Questões Sobre Segunda Grande Guerra - História - concurso

O período entre as duas guerras mundiais foi marcado pela ascensão de regimes totalitários que moldaram o cenário político das décadas de 1920 e 1930, contribuindo diretamente para o estopim da Segunda Guerra Mundial. Entre as alternativas apresentadas, a opção correta é a letra C), que afirma que o Estado Novo de Vargas no Brasil apresentava aspectos característicos do fascismo.

O Estado Novo, instaurado por Getúlio Vargas em 1937, foi um regime autoritário que concentrou poder no executivo, suprimiu liberdades individuais e adotou medidas de controle social e propaganda estatal, elementos comuns aos regimes fascistas da Europa. Embora não fosse idêntico ao fascismo italiano ou ao nazismo alemão, compartilhava traços como o nacionalismo exacerbado, o anticomunismo e a centralização política.

As demais alternativas estão incorretas: o racismo não foi o fundamento ideológico oficial do fascismo italiano (A), Hitler ascendeu ao poder por vias legais antes de consolidar sua ditadura (B), a Guerra Civil Espanhola fortaleceu o fascismo com a vitória de Franco (D), e os EUA mantiveram sua democracia mesmo sob Roosevelt (E).

Portanto, a alternativa C) é a única que reflete corretamente a influência do totalitarismo no período entreguerras, especificamente no caso brasileiro.

O trecho apresentado retrata a figura de Frau Diller, uma comerciante alemã cuja loja e vida pessoal estavam profundamente alinhadas com os ideais do Terceiro Reich. Seu comportamento autoritário, a devoção ao Partido Nazista e a atmosfera opressiva de seu estabelecimento ilustram o clima de controle e propaganda que permeava a Alemanha durante o regime de Hitler. A partir dessa contextualização, é possível analisar as alternativas propostas sobre a Segunda Guerra Mundial.

A alternativa D) é incorreta, pois afirma que campos como Auschwitz, Treblinka e Sobibor eram locais de "trabalho assalariado" e ensino doutrinário do nazismo. Na realidade, esses campos eram centros de extermínio em massa, onde minorias perseguidas pelo regime nazista eram sistematicamente torturadas e mortas. A obra Mein Kampf, de Hitler, servia como base ideológica para o nazismo, mas não era um material de estudo nesses campos, que tinham como único propósito o genocídio.

As demais alternativas estão corretas: a A) descreve a formação do Eixo e a expansão japonesa; a B) aborda o Holocausto e suas vítimas; e a C) menciona corretamente a entrada do Brasil na guerra após o afundamento de navios por submarinos alemães, embora a formação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) tenha ocorrido posteriormente, e não de forma imediata.

Portanto, a alternativa que contém informações falsas sobre o período é a D), que distorce a natureza brutal dos campos de concentração nazistas, minimizando seu papel no extermínio em massa durante a Segunda Guerra Mundial.

O filme A Volta, produzido em 1941 durante o regime nazista, reflete claramente a propaganda ideológica do Terceiro Reich. O contexto da Segunda Guerra Mundial e a expansão militar alemã na Europa exigiam uma justificativa para as ações agressivas da Alemanha, especialmente em relação à Polônia. O enredo do filme, que retrata a minoria alemã como vítima de opressão por parte dos poloneses, servia como ferramenta para inflamar o sentimento nacionalista entre os alemães e legitimar a invasão da Polônia como um ato de "proteção" aos compatriotas.

A alternativa B) é a correta, pois o filme tinha como objetivo principal manipular a opinião pública, reforçando a narrativa nazista de que a Alemanha estava agindo em defesa dos seus cidadãos. Ao apresentar os poloneses como cruéis e opressores, a produção cinematográfica buscava criar uma imagem de legitimidade para a guerra e consolidar o apoio interno às políticas expansionistas de Hitler. Essa estratégia era parte essencial da máquina propagandística nazista, que utilizava o cinema não apenas como entretenimento, mas como instrumento de doutrinação e mobilização ideológica.

As outras alternativas não se sustentam diante do contexto histórico. A situação descrita no filme não representava um equilíbrio de forças (alternativa A)), nem revelava atrocidades reais cometidas pela Polônia (alternativa C)). Também não há no trecho qualquer indicação de que o filme demonstrava o apoio dos intelectuais a Hitler (alternativa D)). Portanto, a resposta correta é, de fato, a B).

