Questões Sobre Revolução Russa de 1917 - História - concurso

O decreto sobre terras, promulgado em 26 de outubro (8 de novembro) de 1917 pela Reunião dos Sovietes de Deputados Operários e Soldados, reflete um dos pilares fundamentais da Revolução Russa: a coletivização da terra como meio de produção. Este documento histórico, assinado por Vladimir Lênin, abolia a propriedade latifundiária sem indenização e transferia terras de latifundiários, conventos e igrejas para o controle dos comitês de terras e dos Sovietes de Deputados Camponeses. A medida tinha como objetivo redistribuir a terra de forma mais justa, atendendo às demandas dos camponeses e consolidando o poder revolucionário.

A alternativa correta, A), destaca que os revolucionários defendiam a coletivização da terra, entendendo-a como um recurso que deveria ser controlado coletivamente em benefício do povo. Isso contrastava radicalmente com a estrutura agrária anterior, marcada pela concentração de terras nas mãos de uma minoria privilegiada. O decreto também estabelecia punições para danos aos bens confiscados, reforçando a ideia de que esses recursos agora pertenciam ao povo e não poderiam ser vandalizados ou apropriados indevidamente.

As outras alternativas estão incorretas. A alternativa B) é falsa, pois o decreto explicitamente confiscava terras da igreja e dos conventos, mostrando que o movimento revolucionário não tinha um viés clerical. A alternativa C) também está errada, já que a proteção dos bens confiscados visava garantir sua integridade para o uso coletivo, não para preservar a propriedade privada. Por fim, a alternativa D) é equivocada, pois o decreto priorizava os interesses dos camponeses e trabalhadores, não buscando equilibrar as demandas de todas as classes sociais.

Portanto, o decreto sobre terras foi um instrumento crucial para consolidar as transformações sociais e econômicas promovidas pela Revolução Russa, alinhando-se ao princípio da coletivização dos meios de produção.

No trecho analisado, Lênin aborda uma divergência fundamental na interpretação da doutrina marxista, especialmente no contexto da Revolução de 1917. Ele critica veementemente a visão dos socialistas-revolucionários e mencheviques, que defendiam a ideia de que o Estado poderia servir como um mediador neutro entre as classes sociais, especificamente entre a burguesia e o proletariado. Essa perspectiva, segundo Lênin, está enraizada na teoria burguesa da "conciliação" de classes, que ele considera uma distorção oportunista do marxismo.

Para Lênin, o Estado não é um instrumento neutro, mas sim um órgão de dominação de classe, incapaz de conciliar interesses antagônicos. Essa crítica é central em sua obra O Estado e a Revolução, onde ele argumenta que a função do Estado é assegurar o poder da classe dominante. Portanto, a ideia de que o Estado poderia intermediar as disputas entre burguesia e proletariado (alternativa C) é rejeitada por Lênin como uma ilusão pequeno-burguesa, distante do verdadeiro socialismo revolucionário.

A análise de Lênin revela uma clara oposição às correntes reformistas que buscavam adaptar o marxismo a uma perspectiva conciliatória. Sua posição reforça a necessidade de uma ruptura revolucionária, na qual o proletariado assumiria o controle do Estado para transformá-lo em um instrumento de sua própria dominação, eliminando assim as estruturas de opressão burguesa. Essa visão radical marca a distinção entre os bolcheviques e outras correntes socialistas da época.

Fonte: LENIN, Vladimir Ilitch. O Estado e a revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2007. p. 12.

O tema central deste ensaio é a análise das afirmações sobre a Revolução Russa, destacando a alternativa correta e contextualizando os eventos históricos mencionados. A Revolução Russa de 1917 foi um marco fundamental no século XX, transformando não apenas a Rússia, mas também influenciando movimentos sociais e políticos em todo o mundo.

A alternativa C é a correta, pois descreve com precisão o período da guerra civil russa (1918-1921), que opôs o Exército Vermelho, liderado pelos bolcheviques e favorável à Revolução, ao Exército Branco, composto por forças contrarrevolucionárias. A vitória do Exército Vermelho consolidou o poder dos revolucionários e permitiu a implantação do socialismo na Rússia, sob o comando de Lênin e, posteriormente, Stalin.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A alternativa A está incorreta porque a Rússia participou ativamente da Primeira Guerra Mundial, e a crise econômica foi agravada justamente pelos custos do conflito, não por indenizações. A alternativa B também está errada, pois os mencheviques não defendiam o anarquismo, mas sim uma transição mais gradual para o socialismo, enquanto os bolcheviques pregavam uma revolução imediata. A alternativa D é imprecisa, já que a URSS só foi formalmente criada em 1922, não em 1918. Por fim, a alternativa E está equivocada porque a Nova Política Econômica (NEP) representou uma flexibilização temporária do controle estatal, permitindo certas práticas capitalistas para recuperar a economia, e não a completa socialização dos meios de produção.

