Questões Sobre Revolução Russa de 1917 - História - concurso

O período conhecido como Entre-Guerras, compreendido entre o fim da Primeira Guerra Mundial (1918) e o início da Segunda Guerra Mundial (1939), foi marcado por profundas transformações políticas, sociais e econômicas que moldaram o cenário global. Durante essas duas décadas, o mundo testemunhou o surgimento de regimes totalitários, como o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha, além da consolidação da Revolução Russa, que deu origem à União Soviética.

O termo "Entre-Guerras" é definido justamente pelo intervalo entre os dois maiores conflitos bélicos da história, conforme indicado na alternativa D. Esse período foi caracterizado por instabilidade, crises econômicas — como a Grande Depressão de 1929 — e o acirramento de ideologias extremistas que exploraram o ressentimento pós-Primeira Guerra e as fragilidades dos sistemas democráticos.

Enquanto outras alternativas mencionam eventos relevantes, como a Revolução Russa de 1905 ou a ocupação da Polônia, elas não delimitam corretamente o período em questão. A partilha da África, por exemplo, ocorreu ainda no século XIX, e a rendição alemã em 1945 marca justamente o fim do conflito que encerrou a era Entre-Guerras. Portanto, a resposta correta é, de fato, a letra D.

A Revolução Socialista na Rússia, em 1917, marcou uma profunda transformação no cenário político e social do país, pondo fim ao regime tsarista e inaugurando um novo modelo baseado no socialismo. Para compreender esse processo, é essencial analisar o contexto sociopolítico que antecedeu a revolução, destacando as estruturas de poder, as condições de vida da população e as forças que impulsionaram a mudança.

A afirmativa I está correta, pois a Rússia pré-revolucionária era predominantemente rural, com a maior parte da população camponesa vivendo sob um sistema fundiário extremamente concentrado e desigual. Os camponeses enfrentavam condições de trabalho árduas, baixos salários e quase nenhum direito, o que gerava insatisfação e alimentava o desejo por reformas.

A afirmativa II, por outro lado, não reflete a realidade russa da época. Embora houvesse algum desenvolvimento industrial e financeiro no século XIX, ele não foi suficiente para criar uma burguesia nacional forte e consolidada. A industrialização ocorreu de forma tardia e dependente de capitais estrangeiros, e a burguesia russa não tinha a mesma influência política que em outros países europeus.

Já a afirmativa III está correta, pois a Igreja Ortodoxa desempenhava um papel fundamental na sustentação ideológica do regime tsarista. Ela estava profundamente ligada à elite aristocrática e atuava como um instrumento de controle social, legitimando o poder do monarca e a estrutura hierárquica da sociedade.

Por fim, a afirmativa IV é incorreta, pois, embora o operariado russo tenha se tornado um ator importante no processo revolucionário, sua organização em sindicatos e partidos só ganhou força no início do século XX. Durante o século XIX, o movimento operário ainda era incipiente e não representava a principal oposição ao regime monárquico.

Portanto, as afirmativas corretas são apenas I e III, conforme indicado na alternativa C. Esse contexto de desigualdade social, domínio ideológico da Igreja e falta de representatividade política foi crucial para criar as condições que levaram à Revolução de 1917.

A Revolução Russa de 1917 foi um marco histórico que transformou não apenas a Rússia, mas todo o cenário político mundial. Analisando as afirmações apresentadas, é possível identificar os acertos e equívocos sobre esse período conturbado.

A afirmação I está correta. Após a Revolução de Fevereiro, que derrubou o czar Nicolau II, foi estabelecido um governo provisório de caráter liberal, liderado por figuras como Alexander Kerensky. No entanto, esse governo foi derrubado pelos bolcheviques em outubro do mesmo ano, consolidando a Revolução Bolchevique liderada por Lênin.

A afirmação II está incorreta. Durante a guerra civil (1918-1921), as potências ocidentais, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e França, apoiaram os "brancos" (contrarrevolucionários) contra os bolcheviques ("vermelhos"), temendo a expansão do comunismo.

