terror. As outras alternativas misturam eventos de períodos diferentes ou incluem fatos que não são específicos do Terror, como a proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (alternativa A), o fechamento dos clubes jacobinos (alternativa B), a invasão da França por exércitos estrangeiros (alternativa D) ou o predomínio de Napoleão Bonaparte (alternativa E).

O Terror representou o ápice do radicalismo revolucionário, quando os jacobinos usaram métodos extremos para defender a revolução contra seus inimigos internos e externos, antes de serem derrubados pelo golpe do 9 Termidor que marcou o fim desse período sangrento.

Com base nos estudos de Emília Viotti da Costa, podemos analisar as limitações do liberalismo no Brasil a partir das afirmativas apresentadas. A primeira afirmação (I) destaca que os princípios liberais no país não emergiram de uma luta burguesa contra os privilégios aristocráticos, como ocorreu em outros contextos históricos. Essa particularidade brasileira reflete uma adaptação do liberalismo a uma estrutura social ainda marcada por relações tradicionais de poder.

A segunda afirmação (II) aponta a escravidão como um obstáculo fundamental ao desenvolvimento pleno do liberalismo no Brasil. A manutenção do sistema escravista entrava em contradição direta com os ideais de igualdade e liberdade individual, bases do pensamento liberal. A persistência dessa instituição durante grande parte do século XIX demonstra como o liberalismo brasileiro foi seletivo em sua aplicação.

Já a terceira afirmação (III), que atribui à Igreja Católica um papel limitador do liberalismo, apresenta uma visão menos consensual. Embora a Igreja tenha tido posições conservadoras em diversos momentos, não se pode afirmar que ela tenha sido um obstáculo sistemático ao liberalismo no Brasil. Muitos padres e religiosos participaram ativamente dos movimentos de independência e de construção do Estado nacional, que incorporavam elementos liberais.

Portanto, as afirmações corretas são I e II, como indicado na alternativa D. Essa análise revela como o liberalismo no Brasil assumiu características particulares, marcadas pela conciliação com estruturas sociais arcaicas e pela dificuldade em superar instituições incompatíveis com seus princípios fundamentais.

A Revolução Francesa, iniciada em 1789, foi um marco histórico que transformou não apenas a França, mas também influenciou movimentos revolucionários em todo o mundo. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a D), que aborda o 18 Brumário como um golpe de estado apoiado por um grupo político-militar, consolidando os interesses burgueses na França.

O 18 Brumário ocorreu em 1799 e foi liderado por Napoleão Bonaparte, marcando o fim do Diretório e o início do Consulado. Esse evento representou a ascensão de uma nova elite burguesa ao poder, afastando as instabilidades políticas anteriores e estabelecendo um governo mais centralizado. A Revolução Francesa, em suas diversas fases, passou por momentos de radicalismo, como o Período do Terror (alternativa B), e tentativas de equilíbrio, como o Diretório (alternativa C), mas foi com o 18 Brumário que se consolidou uma estrutura de poder alinhada aos interesses da burguesia.

As outras alternativas apresentam imprecisões históricas. A Assembleia Nacional Constituinte (alternativa A) não instituiu o voto universal e a abolição da escravidão na França só ocorreria anos depois. Já a Convenção Nacional (alternativa E) não teve início com a Tomada da Bastilha, mas sim em 1792, após a queda da monarquia. Portanto, a alternativa D) é a que melhor descreve um dos momentos decisivos da Revolução Francesa, marcando a transição para uma nova ordem política.

O ensaio a seguir analisa as diferenças entre a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791), destacando a principal divergência entre os dois documentos no contexto da Revolução Francesa.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada em 1789, estabelece princípios universais de liberdade, igualdade e fraternidade, fundamentais para a construção de uma sociedade baseada nos ideais revolucionários. No entanto, embora utilize termos como "homem" e "cidadão", o texto não menciona explicitamente as mulheres, refletindo as limitações de uma sociedade ainda marcada por estruturas patriarcais. Os artigos enfatizam direitos naturais, como liberdade e propriedade, mas não abordam a questão de gênero, deixando as mulheres à margem do projeto político burguês.

