Questões Sobre Tempo, Memória e Cultura - História - concurso
Questão 81
Considerando a evolução sofrida pela escrita da História na contemporaneidade, especialmente após o surgimento da Escola dos Anais ou Escola Francesa, e pelos novos parâmetros que norteiam o ensino da História nos dias atuais, julgue o item que se segue.
aluno em autêntico historiador, alguém capaz de dominar as
técnicas de pesquisa histórica.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é E)
O ensino de História contemporâneo, influenciado pela Escola dos Anais e pelas novas abordagens historiográficas, não tem como objetivo principal transformar cada aluno em um historiador profissional. A afirmação apresentada no item é equivocada, pois o propósito atual do ensino de História vai além do domínio técnico da pesquisa histórica.
A proposta pedagógica atual busca desenvolver no aluno habilidades críticas, como a capacidade de análise de fontes, a compreensão de múltiplas perspectivas históricas e a formação de um pensamento histórico autônomo. O foco está no letramento histórico, que permite ao estudante interpretar a realidade social de forma contextualizada, e não na formação de especialistas em metodologia da pesquisa.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reforçam essa perspectiva, enfatizando a construção de competências históricas que permitam ao cidadão entender processos sociais, culturais e políticos, sem exigir o domínio aprofundado das técnicas profissionais de pesquisa histórica.
Portanto, o item está ERRADO, pois reduz o complexo objetivo do ensino de História contemporâneo a uma formação técnica especializada, quando na verdade busca-se uma formação crítica e cidadã mais ampla.
Questão 82
Considerando a evolução sofrida pela escrita da História na contemporaneidade, especialmente após o surgimento da Escola dos Anais ou Escola Francesa, e pelos novos parâmetros que norteiam o ensino da História nos dias atuais, julgue o item que se segue.
conhecimento histórico, alargando seus objetos e estimulando
a problematização do passado.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é C)
Considerando a evolução da historiografia contemporânea, é inegável o impacto revolucionário da Escola dos Anais na redefinição do fazer histórico. A chamada Nova História, herdeira dessa tradição, promoveu uma ruptura epistemológica ao expandir os horizontes da disciplina, incorporando novos objetos e abordagens que transcendem a narrativa política tradicional.
O item em questão afirma corretamente que a Nova História estimula a ampliação do campo do conhecimento histórico. Essa corrente historiográfica, de fato, alargou consideravelmente os objetos de estudo, incorporando temas como mentalidades, vida cotidiana, gênero e cultura material. Além disso, trouxe uma nova perspectiva metodológica que privilegia a problematização do passado em vez da mera descrição factual.
A contribuição mais significativa dessa abordagem reside justamente em sua capacidade de formular novas questões sobre fontes diversas, desde documentos oficiais até registros materiais e iconográficos. Essa postura interdisciplinar e problematizadora transformou profundamente não só a produção acadêmica, mas também o ensino de História, tornando-o mais crítico e reflexivo.
Portanto, o gabarito C) CERTO está plenamente justificado, pois reflete adequadamente as principais características e contribuições da Nova História para o desenvolvimento da ciência histórica contemporânea.
Questão 83
Considerando a evolução sofrida pela escrita da História na
contemporaneidade, especialmente após o surgimento da Escola dos
Anais ou Escola Francesa, e pelos novos parâmetros que norteiam
o ensino da História nos dias atuais, julgue o item que se segue.
A História tradicional costumava valorizar ao extremo a ação
individual dos grandes nomes, os heróis, enfatizando a política
protagonizada pelos detentores do poder.
- C) CERTO
- E) ERRADO
A alternativa correta é C)
Considerando a evolução da escrita da História na contemporaneidade, especialmente após o surgimento da Escola dos Annales, também conhecida como Escola Francesa, é possível identificar uma ruptura significativa em relação à abordagem tradicional. A História tradicional, de fato, tendia a concentrar-se excessivamente na ação individual de grandes figuras históricas, os chamados "heróis", e na política conduzida pelas elites no poder.