Portanto, a Revolução Russa foi um processo complexo, marcado por conflitos internos e transformações radicais. A guerra civil foi um capítulo decisivo para a consolidação do regime socialista, tornando a alternativa C a única correta entre as opções apresentadas.

No trecho analisado, Lênin aborda uma divergência fundamental na interpretação da doutrina marxista, particularmente no que diz respeito ao papel do Estado durante a Revolução de 1917. Ele critica veementemente a visão dos socialistas revolucionários e mencheviques, que defendiam a ideia de que o Estado poderia servir como um instrumento de conciliação entre as classes sociais. Para Lênin, essa perspectiva é uma deturpação burguesa e oportunista do marxismo, pois ignora a natureza do Estado como um aparato de dominação de classe.

A crítica central de Lênin recai sobre a noção de que o Estado poderia intermediar as disputas entre a burguesia e o proletariado, como sugere a alternativa correta (C). Ele argumenta que essa concepção é típica da democracia pequeno-burguesa, que, embora utilize uma retórica socialista, falha em compreender a essência do Estado como um instrumento de opressão de uma classe sobre outra. Para Lênin, a ideia de conciliação é uma ilusão que desvia as massas da luta revolucionária necessária para a superação do capitalismo.

Assim, o texto de Lênin reforça a posição marxista ortodoxa de que o Estado não é um mediador neutro, mas sim um instrumento da classe dominante. Qualquer tentativa de atribuir ao Estado um papel conciliador representa, na visão do autor, uma capitulação aos interesses burgueses e um abandono dos princípios revolucionários do socialismo científico.

A Revolução Russa de 1917 foi um dos eventos mais marcantes do século XX, transformando não apenas a Rússia, mas também o cenário político global. Analisando as afirmações apresentadas, é possível identificar os aspectos corretos e incorretos sobre esse processo histórico.

A primeira afirmação (I) está correta, pois retrata o contexto pré-revolucionário da Rússia, caracterizado por uma industrialização tardia em comparação às potências ocidentais, forte dependência de capital estrangeiro e uma burguesia nacional pouco consolidada. Esses fatores contribuíram para a insatisfação popular e a fragilidade do regime czarista.

A segunda afirmação (II) também está correta, pois descreve as duas fases da revolução: a Revolução de Fevereiro (ou Menchevique), que derrubou o czarismo e instaurou um governo provisório de caráter liberal-burguês, e a Revolução de Outubro (ou Bolchevique), liderada por Lênin, que estabeleceu um governo socialista.

A terceira afirmação (III) está igualmente correta, pois a NEP (Nova Política Econômica), implementada por Lênin em 1921, representou uma flexibilização temporária do controle estatal sobre a economia, permitindo elementos de mercado para recuperar a produção após a Guerra Civil.

Já a quarta afirmação (IV) está incorreta, pois a criação da URSS ocorreu em 1922, ainda durante o governo de Lênin, e não após a ascensão de Stálin ao poder. Embora Stálin tenha consolidado o poder soviético posteriormente, não foi ele o responsável pela formação da União Soviética.

Portanto, as afirmações corretas são I, II e III, correspondendo à alternativa B. A Revolução Russa foi um processo complexo que combinou fatores econômicos, sociais e políticos, resultando na primeira experiência bem-sucedida de construção de um Estado socialista, cujos impactos reverberaram por todo o século XX.

O fragmento apresentado estabelece um paralelo histórico entre o Brasil e a Rússia no século XIX, destacando as semelhanças entre os dois impérios em termos de conservadorismo, instituições arcaicas e pressões por modernização. O texto também aborda as consequências da abolição da escravidão no Brasil e da servidão na Rússia, que levaram ao fim das respectivas dinastias. Entre as opções fornecidas, a sentença incorreta é a alternativa A, que afirma que Alexandre II foi assassinado em 1917 e resistiu ao avanço revolucionário com ajuda do exército branco.

Essa afirmação está incorreta porque Alexandre II, na realidade, foi assassinado em 1881, muito antes da Revolução Russa de 1917. Além disso, o exército branco surgiu apenas após a Revolução de 1917, como uma força contrarrevolucionária que lutou contra os bolcheviques durante a Guerra Civil Russa. Portanto, não há como Alexandre II ter resistido ao avanço revolucionário com o apoio de um grupo que só existiu décadas após sua morte.

As demais alternativas apresentam informações coerentes com o contexto histórico discutido no fragmento. A alternativa B destaca as contradições entre modernismo e atraso social nos dois países. A alternativa C aborda as consequências da abolição da servidão na Rússia, que culminaram em revoltas e revoluções. A alternativa D descreve corretamente o fim do reinado de Pedro II após a abolição da escravidão. Por fim, a alternativa E reforça o paralelo entre os dois países, destacando suas dimensões continentais e a persistência de estruturas sociais pré-modernas.

Dessa forma, a alternativa A é a única que contém informações historicamente incorretas, tornando-se a resposta correta para a questão proposta.

