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Leia o texto abaixo. Para trabalhar com qualquer documentação, é preciso saber ao certo do que ela trata, qual é a sua lógica de constituição (…) No caso dos processos criminais, é fundamental ter em conta o que é considerado crime em diferentes sociedades e como se dá, em diferentes contextos e temporalidades, o andamento de uma investigação criminal, no âmbito do poder judiciário (…) é justamente na relação entre produção de vários discursos sobre o crime e o real que está a chave da nossa análise. O que nos interessa é o processo de transformação dos atos em autos, sabendo que ele é sempre a construção de um conjunto de versões sobre um determinado acontecimento. (GRINBERG, Keila, “A história nos porões dos arquivos judiciários”. In: PINSKY, Carla & LUCA, Tania De (orgs). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, p. 122) Conforme o texto, os historiadores devem trabalhar com processos crimes levando em conta o conceito

Leia o texto abaixo.
Para trabalhar com qualquer documentação, é preciso saber ao certo do que ela trata, qual é a sua lógica de constituição (…) No
caso dos processos criminais, é fundamental ter em conta o que é considerado crime em diferentes sociedades e como se dá,
em diferentes contextos e temporalidades, o andamento de uma investigação criminal, no âmbito do poder judiciário (…) é
justamente na relação entre produção de vários discursos sobre o crime e o real que está a chave da nossa análise. O que nos
interessa é o processo de transformação dos atos em autos, sabendo que ele é sempre a construção de um conjunto de versões
sobre um determinado acontecimento.
(GRINBERG, Keila, “A história nos porões dos arquivos judiciários”. In: PINSKY, Carla & LUCA, Tania De (orgs). O historiador e suas
fontes
. São Paulo: Contexto, p. 122)
Conforme o texto, os historiadores devem trabalhar com processos crimes levando em conta o conceito

Resposta:

A alternativa correta é C)

O texto de Keila Grinberg destaca a importância de compreender a natureza dos processos criminais como construções discursivas, e não como registros neutros ou objetivos da realidade. A autora enfatiza que o historiador deve analisar como os atos se transformam em autos, ou seja, como os eventos são convertidos em versões documentais dentro de um contexto jurídico específico. Essa abordagem exige um olhar crítico sobre o que cada sociedade define como crime em determinado período histórico, bem como sobre os rituais e procedimentos que moldam a produção desses documentos.

A alternativa correta (C) sintetiza essa perspectiva ao propor que o historiador considere o conceito de crime conforme definido pela sociedade em cada época, além dos rituais e procedimentos jurídicos, problematizando a ideia de neutralidade documental. Isso está em sintonia com a visão de Grinberg, que alerta para o fato de os processos criminais serem sempre construções de versões sobre os acontecimentos, e não reflexos diretos da realidade. As demais alternativas falham ao pressupor isenção institucional (A), buscar uma narrativa objetiva (B), atribuir exclusivamente ao Estado a definição do crime (D) ou tratar documentos jurídicos como reveladores da verdade (E), posições que ignoram o caráter interpretativo e contextual da documentação histórica.

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