O trecho apresentado descreve a atmosfera vivida por veteranos da Primeira Guerra Mundial, marcada por traumas e dificuldades de reintegração à vida civil, em um período que antecedeu a Grande Depressão. Nesse contexto, o golpe de Munique, ou Putsch da Cervejaria, ocorrido em 1923, representa um momento crucial na história europeia do entre-guerras.

O golpe foi uma tentativa fracassada de tomada de poder por Adolf Hitler e o Partido Nazista, visando derrubar o governo da Baviera. Embora mal-sucedido, o evento projetou Hitler para a cena política nacional, consolidando sua imagem como líder extremista e pavimentando o caminho para a posterior ascensão do Nazismo na Alemanha.

As alternativas apresentadas referem-se a eventos distintos: a grande marcha de Mao Tsé-tung (B) relaciona-se à história chinesa; a guerra civil espanhola (C) ocorreria mais tarde, nos anos 1930; a marcha sobre Roma (D) foi o golpe fascista de Mussolini em 1922; e a morte de Franz Ferdinand (E) foi o estopim da Primeira Guerra. Portanto, a associação correta do Putsch da Cervejaria é com a alternativa A) ascensão de Hitler e do Nazismo.

O episódio ilustra como o período entre-guerras foi marcado por instabilidade política e o surgimento de movimentos extremistas, em um contexto de crise econômica e ressentimento pós-guerra que acabaria por levar à Segunda Guerra Mundial.

O trecho de Marc Bloch, retirado de sua obra póstuma Apologia da História ou o ofício do historiador, nos convida a refletir sobre a profundidade do trabalho do historiador, que busca compreender a humanidade em suas ações e contradições. A citação, escrita em um contexto de extrema violência — a prisão e execução de Bloch pela Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial —, reforça a importância de analisar os eventos históricos com rigor, evitando simplificações.

No que diz respeito ao item apresentado, que afirma que "as divergências econômicas entre França e Alemanha foram o estopim do conflito de proporções mundiais conhecido como a Segunda Guerra Mundial", é fundamental recorrer ao conhecimento histórico consolidado para avaliar sua veracidade. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve causas complexas e multifacetadas, incluindo:

• O ressentimento alemão decorrente do Tratado de Versalhes (1919), que impôs duras penalidades à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial;
• A ascensão do nazismo e sua política expansionista, baseada no conceito de Lebensraum (espaço vital);
• As ambições territoriais de Adolf Hitler, que violaram acordos internacionais ao anexar a Áustria e invadir a Tchecoslováquia;
• As tensões geopolíticas e ideológicas entre potências, como a oposição entre o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados.

Embora questões econômicas tenham desempenhado um papel no cenário pré-guerra — como a Grande Depressão de 1929 e suas consequências globais —, reduzir o estopim do conflito às divergências entre França e Alemanha é uma interpretação equivocada. O ataque direto à Polônia pela Alemanha em 1939, seguido pelas declarações de guerra da França e Reino Unido, marcou o início formal da guerra, evidenciando que fatores políticos, territoriais e ideológicos foram determinantes.

Portanto, o gabarito E) ERRADO está correto, pois a afirmação desconsidera a complexidade das causas da Segunda Guerra Mundial, simplificando um evento histórico de proporções catastróficas a um único aspecto. Como bem lembra Marc Bloch, a tarefa do historiador é farejar a "carne humana" por trás dos fatos, ou seja, compreender as motivações, contextos e nuances que os explicam.

Em relação à participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, a alternativa correta é a letra C), que afirma que o país lutou ao lado dos Aliados: Inglaterra, França, Estados Unidos e União Soviética.

O Brasil inicialmente manteve uma posição neutra no conflito, mas após ataques a navios brasileiros por submarinos alemães e intensa pressão diplomática dos Estados Unidos, o governo de Getúlio Vargas declarou guerra às potências do Eixo em 1942. A participação militar direta ocorreu principalmente por meio da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou na Itália entre 1944 e 1945, integrando as forças aliadas.

As outras alternativas estão incorretas:

• A) O Brasil não manteve neutralidade até o fim, entrando ativamente no conflito em 1942.
• B) Além de apoio médico, o Brasil enviou mais de 25 mil soldados para combater na Europa.
• D) O Brasil lutou contra o Eixo, não ao seu lado.
• E) O país participou apenas a partir de 1942, não desde o início da guerra em 1939.

