Questões Sobre Revolução Francesa - História - concurso

Segundo Umberto Eco (1989), a Revolução Francesa teve um impacto significativo não apenas na França, mas em todo o mundo, difundindo ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que influenciaram movimentos políticos e sociais em diversos contextos. A análise da citação e das alternativas apresentadas permite identificar as influências mais relevantes desse evento histórico.

A alternativa I está incorreta, pois a Revolução Francesa não se limitou ao campo, nem ignorou questões jurídicas como o habeas corpus. Pelo contrário, seu caráter universalista permitiu que suas ideias transcendessem fronteiras. Já a alternativa II está correta, uma vez que a Revolução Francesa inspirou movimentos como a Revolução Haitiana (1791-1804) e a Conjuração Baiana (1798), ambos influenciados pelos ideais de liberdade e igualdade.

A alternativa III também está correta, pois, embora a Revolução Inglesa do século XVII tenha sido importante, seu impacto foi mais localizado, enquanto a Revolução Francesa provocou mudanças imediatas e duradouras no cenário político ocidental. Por fim, a alternativa IV está correta, já que o final do século XVIII apresentava um contexto mais favorável à aceitação de transformações sociais, o que amplificou os efeitos da Revolução Francesa.

Portanto, a resposta correta é D) II, III e IV, pois essas alternativas refletem de maneira precisa a influência da Revolução Francesa em outros movimentos e contextos históricos, conforme destacado por Umberto Eco.

Em relação ao século XVIII, julgue os itens seguintes.

O principal momento de radicalização da Revolução Francesa foi o chamado Terror, que intentava combater os inimigos externos da revolução, o império austríaco e, posteriormente, a Inglaterra.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E).

A respeito do surgimento dos termos "feudal" e "feudalismo", é correto afirmar que sua consolidação como conceitos históricos ocorreu durante o século XVIII, em um contexto marcado por transformações políticas, sociais e intelectuais. O Iluminismo e a Revolução Francesa foram movimentos fundamentais que impulsionaram uma nova interpretação da Idade Média, caracterizando-a como um período de opressão e fragmentação do poder, em contraste com os ideais de razão, liberdade e centralização do Estado moderno.

Nesse sentido, os pensadores iluministas e os revolucionários franceses utilizaram o termo "feudalismo" de forma pejorativa, associando-o aos privilégios da nobreza e do clero, que eram vistos como obstáculos ao progresso e à igualdade. Dessa maneira, a construção do conceito de feudalismo está intimamente ligada às críticas do século XVIII, que buscavam justificar as mudanças em direção a um novo sistema econômico e político: o capitalismo.

Portanto, a afirmação de que o surgimento desses termos está relacionado às transformações do século XVIII, como o Iluminismo e a Revolução Francesa, está correta (C).

A Revolução Francesa de 1789 foi um marco histórico que transformou não apenas a estrutura política da França, mas também a maneira como as pessoas comuns passaram a se envolver e expressar suas ideias políticas. O texto destacado aponta que, antes da revolução, o vocabulário político era limitado, já que a política estava confinada ao ambiente da corte em Versalhes, distante da maioria da população. Com o advento da revolução, o povo começou a participar ativamente da vida política, necessitando, assim, de novas palavras para descrever suas experiências e ações.

A alternativa D) é a correta porque a Revolução Francesa de fato ampliou significativamente a participação política dos cidadãos comuns e renovou as formas de expressão política. Ao derrubar o Antigo Regime, a revolução abriu espaço para que novas ideias e conceitos fossem discutidos publicamente, democratizando o debate e permitindo que camadas mais amplas da sociedade se engajassem na construção de um novo sistema político.

As outras alternativas não correspondem totalmente à realidade histórica. A alternativa A) menciona o surgimento de conceitos como socialismo e liberalismo, que, embora tenham ganhado força posteriormente, não foram criações diretas da Revolução de 1789. A alternativa B) é incorreta porque o sufrágio universal não foi implantado imediatamente, e a burguesia continuou a ter influência política. A alternativa C) também está errada, pois a monarquia não foi extinta de imediato (a República só foi proclamada em 1792) e a democratização foi um processo gradual. Por fim, a alternativa E) desconsidera o impacto nacional da revolução, que se espalhou para além de Paris, afetando toda a França.

