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Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos últimos anos do Império. Mas é só com a queda da monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos termos. (SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281) A crítica galhofeira a autoridades e a pessoas de prestígio foi uma arma contundente de que se valeu

Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.

Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro
surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como Pedro
Caju, numa alusão à sua falta de participação nos últimos anos
do Império. Mas é só com a queda da monarquia que se passa
a eleger um rei do Carnaval. Com efeito, o rei Momo é uma invenção
recente, datada de 1933. No século XIX ele não era rei,
mas um deus grego: zombeteiro, pândego e amante da galhofa.
Nos anos 30 vira Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos,
novos termos.

(SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom
Pedro II , um monarca nos trópicos
. São Paulo: Companhia
das Letras, 1998, p. 281) 

A crítica galhofeira a autoridades e a pessoas de prestígio
foi uma arma contundente de que se valeu

Resposta:

A alternativa correta é A)

O texto apresentado aborda a tradição carnavalesca de satirizar figuras de autoridade, exemplificada pela representação caricata de Dom Pedro II nos carros alegóricos do século XIX. Essa prática de crítica humorística e irreverente a personalidades influentes remonta a uma longa tradição na cultura brasileira, encontrando seu expoente inicial na obra do poeta barroco Gregório de Matos.

Gregório de Matos, conhecido como "Boca do Inferno", utilizou a sátira como ferramenta afiada para criticar autoridades, religiosos e a sociedade baiana do período colonial. Sua poesia mordaz, repleta de trocadilhos e ironia, estabeleceu um precedente importante para a crítica social através do humor no Brasil. Assim como os carnavalescos transformaram Dom Pedro em "Pedro Banana", Gregório de Matos reduzia figuras pomposas a caricaturas ridículas em seus versos.

As outras alternativas apresentam autores importantes da literatura brasileira, mas não se encaixam no contexto específico da tradição satírica popular descrita no texto. Claudio Manuel da Costa pertence ao Arcadismo e não cultivou a sátira política; Drummond, apesar de ter poemas irônicos, não focou em crítica a autoridades; Clarice Lispector trabalhou com prosa psicológica; e a Geração de 45 não tinha como característica principal a sátira política.

Portanto, a alternativa A) é a correta, pois Gregório de Matos representa de forma paradigmática essa linhagem de crítica jocosa ao poder que depois se manifestaria no carnaval e em outras expressões da cultura popular brasileira.

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