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À CIDADE DA BAHIA    Triste Bahia! Ó quão dessemoçãoEstás e estou do nosso antigo estado!Pobre te vejo a ti, mi mi empenhadoRica você já é, você é meu abundante.    A ti trocou-te a máquina mercante,Que em sua larga barra tem entrada,A mim foi-me trocando, e tem trocado,Tanto negócio e tanto negociante.    Deste em tanto açúcar excelentePelas drogas inúteis, que abelhudaSimples aceitas do sagaz Brichote.    Oh se quisera Deus, que de repenteUm dia amanhecer tão sisudaQue para algodão ou teu capote!   À CIDADE DA BAHIA , de Gregório de Matos, produzido no contexto do século XVII, é um poema da seguinte fase literária:

À CIDADE DA BAHIA
    
Triste Bahia! Ó quão dessemoção
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, mi mi empenhado
Rica você já é, você é meu abundante.
    
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em sua larga barra tem entrada,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
    
Deste em tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
    
Oh se quisera Deus, que de repente
Um dia amanhecer tão sisuda
Que para algodão ou teu capote!
   

À CIDADE DA BAHIA , de Gregório de Matos, produzido no contexto do século XVII, é um poema da seguinte fase literária:

Resposta:

A alternativa correta é B)

O poema À Cidade da Bahia, de Gregório de Matos, é uma obra emblemática do Barroco brasileiro, movimento literário que predominou no século XVII. A escolha da alternativa B) como correta se justifica pelo contexto histórico e estilístico da produção do autor, conhecido como o "Boca do Inferno" por sua linguagem satírica e crítica social.

Gregório de Matos reflete, em seus versos, as contradições e os excessos típicos do Barroco, marcado pelo dualismo entre o sagrado e o profano, a riqueza e a decadência. No poema em questão, o autor lamenta a transformação da Bahia, outrora próspera, agora corrompida pelo comércio e pela ganância, utilizando-se de antíteses e hipérboles — recursos característicos do estilo barroco.

Além disso, o tom melancólico e a crítica à sociedade colonial reforçam a filiação do texto ao Barroco, movimento que explorava temas como a fugacidade da vida e a ilusão das aparências. A referência a "droga inúteis" e ao "sagaz Brichote" evidencia a visão pessimista do autor, alinhada à estética barroca de contrastes e questionamentos morais.

Portanto, a obra de Gregório de Matos não se enquadra no Arcadismo (A), Realismo (C) ou Parnasianismo (D), pois esses movimentos surgiram posteriormente, com propostas estéticas e temáticas distintas. O Barroco, com sua dramaticidade e complexidade, é o cenário perfeito para a poesia incisiva e reflexiva de À Cidade da Bahia.

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