Essa perspectiva, muitas vezes denominada de "história dos grandes homens", negligenciou aspectos fundamentais da vida social, econômica e cultural, além de marginalizar as experiências de grupos subalternos. A Escola dos Annales, ao contrário, promoveu uma visão mais abrangente, incorporando metodologias interdisciplinares e enfatizando estruturas de longa duração, processos coletivos e a história das mentalidades.
Portanto, a afirmação de que a História tradicional valorizava ao extremo a ação individual dos grandes nomes e a política das elites está correta. O gabarito indicado como C) CERTO reflete adequadamente essa característica da historiografia tradicional em contraste com as transformações trazidas pelas novas abordagens historiográficas.
Questão 84
- A)propor a redução da escala de análise, por meio da qual é possível recuperar diferentes pontos de vista, valorizando a experiência dos indivíduos e suas relações.
- B)atribuir grande importância à forma da escrita da história, pois é por meio dela que o historiador pode reconstituir a atmosfera de um dado universo social e expor os procedimentos utilizados nessa reconstituição.
- C)demandar que os historiadores evitem utilizar pressupostos externos ao mundo que estudam, de modo a recuperar o ponto de vista dos atores diretamente envolvidos com o problema investigado.
- D)ter relação com a tradição de estudos os quais apresentam o trabalho do historiador como um reflexo objetivo da realidade, reconstituída por meio de suas estruturas sociais, atribuindo importância a classes e grupos politicamente organizados.
- E)redimensionar o valor das biografias e seus respectivos usos para a escrita da história, valendo-se de novos enfoques para as relações entre indivíduos e sociedade e destacando a possibilidade de recuperar as trajetórias de sujeitos comuns.
A alternativa correta é D)
A micro-história italiana, apesar de não ter sido rigidamente definida por meio de textos teóricos, consolidou-se como uma abordagem historiográfica distinta, baseada em princípios que emergiram da prática empírica. Esses princípios permitem identificar o que caracteriza — e, principalmente, o que não caracteriza — essa corrente historiográfica.
Entre as alternativas apresentadas, a que não se alinha com os fundamentos da micro-história é a opção D. Isso porque a micro-história se afasta da tradição que entende o trabalho do historiador como um reflexo objetivo da realidade, centrado em estruturas sociais amplas, classes ou grupos politicamente organizados. Pelo contrário, ela valoriza a escala reduzida, a experiência individual e a reconstituição de contextos específicos, muitas vezes marginalizados pela historiografia tradicional.
Os micro-historiadores buscam recuperar perspectivas singulares, evitando pressupostos externos ao universo estudado (como na alternativa C) e enfatizando a narrativa como ferramenta para reconstruir atmosferas sociais (alternativa B). Além disso, redimensionam o uso de biografias (alternativa E) e propõem a redução da escala de observação para capturar nuances perdidas em análises macro (alternativa A).
Portanto, a micro-história opõe-se à ideia de uma história estruturalista e objetivista, rejeitando justamente a visão expressa na alternativa D, que representa uma tradição contra a qual ela se construiu.
Questão 85
- A)as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
- B)as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
- C)a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
- D)a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
- E)as duas afirmativas são falsas.
A alternativa correta é D)
O texto apresentado discute a natureza da história como um campo de conhecimento, abordando suas limitações e contradições. A primeira afirmação sugere que as verdades históricas são sempre parciais, pois a história se fundamenta tanto na objetividade quanto na imparcialidade. Já a segunda afirmação, introduzida pela palavra "PORQUE", explica que os objetos históricos são construídos por investigadores que estão subjetivamente implicados em suas pesquisas, o que associa o conhecimento histórico a um ponto de vista necessariamente parcial e contextualizado.
