Questões Sobre Revolução Russa de 1917 - História - concurso

A ascensão de Stálin ao poder marcou uma transformação radical na política econômica da União Soviética, substituindo a Nova Política Econômica (NEP) pelos planos quinquenais. Esses planos, elaborados pela Gosplan, visavam acelerar a industrialização e consolidar o socialismo no país. Dentre as medidas implementadas, destacam-se o foco no desenvolvimento da indústria pesada em detrimento da produção de bens de consumo (afirmativa I) e a coletivização forçada das terras agrícolas (afirmativa II), que buscou eliminar a propriedade privada no campo e centralizar a produção sob controle estatal.

Contudo, é importante ressaltar que os kulaks, camponeses proprietários, não mantiveram seus privilégios (afirmativa III), sendo perseguidos e eliminados como parte do processo de coletivização. Além disso, a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial ocorreu antes mesmo da implementação dos planos quinquenais, através do Tratado de Brest-Litovski em 1918 (afirmativa IV), tornando essa afirmação incorreta no contexto da questão.

Portanto, apenas as afirmativas I e II estão corretas, refletindo as prioridades econômicas e as transformações sociais implementadas durante os planos quinquenais de Stálin.

O desgaste do regime czarista foi um fator determinante para a Revolução Bolchevique de 1917, que marcou o início do socialismo na Rússia. Entre os eventos que aceleraram essa crise, a opção correta é a letra B), que destaca a derrota russa na guerra contra o Japão (1904-1905) e a participação na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

A derrota para o Japão expôs a fragilidade militar e administrativa do czarismo, enquanto o envolvimento na Primeira Guerra Mundial agravou as condições socioeconômicas, levando a protestos generalizados. Esses fatores, somados à insatisfação popular com a autocracia, pavimentaram o caminho para a revolução.

As demais alternativas apresentam erros históricos: a Guerra dos Sipaios (A) ocorreu na Índia, as Teses de Abril (C) foram propostas por Lênin após a revolução, o Exército Vermelho (D) só surgiu depois de 1917, e a Guerra Franco-Prussiana (E) não teve participação russa direta. Portanto, a resposta correta é B).

A afirmação de que a Revolução Russa de 1917 pôs fim ao conservadorismo cultural e que, nos anos 1920, o Partido Comunista apoiou plenamente as vanguardas artísticas como o construtivismo em harmonia com a construção do socialismo é, em parte, uma simplificação histórica. Embora o período pós-revolucionário tenha sido marcado por uma efervescência criativa e experimentações estéticas, a relação entre o Estado soviético e os artistas de vanguarda foi mais complexa e contraditória do que sugere o enunciado.

Inicialmente, o construtivismo e outras correntes modernistas de fato ganharam espaço, alinhando-se à retórica revolucionária de ruptura com o passado. Artistas como Vladimir Tatlin e Aleksandr Rodchenko buscaram integrar arte e produção industrial, refletindo os ideais socialistas. No entanto, já na década de 1920, o regime começou a impor crescentes restrições à liberdade artística, culminando, nos anos 1930, com a adoção do realismo socialista como doutrina oficial – um estilo conservador que rejeitava as vanguardas. Portanto, a ideia de um apoio duradouro e incondicional do Partido Comunista às experimentações radicais é incorreta.

Assim, o gabarito E) ERRADO está correto, pois a narrativa apresentada ignora as tensões e o posterior cerceamento da liberdade artística pelo regime soviético, que não pode ser caracterizado como uma continuidade de apoio às vanguardas.

O jdanovismo, movimento cultural e ideológico promovido por Andrei Jdanov na União Soviética durante a década de 1940, não defendia os princípios do Modernismo, mas sim o realismo socialista como diretriz artística e intelectual. Este movimento rejeitava as vanguardas modernistas, considerando-as burguesas e alheias aos interesses do proletariado. Sua proposta estava alinhada à glorificação do Estado soviético e ao controle estatal sobre a produção cultural, em oposição à liberdade criativa associada ao Modernismo. Portanto, a afirmação de que o jdanovismo adotou os princípios modernistas está incorreta.