Em contraste, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrita por Olympe de Gouges em 1791, surge como uma resposta direta à exclusão feminina. O texto não apenas replica a estrutura da declaração de 1789, mas também insere a mulher como sujeito de direitos, exigindo igualdade política e social. O artigo 1º, por exemplo, afirma que "a mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem", enquanto o artigo 13 defende a participação feminina em cargos públicos e atividades econômicas, algo impensável na declaração anterior. Essa abordagem revela uma crítica ao universalismo abstrato da Revolução, que, na prática, beneficiava apenas os homens.

Portanto, a principal diferença entre os textos reside no fato de que a declaração de 1789 propõe direitos universais sem considerar as especificidades de gênero, enquanto a de 1791 explicita a necessidade de igualdade entre homens e mulheres, reivindicando espaço político e econômico para as cidadãs. A alternativa B) corretamente identifica essa distinção, pois o texto de Olympe de Gouges não apenas iguala os gêneros em teoria, mas também demanda ações concretas para garantir a participação feminina na vida pública.

O texto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, apresenta um discurso universalista, afirmando que "os homens nascem e são livres e iguais em direitos". No entanto, embora utilize o termo "homem" de forma genérica, não há uma menção explícita às mulheres, refletindo as limitações da época em relação à igualdade de gênero. Os artigos destacam direitos fundamentais como liberdade, propriedade e resistência à opressão, mas sem uma abordagem específica sobre a participação feminina na vida política e social.

Já o texto de 1791, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrito por Olympe de Gouges, corrige essa omissão ao afirmar claramente que "a mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem". O documento não apenas replica os princípios da declaração anterior, mas os adapta para incluir explicitamente as mulheres, exigindo igualdade de direitos e participação ativa nos espaços públicos, como política, cargos administrativos e indústria. A principal diferença, portanto, está na defesa da igualdade de gênero, algo que o texto de 1789 não aborda de forma direta.

Assim, a alternativa B) é a correta, pois identifica que o texto de 1789 propõe direitos universais sem tratar da questão de gênero, enquanto o de 1791 busca equiparar homens e mulheres, reivindicando a atuação feminina em áreas tradicionalmente dominadas por homens.

A Revolução Francesa foi um marco histórico que transformou não apenas a França, mas também influenciou profundamente o pensamento político e social em todo o mundo. Entre suas principais consequências, destacam-se o fim do absolutismo, a ascensão da burguesia ao poder e a difusão de ideais como liberdade, igualdade e fraternidade. No entanto, algumas afirmações sobre esse período e seus desdobramentos podem conter equívocos.

Analisando as alternativas apresentadas, a incorreta é a letra A, que afirma que a Revolução Francesa defendeu os princípios do sistema feudal nas colônias. Na verdade, a Revolução Francesa foi um movimento que rompeu com o feudalismo e promoveu o liberalismo econômico, abolindo privilégios aristocráticos e consolidando o capitalismo burguês. As colônias, embora não tenham sido imediatamente beneficiadas por essas mudanças, não representavam uma manutenção do feudalismo, mas sim um sistema de exploração colonial distinto.

As demais alternativas estão corretas: a letra B menciona corretamente a proclamação da República e a adoção de um novo calendário durante a Convenção; a letra C descreve com precisão o golpe de 18 Brumário, liderado por Napoleão Bonaparte; a letra D refere-se ao Congresso de Viena como uma reação conservadora às ideias revolucionárias; e a letra E explica corretamente a Santa Aliança como um pacto militar contra movimentos liberais.

Portanto, a alternativa que contém a afirmação incorreta sobre a Revolução Francesa e seus desdobramentos é a A.

No que se refere à trajetória histórica dos direitos humanos e dos cidadãos, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada durante a Revolução Francesa em 1789, representa um marco fundamental na consolidação dos direitos individuais e no papel do Estado como seu protetor.