Portanto, a resposta correta é C), pois o Brasil efetivamente se aliou e combateu junto às forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial.

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, especialmente por meio da Força Expedicionária Brasileira (FEB), é frequentemente analisada em termos de seu impacto estratégico no conflito. Embora o esforço brasileiro tenha sido significativo do ponto de vista simbólico e político, sua contribuição militar direta foi limitada em comparação com as principais potências aliadas.

O contingente brasileiro enviado à Europa era numericamente reduzido, somando aproximadamente 25 mil homens, uma fração pequena diante dos milhões de soldados mobilizados por países como Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido. Além disso, o Brasil ingressou efetivamente no teatro de operações europeu apenas em 1944, quando os Aliados já haviam obtido vantagem decisiva sobre as forças do Eixo.

Embora a FEB tenha desempenhado seu papel com bravura em campanhas como a tomada de Monte Castello e a ofensiva na região dos Apeninos, sua atuação não alterou o curso geral da guerra. A vitória aliada já estava em processo de consolidação quando as tropas brasileiras entraram em combate, com a Alemanha nazista enfrentando derrotas em múltiplas frentes.

Portanto, é correto afirmar que a participação brasileira não foi decisiva para o desfecho do conflito. Seu maior significado reside no aspecto político, marcando o alinhamento definitivo do Brasil com as democracias ocidentais e no fortalecimento dos laços com os Estados Unidos no pós-guerra.

O envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial é um tema que frequentemente gera debates sobre coerência política e alinhamento ideológico. A afirmação de que a entrada do país no conflito como aliado das potências democráticas foi uma decisão "coerente e consequente com o sistema democrático predominante no país" merece uma análise crítica.

Embora o Brasil tenha, de fato, se aliado aos Estados Unidos, Reino Unido e França contra as potências do Eixo, é importante considerar que o governo brasileiro na época era o Estado Novo (1937-1945), uma ditadura comandada por Getúlio Vargas. O regime possuía características autoritárias, como censura, centralização de poder e supressão de liberdades democráticas - elementos que contradizem a noção de um alinhamento natural com as democracias ocidentais.

A decisão de entrar na guerra foi mais estratégica do que ideológica. O governo brasileiro inicialmente manteve uma posição neutra e chegou a flertar com o Eixo antes de finalmente se aliar aos Estados Unidos, pressionado por circunstâncias geopolíticas e econômicas, como a necessidade de financiamento para a construção da Usina de Volta Redonda e a pressão norte-americana sobre o comércio brasileiro com a Alemanha.

Portanto, a afirmação contém uma contradição histórica: um governo autoritário dificilmente poderia tomar uma decisão "consequente com o sistema democrático" quando o próprio país não vivia sob uma democracia. A participação brasileira na guerra foi mais um cálculo pragmático do que uma expressão de valores democráticos, o que justifica a classificação do item como ERRADO.

Com relação à participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, julgue os itens subsequentes.

O baixo nível de eficiência das economias dos países do bloco socialista no contexto da Guerra Fria explica-se pela adesão da União Soviética ao modelo econômico neoliberal, o que promoveu longos períodos de achatamento salarial, baixo crescimento e pouca inovação tecnológica.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E).

O texto apresentado aborda o contexto econômico e político do pós-Segunda Guerra Mundial, destacando os desafios enfrentados pela Europa Ocidental em sua reconstrução após o conflito. A análise de Frieden enfatiza as consequências econômicas devastadoras da guerra, a perda de capacidade produtiva e as dificuldades de acesso a mercados devido à emergência da Guerra Fria. No entanto, a afirmação de que a bipolarização do poder mundial restringiu-se a aspectos fundamentalmente ideológicos é incorreta.

A tese sugerida no item a ser julgado reduz a complexidade da bipolarização a uma dimensão puramente ideológica, o que não corresponde à abordagem do texto. Frieden demonstra que a divisão entre os blocos capitalista e socialista teve impactos econômicos concretos, como a interrupção do comércio entre a Europa Ocidental e as regiões sob influência soviética. Além disso, a prosperidade dos EUA contrastava com a crise europeia, evidenciando que a nova ordem mundial não se limitava a divergências políticas, mas também a assimetrias materiais e financeiras.

Portanto, a resposta correta é E) ERRADO, pois o texto vai além de uma análise ideológica, abordando as implicações econômicas e geopolíticas da bipolarização no pós-guerra.