Analisando as afirmações, percebe-se uma contradição entre elas. A primeira defende que a história busca objetividade e imparcialidade, enquanto a segunda demonstra que isso é impossível, já que o investigador está sempre inserido em um contexto histórico e carrega suas próprias subjetividades. Portanto, a primeira afirmação é falsa, pois a história não pode ser totalmente objetiva ou imparcial, enquanto a segunda é verdadeira, já que explicita a natureza interpretativa e condicionada do conhecimento histórico.
Dessa forma, a alternativa correta é a D), que indica que a primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. Essa conclusão reforça a ideia de que a história é uma construção humana, influenciada por perspectivas e contextos, e não um relato neutro ou absoluto do passado.
Questão 86
- A)Por meio da aplicação do método crítico capaz de distinguir os testemunhos voluntários dos involuntários.
- B)Por meio da proposição de um questionário flexível o suficiente para incluir novos tópicos ao longo da investigação.
- C)Por meio da elaboração de uma narrativa capaz de expor informações não explícitas nos documentos.
- D)Por meio de uma investigação extensa, de modo a esgotar as fontes documentais.
- E)A partir do desenvolvimento de teorias capazes de compreender aquilo que é dado pelo documento, preenchendo suas lacunas.
A alternativa correta é B)
Os trechos de Marc Bloch em Apologia da História ou o Ofício do Historiador destacam a capacidade da inteligência humana de ir além das limitações impostas pelos vestígios do passado. O autor argumenta que, embora estejamos condicionados a conhecer a história apenas por meio de fragmentos, podemos extrair deles muito mais do que foi intencionalmente registrado. Essa "revanche da inteligência sobre o dado" ocorre porque o historiador não se limita a aceitar as informações explícitas dos documentos, mas busca interpretar também os testemunhos involuntários — aqueles que revelam aspectos não pretendidos pelos autores originais.
A questão central é: como esse processo se concretiza? Entre as alternativas apresentadas, a resposta mais alinhada ao pensamento de Bloch é a B), que propõe um "questionário flexível" capaz de incorporar novos tópicos durante a investigação. Essa abordagem reflete a dinâmica do método histórico defendido por Bloch, no qual o pesquisador não se prende a um roteiro rígido, mas adapta suas perguntas conforme interage com as fontes, extraindo delas tanto o explícito quanto o implícito. A flexibilidade metodológica permite capturar nuances que os documentos não pretendiam transmitir, realizando assim a "revanche da inteligência".
As demais alternativas, embora relevantes para o trabalho histórico, não expressam com a mesma precisão a ideia de superação crítica do dado. O método crítico (A) e a elaboração de narrativas (C) são ferramentas importantes, mas não enfatizam o caráter adaptável da investigação. Já a exaustividade (D) e o preenchimento teórico de lacunas (E) podem levar a anacronismos ou extrapolações, desviando-se da proposta de Bloch de decifrar o passado a partir de seus próprios indícios — voluntários ou não.
Questão 87
Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p.77.
- A)exaurir completamente os documentos por meio do método crítico.
- B)propor questões e submeter os documentos a diferentes métodos.
- C)elaborar uma narrativa histórica fazendo prevalecer a imaginação.
- D)ampliar a noção de documento, incluindo e relacionando materiais diversos.
- E)empreender extensa busca documental.
A alternativa correta é D)
O trecho de Lucien Febvre, citado por Antoine Prost, apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza do trabalho do historiador. Segundo Febvre, a história não se limita apenas aos documentos escritos, mas se constrói a partir de uma multiplicidade de fontes que revelam a presença humana. O historiador, como um artesão, deve utilizar sua engenhosidade para extrair significado de elementos aparentemente silenciosos, como paisagens, objetos e até fenômenos naturais. Essa abordagem amplia consideravelmente o conceito de documento histórico, indo além dos registros escritos tradicionais.