Esse documento revolucionário estabeleceu princípios como a igualdade perante a lei, a liberdade individual e a soberania popular, influenciando profundamente as constituições modernas e a concepção de direitos fundamentais. Ao afirmar que "os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos", a Declaração de 1789 rompeu com o antigo regime e lançou as bases para um novo paradigma jurídico e político.

Portanto, é correto afirmar que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um passo decisivo para o desenvolvimento da ideia do Estado como garantidor de direitos, consolidando valores que permanecem essenciais até os dias atuais. A alternativa C) CERTO está, de fato, correta.

O item em questão afirma que uma consequência direta da Revolução Francesa foi a equiparação de direitos entre homens e mulheres na França e na Europa Ocidental, concluindo esse processo na virada do século XVIII. Contudo, essa afirmação está incorreta, conforme indicado pelo gabarito (E) ERRADO.

A Revolução Francesa (1789) trouxe avanços significativos para os direitos humanos, como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que proclamava ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. No entanto, esses princípios não se estenderam plenamente às mulheres na época. A participação feminina na revolução foi marcante, mas suas demandas por direitos políticos e civis foram amplamente ignoradas.

Figuras como Olympe de Gouges, que publicou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791), desafiaram a exclusão feminina, mas foram silenciadas – Gouges foi executada durante o período do Terror. A França e a Europa Ocidental só começariam a conquistar direitos equânimes para as mulheres muito depois, principalmente a partir do século XIX e XX, com lutas pelo sufrágio feminino e pela igualdade jurídica.

Portanto, a equiparação de direitos entre gêneros não foi uma consequência imediata da Revolução Francesa, tornando a afirmação do item falsa. A igualdade formal e real entre homens e mulheres é um processo histórico ainda em desenvolvimento, distante da realidade do século XVIII.

A Revolução Francesa, iniciada em 1789, foi um marco fundamental na construção da sociedade contemporânea. Seu impacto ultrapassou as fronteiras da França, influenciando movimentos políticos e sociais em todo o mundo. Entre as alternativas apresentadas, a opção A) é a correta, pois destaca a dimensão social e popular da Revolução, que a tornou um símbolo universal de luta pela liberdade.

A Revolução Francesa não apenas derrubou a monarquia absoluta, mas também propagou ideais de igualdade, fraternidade e liberdade, inspirando povos oprimidos a buscar seus direitos. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento central desse processo, refletiu aspirações que transcendiam os interesses burgueses, alcançando camadas mais amplas da sociedade.

Embora a burguesia tenha se beneficiado politicamente, a Revolução não se limitou a consolidar seu domínio. Pelo contrário, seu caráter popular e inclusivo permitiu que se tornasse uma referência para movimentos democráticos e revolucionários posteriores. Dessa forma, a alternativa A) capta a essência transformadora da Revolução Francesa, que ultrapassou barreiras sociais e geográficas, tornando-se um legado para a humanidade.

A Revolução Francesa, como marco histórico fundamental, estabeleceu os princípios da revolução burguesa, difundindo valores liberais e democráticos que influenciaram profundamente o Ocidente. No entanto, a partir de 1830, esse movimento revolucionário sofreu uma transformação significativa, conforme apontado pelo historiador Eric Hobsbawm, que caracterizou esse período como o surgimento de "movimentos nacionalistas conscientes".

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra C), que descreve a fragmentação do movimento revolucionário burguês em direção a interesses nacionais particulares. Essa mudança representou um afastamento do universalismo liberal inicial, substituindo-o por uma ênfase nas identidades e prioridades nacionais. Cada movimento passou a defender sua própria nação como caminho para a liberdade, em vez de um projeto revolucionário comum.

Essa transição reflete a complexidade do século XIX, em que os ideais da Revolução Francesa foram reinterpretados e adaptados a contextos locais. O nacionalismo emergente não apenas redefiniu as lutas políticas, mas também pavimentou o caminho para os conflitos e alianças que moldariam a Europa no século seguinte.