Portanto, a Revolução Francesa representou um momento de profunda transformação, no qual a participação política se expandiu e o vocabulário político se renovou, refletindo as novas realidades vividas pelos cidadãos.

A afirmação de Modesto Florenzano sobre a Revolução Francesa não poder ser reduzida a uma mera revolução burguesa encontra respaldo na análise histórica. A alternativa D) é a correta, pois reconhece que o processo revolucionário foi marcado não apenas pela atuação da burguesia, mas também por intensas mobilizações de camponeses e trabalhadores urbanos, que desempenharam papéis fundamentais na transformação da sociedade francesa.

A Revolução Francesa foi um fenômeno complexo, resultante de tensões sociais, econômicas e políticas que envolviam diversos grupos. Enquanto a burguesia buscava maior participação no poder e a derrubada dos privilégios aristocráticos, os camponeses lutavam contra a opressão feudal, e os sans-culottes, nas cidades, exigiam melhores condições de vida e representação política. Essas mobilizações populares foram essenciais para radicalizar a revolução e impor mudanças como a abolição dos direitos feudais e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Portanto, reduzir a Revolução Francesa a um movimento exclusivamente burguês seria ignorar o caráter multifacetado e popular que a definiu. A alternativa D) corretamente destaca essa pluralidade de forças sociais envolvidas, confirmando a visão de Florenzano.

A Revolução Francesa, iniciada em 1789, foi um marco fundamental na transição do feudalismo para o capitalismo, alterando profundamente as estruturas políticas, sociais e econômicas da França e influenciando todo o mundo ocidental. Entre as transformações promovidas por esse movimento, a alternativa CORRETA é a letra A), que afirma:

"Os privilégios feudais e o regime de servidão foram abolidos, destruindo a base social que sustentava o Antigo Regime absolutista francês."

Essa afirmação está correta porque a Revolução Francesa, especialmente em sua fase inicial, buscou eliminar os resquícios do feudalismo que ainda persistiam na sociedade francesa. A Assembleia Nacional Constituinte, em 1789, decretou a abolição dos privilégios feudais e da servidão, extinguindo assim as bases jurídicas e sociais que sustentavam a desigualdade do Antigo Regime. Essa medida foi essencial para desmontar o poder da aristocracia e abrir caminho para uma sociedade baseada em princípios burgueses, como a igualdade jurídica e a liberdade econômica.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos:

• B) A Revolução não fortaleceu o clero católico; pelo contrário, confiscou seus bens e subordinou a Igreja ao Estado.
• C) Embora a monarquia tenha sido derrubada e a República proclamada, a propriedade privada não foi abolida, pois a Revolução atendia aos interesses da burguesia.
• D) A Revolução rompeu com a Igreja Católica, mas não adotou o protestantismo, instituindo, em vez disso, um culto secular como o da Razão.
• E) A Revolução, em seu auge radical, promoveu mudanças profundas nas relações de propriedade e trabalho, abolindo os vestígios feudais.

Portanto, a alternativa A) é a única que reflete com precisão uma das principais conquistas da Revolução Francesa: o fim dos privilégios feudais e a destruição do Antigo Regime.

O discurso de Robespierre, em 5 de fevereiro de 1794, reflete os ideais defendidos pelos jacobinos durante a Revolução Francesa, especialmente aqueles ligados à pequena e média burguesia e às camadas populares. O trecho em questão evidencia uma crítica profunda aos valores da aristocracia e da alta burguesia, propondo uma transformação radical na sociedade baseada em princípios de igualdade, virtude cívica e justiça social.

Robespierre, como líder dos jacobinos, representava um grupo político que buscava consolidar os ideais revolucionários de forma mais radical, incluindo a defesa dos direitos das camadas menos privilegiadas da população. O texto menciona a substituição de valores como o egoísmo, a honra vazia e o amor ao dinheiro por conceitos como moral, probidade e amor à glória — elementos que se alinham com a busca por uma sociedade mais justa e igualitária.

As outras alternativas apresentadas não correspondem ao perfil dos jacobinos. A alta burguesia (A) e a nobreza esclarecida (D) estavam mais associadas a grupos moderados ou mesmo contrários às medidas radicais defendidas por Robespierre. O clero francês (B), embora alguns membros tenham apoiado a Revolução em seus estágios iniciais, não era o foco principal do discurso jacobino. Já os militares (C), apesar de terem papel importante, não eram o grupo político central por trás das ideias expressas no texto.