A alternativa correta (D) reflete precisamente essa visão inovadora proposta por Febvre. Ao sugerir a ampliação da noção de documento e a relação entre materiais diversos, ela capta a essência do pensamento do autor. Febvre defende que o historiador deve estabelecer conexões entre diferentes tipos de evidências, criando uma rede de significados que permita compreender as sociedades do passado em sua complexidade. Essa perspectiva revolucionou a prática historiográfica, mostrando que a ausência de documentos escritos não é um obstáculo intransponível para a reconstrução histórica.
As outras alternativas não representam adequadamente o pensamento de Febvre. Enquanto algumas se limitam a abordagens tradicionais (A e E), outras sugerem métodos que não correspondem à proposta do autor (B e C). A verdadeira inovação de Febvre está justamente na valorização de fontes não convencionais e na capacidade de interpretá-las em conjunto, superando assim as limitações impostas pela escassez de documentos escritos.
Referência: PROST, Antoine. Doze lições sobre a história. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Questão 88
- A)estão prontos, cabendo ao historiador extraí-los dos documentos e apresentá-los como realmente são.
- B)estão prontos nos documentos e não é possível fazer com que mostrem ou digam mais do que aquilo que é dado a ler.
- C)não estão prontos, eles são construídos de uma forma definitiva, são como pedras usadas para a construção do edifício da história.
- D)não estão prontos, eles são construídos; porém essa construção não é definitiva, sendo possível e necessário efetuar contínuas revisões.
- E)não estão prontos, eles são construídos; entretanto, essa construção não é feita pelos historiadores, mas pelo próprio curso da história.
A alternativa correta é C)
O manual Introdução aos estudos históricos, escrito por Langlois e Seignobos, representa um marco fundamental na historiografia, especialmente no que diz respeito à Escola Metódica. Essa corrente enfatiza a necessidade de rigor na análise documental para estabelecer os fatos históricos. No entanto, a visão apresentada no livro sobre a natureza desses fatos é particularmente interessante e merece uma reflexão mais aprofundada.
Segundo a perspectiva da Escola Metódica, os fatos históricos não estão prontos, mas são construídos de maneira definitiva, como pedras que compõem o edifício da história. Essa abordagem sugere que, uma vez estabelecidos a partir de uma análise crítica das fontes, os fatos adquirem uma solidez inquestionável. Essa ideia reflete uma visão positivista da história, na qual o trabalho do historiador consiste em descobrir e organizar os fatos de forma objetiva, como se fossem elementos imutáveis.
Embora essa perspectiva tenha sido influente em seu tempo, ela contrasta com abordagens mais recentes da historiografia, que entendem os fatos históricos como construções sujeitas a reinterpretações contínuas. A resposta correta, conforme o gabarito, é a alternativa C), que capta precisamente essa noção de fatos históricos como elementos definitivos dentro da narrativa histórica proposta pela Escola Metódica.
Vale ressaltar que essa visão foi posteriormente questionada por correntes como a Escola dos Annales e a Nova História, que defendem uma compreensão mais dinâmica e interpretativa dos fatos históricos. No entanto, o legado de Langlois e Seignobos permanece relevante por seu esforço em sistematizar a metodologia histórica, estabelecendo bases para o desenvolvimento da disciplina.
Questão 89
“Como era isso antes de eu estar aqui? Essa é uma pergunta de Jane, uma menina de quatro anos, de grande profundidade
e amplitude histórica. A história é a compreensão dos atos humanos no passado, uma tomada de consciência da condição
humana, uma apreciação de como os problemas humanos vão mudando no transcorrer do tempo e uma percepção de
como homens, mulheres e crianças viviam e respondiam aos sucessos do passado. Mas não é só isso […] a história busca
compreender o gênero humano em todos os tempos e lugares.”
(Pluckhose, 1996.)
Tendo em vista a história, como ciência da investigação humana por excelência, é correto afirmar que
- A)com a infinita variedade de fontes primárias ou secundárias que existem no trato com a história, fica fácil estabelecer a verdade absoluta das teorias em voga.