A afirmação III está correta. Os Grandes Expurgos de Stalin na década de 1930 eliminaram muitos antigos revolucionários que haviam participado da Revolução de 1917, como Bukharin, Zinoviev e Kamenev, consolidando o poder absoluto de Stalin.

Portanto, apenas as afirmações I e III estão corretas, correspondendo à alternativa D) do gabarito.

A Revolução Russa de 1917 permanece como um dos eventos mais controversos e impactantes da história contemporânea. Marcada por interpretações divergentes, ela é vista por alguns como um marco de libertação social, enquanto outros a associam a regimes autoritários. Independentemente da perspectiva, seu legado continua a influenciar debates políticos e ideológicos em todo o mundo.

Em 2017, ao completar cem anos, a Revolução Russa reacendeu discussões sobre seu significado histórico. Entre as alternativas apresentadas, a opção A) destaca corretamente um dos fatores cruciais para o desencadeamento do processo revolucionário: a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. O conflito exacerbou as crises internas, levando a greves e revoltas populares que culminaram na queda do czar Nicolau II e no fim do regime monárquico.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas. Trotsky, por exemplo, não discursou na Praça Vermelha em 1919 (alternativa B)), e Stalin não era um liberal democrata (alternativa C)). Da mesma forma, a alternativa D) incorre em erro ao sugerir uma homenagem de Putin a Stalin, enquanto a alternativa E) confunde as lideranças bolcheviques e mencheviques. Portanto, a resposta correta é, de fato, a alternativa A), que aponta para a relação direta entre a Primeira Guerra e o colapso do czarismo.

O texto de Eric Hobsbawm em Era dos Extremos retrata um período marcado por profundas transformações políticas e econômicas no mundo, entre 1917 e 1942. Segundo o autor, a instabilidade econômica e o colapso das democracias liberais abriram caminho para o avanço de regimes autoritários, como o fascismo. Nesse contexto, a alternativa correta que explica esse fenômeno é a letra A), que relaciona a crise financeira — simbolizada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 — com a ascensão de projetos totalitários de direita, como o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália.

A Grande Depressão agravou as desigualdades sociais e minou a confiança nos sistemas democráticos, criando um terreno fértil para discursos extremistas que prometiam ordem e recuperação econômica. Enquanto isso, a aliança temporária entre capitalismo liberal e comunismo, mencionada por Hobsbawm, surgiu como uma resposta ao fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Essa ironia histórica reforça a complexidade do período, em que a Revolução Russa, inicialmente anticapitalista, acabou por incentivar a reforma do próprio capitalismo no pós-guerra.

O período entre as duas guerras mundiais, compreendido entre 1918 e 1939, foi marcado por diversos conflitos regionais e tensões geopolíticas que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Entre as opções apresentadas, a única que não ocorreu nesse intervalo foi a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), tornando a alternativa C) a resposta correta, e não B) como indicado no gabarito fornecido.

A Guerra Greco-Turca (1919-1922) e a Guerra da Manchúria (1931-1934) são exemplos de conflitos do período entreguerras, enquanto a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) também se enquadra nessa cronologia, embora o gabarito a tenha erroneamente excluído. Portanto, a correção do exercício requer atenção à linha do tempo histórica.

Para uma melhor compreensão das origens do fascismo e do nazismo, é essencial analisar o contexto histórico que os moldou. A Revolução Russa de 1917 desempenhou um papel crucial ao inspirar movimentos socialistas em diversos países, gerando um temor generalizado entre as elites conservadoras europeias. Esse medo da expansão comunista, somado às frustrações pós-Primeira Guerra Mundial, criou um terreno fértil para o surgimento de regimes autoritários.

A Itália, insatisfeita com os resultados da guerra, e a Alemanha, humilhada pelo Tratado de Versalhes, viram no fascismo uma resposta às suas crises nacionais. O fascismo surgiu como uma ideologia que pregava o fortalecimento do Estado acima de tudo, com um governo centralizado e ditatorial, claramente contrário aos valores democráticos e individualistas.

Analisando as afirmativas:

I. A primeira afirmação contém um erro conceitual ao inverter a lógica fascista: o regime defendia justamente o oposto - o predomínio do coletivo (representado pelo Estado) sobre os interesses individuais.