Resposta: E) ERRADO

No século XX, o fascismo e o comunismo emergiram como duas das principais correntes ideológicas que moldaram a política e a economia de diversas nações. Embora ambas defendessem um papel ativo do Estado, suas abordagens em relação à intervenção econômica eram distintas, o que torna a afirmação sobre a divergência entre elas quanto à eficiência dessa intervenção um ponto relevante para análise.

O comunismo, baseado nos princípios de Karl Marx e Friedrich Engels, pregava a abolição da propriedade privada e a centralização total dos meios de produção nas mãos do Estado. Para os comunistas, a intervenção estatal não era apenas eficiente, mas essencial para eliminar as desigualdades de classe e estabelecer uma sociedade sem divisões econômicas. A economia planificada era vista como o mecanismo ideal para alcançar esses objetivos.

Por outro lado, o fascismo, embora também defendesse um Estado forte e intervencionista, não rejeitava completamente a propriedade privada ou a iniciativa individual. Sob regimes fascistas, como o de Mussolini na Itália, o Estado atuava em colaboração com grandes corporações e elites industriais, direcionando a economia para objetivos nacionalistas e militaristas. A intervenção estatal era instrumental, visando fortalecer o poder nacional, mas sem a intenção de abolir o capitalismo.

Dessa forma, a divergência entre fascistas e comunistas não estava na eficiência da intervenção do Estado na economia – ambos a consideravam necessária –, mas nos objetivos e no grau dessa intervenção. Enquanto os comunistas buscavam a estatização total, os fascistas permitiam uma economia mista, sob controle estatal. Portanto, a afirmação de que eles divergiam quanto à eficiência da intervenção está errada, pois ambos a apoiavam, ainda que por motivos e com métodos diferentes.

Assim, o gabarito correto para o item é E) ERRADO, já que a divergência principal residia no propósito e no alcance da intervenção estatal, e não na sua eficiência.

A Revolução de Fevereiro de 1917 marcou um momento crucial na história da Rússia, pondo fim ao regime czarista e inaugurando um período de transformações políticas e sociais. O gabarito correto para a questão apresentada é a alternativa C), que destaca a crença no avanço do capitalismo e na empresa privada como motores do progresso econômico durante essa fase inicial da revolução.

A Revolução de Fevereiro foi liderada por uma coalizão de forças liberais e moderadas, incluindo membros da Duma e setores da burguesia, que buscavam modernizar a Rússia e estabelecer um governo constitucional. Nesse contexto, a alternativa C) reflete o pensamento predominante entre os líderes provisórios, que acreditavam na necessidade de desenvolver uma economia capitalista como base para o futuro do país.

As outras alternativas apresentam elementos que, embora relevantes para a história da Revolução Russa, não correspondem às características da Revolução de Fevereiro. A formação da URSS, o Tratado de Brest-Litovsk, a criação do Politburo e a revolução permanente são eventos e conceitos associados a fases posteriores, especialmente após a Revolução de Outubro e a ascensão dos bolcheviques ao poder.

Portanto, a resposta correta é C), pois sintetiza o ideário econômico que orientou os primeiros passos da Rússia pós-czarista, antes da radicalização que levaria ao governo bolchevique.

A Revolução Russa de 1917 foi um marco histórico em que as massas populares desempenharam um papel central, conforme destacado por John Reed em Dez dias que abalaram o mundo. O slogan "Pão, Paz e Terra" refletia as demandas urgentes dos trabalhadores, tanto urbanos quanto rurais, em um contexto de crise econômica, guerra e desigualdades sociais.

A alternativa correta, C), aponta para as reinvindicações específicas de cada grupo: os operários buscavam melhores condições de trabalho e redução da jornada laboral, enquanto os camponeses lutavam por uma reforma agrária que redistribuísse as terras de forma justa. Essas demandas eram parte de um cenário mais amplo de insatisfação com o regime czarista e a exploração sofrida pelas classes trabalhadoras.