A Revolução Russa de 1917 foi um marco histórico que transformou não apenas a Rússia, mas também o cenário geopolítico mundial. A partir das declarações de Lênin na entrevista concedida ao jornalista John Reed, é possível analisar os objetivos e impactos da revolução, bem como identificar equívocos em interpretações sobre o período.

A alternativa E) afirma que "A ditadura do proletariado foi um regime político implantado por Joseph Stalin após a morte de Lênin em 1924", o que está incorreto. Na verdade, a ditadura do proletariado foi um conceito central no pensamento de Lênin e já estava em prática durante seu governo, servindo como base para a consolidação do poder revolucionário. Stalin, posteriormente, radicalizou esse sistema, mas não foi seu criador.

As demais alternativas apresentam informações corretas sobre o contexto pós-revolucionário. A alternativa A) destaca o papel da ditadura do proletariado como discurso legitimador do novo regime. Já a alternativa B) aborda a transformação econômica na Rússia, com a implantação do planejamento estatal em substituição ao mercado livre. A alternativa C) menciona a análise do historiador Eric Hobsbawm sobre o "século breve", marcado pela Revolução Russa e pelo colapso da URSS. Por fim, a alternativa D) ressalta a influência global da ideia de expansão da revolução socialista, que moldou as relações internacionais durante décadas.

Portanto, a alternativa incorreta é de fato a E), que atribui a Stalin a criação da ditadura do proletariado, quando na realidade esse conceito já era parte fundamental do projeto político de Lênin desde os primórdios da Revolução.

O objeto da História é sempre o passado, de maneira que temas como a Revolução Francesa e a Revolução Russa nunca se relacionam nas mãos de historiadores profissionais.

Essa afirmação é incorreta, pois a História, embora estude o passado, frequentemente estabelece conexões entre eventos históricos distintos, como as Revoluções Francesa e Russa. Historiadores profissionais analisam paralelos, influências e contrastes entre diferentes períodos e movimentos, buscando compreender padrões e transformações ao longo do tempo.

Portanto, a alternativa correta é: E) ERRADO.

O ano de 2017 marcou o centenário da Revolução Russa, um dos eventos mais significativos do século XX. Em fevereiro de 1917, revoltas populares derrubaram o Czar Nicolau II, pondo fim ao regime monárquico e instaurando uma república. No entanto, foi em outubro do mesmo ano que a história da Rússia tomou um rumo radicalmente diferente, com a implantação do governo socialista soviético, liderado pelos bolcheviques.

Os primeiros anos do governo socialista (1917–1924) foram marcados por profundas transformações políticas e econômicas. Sob a liderança de Vladimir Lênin, a Rússia enfrentou uma intensa guerra civil entre os bolcheviques (Exército Vermelho) e seus opositores (Exército Branco), além de intervenções estrangeiras. Durante esse período, foi implementado o chamado "comunismo de guerra", um conjunto de medidas radicais que incluíam a nacionalização da economia, requisição forçada de grãos e centralização do poder.

Além disso, o governo bolchevique promoveu reformas educacionais, estabelecendo a educação obrigatória para crianças, e, posteriormente, em 1921, adotou a Nova Política Econômica (NEP), que reintroduziu elementos de mercado para recuperar a economia devastada pela guerra. Essas medidas caracterizam o cenário descrito corretamente na alternativa C).

As demais alternativas apresentam informações incorretas ou anacrônicas, como a menção a figuras como Gorbachev, Kruschev e Stálin em contextos que não correspondem ao período em questão. Portanto, a alternativa C) é a única que reflete com precisão o turbulento e transformador cenário dos primeiros anos do governo socialista na Rússia.

O governo de Josef Stalin, durante seu comando na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (1924-1953), marcou uma virada significativa na política econômica do país. Em 1928, Stalin substituiu a Nova Política Econômica (NEP), implantada por Vladimir Lênin, por um novo modelo de planejamento estatal. Esse sistema buscava acelerar a modernização da economia soviética, com ênfase no desenvolvimento agrícola e industrial, alcançando progressos notáveis já no início dos anos 1930.

A principal característica desse novo modelo era sua organização em ciclos predefinidos, que orientavam os investimentos e metas produtivas do Estado. Entre as opções apresentadas – Planos Bienais, Trienais, Decenais, Quadrienais ou Quinquenais –, a alternativa correta é a letra E) Planos Quinquenais. Esses planos estabeleciam diretrizes econômicas para períodos de cinco anos, consolidando o controle estatal sobre a produção e priorizando o crescimento acelerado da indústria pesada e da coletivização agrícola.

Os Planos Quinquenais tornaram-se um símbolo do regime stalinista, refletindo sua visão de centralização e industrialização forçada. Embora tenham gerado avanços em setores estratégicos, também foram acompanhados por custos humanos e sociais elevados, como a repressão política e as crises agrícolas decorrentes da coletivização. Assim, a escolha da opção E está correta, pois corresponde ao modelo de planejamento que definiu a era stalinista na URSS.