II. A segunda afirmação é completamente equivocada, pois o fascismo glorificava a guerra como prova de força e seleção natural dos mais aptos para governar.

III. A terceira afirmação está correta, pois reflete com precisão um dos pilares do fascismo: a defesa de um governo forte, centralizado e antidemocrático.

Portanto, apenas a afirmativa III está correta, tornando a alternativa C) a resposta certa. O fascismo representou uma reação violenta contra o socialismo e a democracia liberal, criando um modelo de Estado totalitário que subjugava o indivíduo em nome de uma suposta unidade nacional.

Com a morte de Lênin em 1924, Stálin consolidou seu poder na União Soviética, estabelecendo um regime ditatorial marcado por características específicas. Entre as opções apresentadas, a alternativa D) é a incorreta, pois a política econômica stalinista não se baseava prioritariamente na agroexportação, mas sim na industrialização acelerada e na coletivização forçada da agricultura, com os planos quinquenais focados no desenvolvimento industrial e na autossuficiência econômica.

As demais alternativas descrevem aspectos reais do stalinismo:

• A) O culto à personalidade de Stálin foi uma estratégia central para fortalecer sua imagem como líder incontestável.
• B) A educação em massa priorizou o treinamento técnico em detrimento do pensamento crítico, alinhando-se aos objetivos do Estado.
• C) A coletivização da agricultura substituiu a propriedade privada por fazendas estatais e cooperativas, muitas vezes de forma violenta.
• E) As perseguições políticas, incluindo os expurgos e os julgamentos de Moscou, eliminaram rivais e figuras importantes da Revolução de 1917.

Portanto, a afirmação incorreta é a que associa a política stalinista à dependência da agroexportação, já que seu modelo econômico buscava a industrialização e o controle estatal sobre a produção.

A Revolução Russa de 1917, liderada pelos bolcheviques, representou uma ruptura radical com a ordem anterior, prometendo a construção de uma sociedade socialista. No entanto, em 1921, a implementação da Nova Política Econômica (NEP) gerou controvérsias, pois introduziu medidas que pareciam contradizer os princípios revolucionários iniciais.

Entre as características da NEP, a alternativa D) destaca dois aspectos que entravam em conflito direto com as propostas bolchevistas originais: a permissão para diferenças salariais e a venda do excedente agrícola. Essas medidas representavam um recuo em relação ao ideal de igualdade econômica e ao controle estatal total sobre a produção, reintroduzindo elementos de mercado que os bolcheviques haviam criticado no sistema capitalista.

Enquanto as outras alternativas apresentam elementos que ou eram coerentes com a política bolchevique (como a retirada da guerra) ou não se aplicavam ao contexto da NEP (como os planos quinquenais, que seriam característicos de um período posterior), a alternativa D) captura efetivamente a contradição entre a NEP e os ideais revolucionários iniciais, mostrando como o governo bolchevique adotou medidas pragmáticas para reconstruir a economia após anos de guerra e revolução.

A Revolução Russa de 1917 é um dos eventos mais significativos do século XX, marcando profundamente a história mundial. Ao completar cem anos, sua relevância permanece como objeto de estudo e reflexão. Entre as alternativas apresentadas, a opção incorreta é a letra E, que contém informações equivocadas sobre o desfecho da Revolução.

A Revolução Russa não se concretizou em 1919, mas sim em 1917, com a tomada do poder pelos bolcheviques liderados por Lênin. Além disso, a morte de Lênin ocorreu em 1924, e não durante o processo revolucionário. Stalin só ascendeu ao poder após um período de disputas internas no Partido Bolchevique, muito depois da consolidação inicial do socialismo na Rússia.

As demais alternativas apresentam informações corretas sobre o contexto histórico da Revolução Russa, como o atraso econômico do país, a participação na Primeira Guerra Mundial, o impacto da Guerra Russo-Japonesa e o famoso lema "Paz, Terra e Pão". Esses elementos ajudam a compreender as causas e os desdobramentos desse evento transformador.