Portanto, a alternativa correta é E) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça social e direitos políticos, pois o discurso de Robespierre estava diretamente ligado a esses setores, que buscavam uma transformação profunda na sociedade francesa.

A Revolução Francesa de 1789 é amplamente reconhecida como um marco divisor na história ocidental, simbolizando a transição entre o Antigo Regime e a Era Contemporânea. François Furet destaca esse evento como uma chave explicativa para compreender as transformações políticas, sociais e ideológicas que moldaram o mundo moderno. Entre as afirmativas apresentadas, a alternativa D) é a correta, pois captura a essência contraditória da Revolução: enquanto propagava ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, seus líderes frequentemente relativizavam esses conceitos na prática.

A Revolução Francesa não foi um movimento homogêneo ou exclusivamente burguês, como sugerem as alternativas B) e C). A burguesia, embora protagonista, era um grupo diversificado em seus interesses, e o processo revolucionário contou com a participação decisiva de outros setores, como os sans-culottes e o campesinato. Isso invalida também a afirmação E), já que a aliança com essas classes demonstra justamente a estratégia burguesa para consolidar seu poder.

Quanto à alternativa A), embora 1789 seja um marco simbólico forte, a periodização histórica não é unânime entre todas as correntes historiográficas. Portanto, a resposta mais precisa é mesmo a D), que reconhece o caráter ambíguo da Revolução: um farol de ideais iluministas que, no calor da ação política, foi adaptado às conveniências dos grupos no poder.

O movimento revolucionário francês de 1789 foi um marco histórico que passou por diversas etapas, cada uma com suas particularidades e transformações. Entre essas fases, destacou-se a Convenção Nacional (1792-1795), um período marcado por medidas radicais e reformas profundas na sociedade francesa. No entanto, nem todas as características atribuídas a esse momento condizem com a realidade.

Durante a Convenção, foram implementadas políticas revolucionárias como a adoção de um novo calendário, que buscava romper com a tradição cristã e estabelecer uma nova concepção de tempo (alternativa A). Além disso, a "Lei do Máximo" (alternativa B) representou uma intervenção estatal na economia, fixando preços para conter a inflação e garantir o abastecimento, contrariando os princípios liberais da burguesia. Outra medida importante foi a extinção da obrigação de indenização dos camponeses aos antigos senhores feudais (alternativa C), consolidando a abolição dos privilégios do Antigo Regime. Também houve a criação de um exército baseado no mérito (alternativa E), reforçando os ideais de igualdade e competência.

Contudo, a alternativa D) não corresponde a uma medida da Convenção Nacional. A Constituição Civil do Clero foi elaborada durante a Assembleia Nacional Constituinte (1790), antes mesmo da Convenção, e visava subordinar a Igreja ao Estado, confiscando seus bens e exigindo juramento dos religiosos. Portanto, essa medida não pode ser atribuída ao período da Convenção, tornando a alternativa D) a correta no contexto da questão.

A Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, foi um marco histórico que pôs fim ao Antigo Regime, um sistema social e político que predominou na Europa durante os tempos modernos. O Antigo Regime era caracterizado por uma estrutura estamental, profundamente hierárquica e desigual, que beneficiava principalmente o clero e a nobreza em detrimento da maioria da população.

A alternativa correta, portanto, é a letra E, que descreve essa sociedade como "estamental, baseada em privilégios, favorecendo o clero e a nobreza". Essa estrutura social mantinha as pessoas divididas em ordens ou estamentos, com direitos e deveres desiguais, onde o Terceiro Estado (composto pela burguesia, camponeses e trabalhadores urbanos) sustentava os privilégios das elites através de impostos e obrigações.

As demais alternativas não correspondem ao Antigo Regime:

• A) O iluminismo, na verdade, criticava o autoritarismo do Antigo Regime.
• B) O liberalismo e a ideia de livre mercado surgiram como oposição ao sistema vigente.
• C) O socialismo só viria a se desenvolver no século seguinte.
• D) Não havia liberdade partidária ou de expressão no sistema absolutista.

A Revolução Francesa rompeu com essa estrutura ao proclamar os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, inaugurando uma nova era na história política ocidental.