Os diversos grupos envolvidos na Revolução Francesa interpretaram diferentemente os princípios teóricos que a fundamentaram. Uma interpretação desses princípios pode ser exemplificada no Manifesto dos Iguais, que se expressava nos seguintes termos: Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril dicção da lei. E hoje, q uando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: ―Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, mis eráveis?‖ Que mais queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas. BABEUF, Graco. Manifesto dos Iguais. Disponível em: <www.marxists.org/portugues /babeuf/1796/mes/manifesto.html>. Acesso em: 17 set. 2012. [Adaptado]Elaborado na fase do Diretório, esse Manifesto inspirou a ˜Conspiração dos Iguais˜, que foi sufocada, e seu líder, Graco Babeuf, preso e executado. No contexto da Revolução Francesa, esses acontecimentos evidenciam que
princípios teóricos que a fundamentaram. Uma interpretação desses princípios pode ser
exemplificada no Manifesto dos Iguais, que se expressava nos seguintes termos:
reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a
igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril dicção da lei. E hoje, q uando essa
igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: ―Calai-vos,
miseráveis! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a
igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, mis eráveis?‖ Que
mais queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da
igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas.
sufocada, e seu líder, Graco Babeuf, preso e executado.
- A)o partido conservador, cujos membros eram conhecidos como realistas, uniu-se à alta burguesia e lutava para restaurar a monarquia.
- B)a facção dos radicais, liderada por Robespierre, temia a ascensão das massas operárias .
- C)os ideais inspiradores do movimento revolucionário foram aplicados na medida em que atenderam os interesses da burguesia.
- D)as ideias radicais orientaram a ação dos jacobinos, que assumiram a liderança do processo revolucionário.
Resposta:
A alternativa correta é C)
O Manifesto dos Iguais, escrito por Graco Babeuf durante a fase do Diretório na Revolução Francesa, revela uma crítica contundente à aplicação seletiva dos princípios revolucionários. Enquanto a Revolução pregava liberdade, igualdade e fraternidade, o texto denuncia a desigualdade material que persistia, apesar da igualdade jurídica proclamada. A burguesia, classe que liderou o processo revolucionário, garantiu direitos políticos e econômicos que beneficiavam seus próprios interesses, mas negligenciou as demandas por igualdade real das camadas populares.
A resposta correta (alternativa C) aponta justamente para essa contradição: os ideais revolucionários foram aplicados apenas na medida em que atendiam aos interesses burgueses. Enquanto a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão estabelecia igualdade perante a lei, as desigualdades sociais e econômicas permaneceram intocadas. O movimento liderado por Babeuf representou uma tentativa radical de levar os princípios da Revolução às últimas consequências, exigindo "igualdade efetiva ou a morte", o que resultou em sua repressão violenta pelo governo do Diretório.
Esse episódio demonstra como a Revolução Francesa, apesar de seu caráter transformador, não conseguiu (ou não quis) romper completamente com as estruturas de privilégio. A execução de Babeuf simboliza o limite imposto pela burguesia às aspirações mais radicais de igualdade social, consolidando uma ordem que mantinha as massas trabalhadoras em posição subalterna, mesmo após a queda do Antigo Regime.
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