- B)nos dias atuais, com a rapidez da informação e a facilidade de se estabelecer a simultaneidade dos fatos, o trabalho de pesquisa histórica acabou se tornando obsoleto.
- C)é impossível diante de tantos períodos diferentes, lugares distintos, com várias crenças e atitudes diversas, estabelecer quaisquer referenciais comuns em estudos históricos.
- D)para estudar e produzir a história com eficácia, é preciso assegurar‐se de que os métodos utilizados na pesquisa histórica sejam legítimos e satisfaçam critérios acadêmicos e científicos.
A alternativa correta é D)
O texto apresentado, baseado na reflexão de Pluckhose (1996), destaca a história como uma ciência que busca compreender a condição humana ao longo do tempo, analisando como indivíduos e sociedades responderam aos desafios do passado. Diante disso, a alternativa correta é a D), que afirma ser essencial assegurar métodos legítimos e critérios acadêmicos para estudar e produzir história com eficácia.
A história, como disciplina científica, não se limita a uma simples narrativa de fatos passados, mas exige rigor metodológico para interpretar fontes, contextualizar eventos e evitar anacronismos. A afirmação de que é possível estabelecer uma "verdade absoluta" (alternativa A) é equivocada, pois a história está sujeita a revisões e diferentes perspectivas. Da mesma forma, a ideia de que a pesquisa histórica se tornou obsoleta (alternativa B) é falsa, já que a velocidade da informação não substitui a análise crítica e aprofundada que a história demanda.
Por fim, embora existam diversidades culturais, temporais e geográficas (alternativa C), isso não inviabiliza a identificação de referenciais comuns ou padrões de comportamento humano. A história, justamente por seu método científico, permite estabelecer conexões e compreensões mesmo diante da complexidade das sociedades.
Portanto, a resposta correta é D), pois reforça a necessidade de métodos rigorosos e critérios acadêmicos para garantir a validade e a relevância da pesquisa histórica.
Questão 90
A partir do final dos anos 1970 a historiografia brasileira passou por intensa renovação, sob a influência de vários estudos, como os realizados pela chamada história social inglesa. Essa produção brasileira caracterizou-se
- A)pela consolidação do conceito de documento histórico, sobretudo o escrito, relacionado à estrutura do Estado e visto como expressão fidedigna das ações humanas no passado.
- B)pelo estudo de variados grupos sociais, com foco nos chamados excluídos da história, tendo por objetivo favorecer, no tempo presente, a construção da cidadania.
- C)pelo afastamento do estudo de objetos e temas relacionados à cultura, com o propósito de se concentrar na compreensão dos processos de formação dos Estados Nacionais.
- D)pela formulação do chamado método crítico, com o objetivo de garantir a neutralidade do historiador, a inefabilidade do trabalho e a formulação de uma história voltada para a construção da nacionalidade.
A alternativa correta é B)
A partir do final dos anos 1970, a historiografia brasileira passou por um processo significativo de renovação, influenciada por correntes teóricas como a história social inglesa. Essa transformação trouxe novas abordagens e perspectivas para o estudo do passado, marcando uma ruptura com tradições anteriores.
Entre as características dessa produção historiográfica renovada, destaca-se o estudo de variados grupos sociais, com ênfase nos chamados excluídos da história (alternativa B). Essa abordagem buscava recuperar as vozes e experiências de setores marginalizados, como trabalhadores, escravizados, mulheres e populações indígenas, que haviam sido tradicionalmente negligenciados pela historiografia tradicional.
Essa orientação não apenas ampliou o escopo da pesquisa histórica, mas também assumiu um compromisso político com a construção da cidadania no presente. Ao revelar as lutas e resistências desses grupos, os historiadores contribuíram para questionar narrativas oficiais e promover uma visão mais inclusiva da história nacional.
As outras alternativas não correspondem às principais características desse movimento: a concepção de documento histórico foi ampliada além dos textos oficiais (A), os estudos culturais ganharam importância (C), e a neutralidade do historiador foi justamente questionada (D).