As outras alternativas apresentam distorções ou generalizações incorretas. Por exemplo, a alternativa A) ignora as diferenças entre os grupos e propõe soluções que não correspondem às reivindicações reais. Já a alternativa B) mistura demandas anacrônicas, como a modernização industrial, que não era o foco imediato dos operários. A alternativa D), por sua vez, simplifica excessivamente as demandas, especialmente no que diz respeito à estatização total das terras, que não era um consenso entre os camponeses.

Portanto, a Revolução Russa foi um movimento impulsionado pelas necessidades concretas dos trabalhadores, cujas vozes ecoaram nas ruas e moldaram os rumos da história.

O manifesto de 27 de fevereiro de 1917, citado no excerto, reflete um momento crucial da Revolução Russa, no qual diferentes grupos políticos disputavam o poder e a representação popular. O texto enfatiza a necessidade de os operários e tropas rebeldes escolherem seus representantes para um governo revolucionário provisório, sob a proteção do povo e do exército. Essa convocação está alinhada com a estratégia dos bolcheviques, que buscavam mobilizar as massas trabalhadoras através dos sovietes (conselhos de operários, soldados e camponeses) como forma de consolidar uma revolução proletária.

A alternativa correta, portanto, é a B), pois os bolcheviques, liderados por Lênin, defendiam exatamente essa organização popular direta, opondo-se ao governo provisório liberal-burguês que surgiu após a queda do czar. Enquanto os mencheviques (alternativa D) apoiavam uma transição mais gradual para o socialismo, e os social-democratas (C) não tinham hegemonia sobre o governo provisório, os bolcheviques pregavam a tomada imediata do poder pelos sovietes. As outras alternativas — czaristas (A) e militares (E) — representavam forças contrárias à revolução popular.

Assim, o manifesto expressa a tática bolchevique de radicalização do processo revolucionário, convocando as bases operárias e militares a assumirem o controle político, o que culminaria na Revolução de Outubro daquele mesmo ano.

A afirmação de que o primeiro regime socialista da história foi implantado com a Revolução Russa e que seu êxito foi indiscutível ao longo do século XX é incorreta, conforme indicado pelo gabarito (E) ERRADO. Embora a Revolução Russa de 1917 tenha de fato estabelecido o primeiro Estado socialista do mundo, a avaliação de seu "êxito indiscutível" é questionável e amplamente debatida.

O regime soviético enfrentou inúmeros desafios, como a Guerra Civil Russa, fomes, repressão política e crises econômicas. Além disso, a queda da União Soviética em 1991 demonstrou as limitações e contradições do modelo, tornando difícil sustentar a ideia de um sucesso inquestionável. Portanto, a afirmação contém imprecisões históricas que justificam a marcação como ERRADO.

A tendência à radicalização política no período entre as duas guerras mundiais foi um fenômeno complexo, influenciado por diversos fatores socioeconômicos e históricos. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) deixou um legado de destruição, miséria e instabilidade, criando um terreno fértil para o surgimento de regimes autoritários e movimentos revolucionários.

No caso da Revolução Russa de 1917, é correto afirmar que as condições precárias de vida agravadas pela guerra, somadas a fatores preexistentes como a desigualdade social e a insatisfação popular com o regime czarista, foram determinantes para a eclosão do movimento revolucionário. A Rússia, já marcada por tensões internas, viu sua situação se deteriorar ainda mais com os custos humanos e econômicos do conflito mundial.

Portanto, a afirmação de que a miséria e as péssimas condições de vida ampliadas pela Primeira Guerra Mundial potencializaram fatores preexistentes e levaram à Revolução Russa em 1917 está correta. Esse contexto histórico explica em grande parte a ascensão de ideologias radicais e a transformação do cenário político global nas décadas seguintes.