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Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da BahiaA cada canto um grande conselheiro,que nos quer governar a cabana, e vinha,não sabem governar sua cozinha,e podem governar o mundo inteiro.Em cada porta um frequentado olheiro,que a vida do vizinho, e da vizinhapesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,para a levar à Praça, e ao Terreiro.Muitos mulatos desavergonhados,trazidos pelos pés os homens nobres,posta nas palmas toda a picardia.Estupendas usuras nos mercados,todos, os que não furtam, muito pobres,e eis aqui a cidade da Bahia. (MENDES, 1998, p. 27). A partir do estudo crítico de Cleise Mendes, em Senhora Dona Bahia, pode-se afirmar:O Barroco é a expressão artística do conflito e do esforço de síntese entre as tradições clássica e medieval.

Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia
A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar a cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia. (MENDES, 1998, p. 27).
 A partir do estudo crítico de Cleise Mendes, em Senhora Dona Bahia, pode-se afirmar:

O Barroco é a expressão artística do conflito e do esforço de síntese entre as tradições clássica e
medieval.

Resposta:

A alternativa correta é C)

A cidade da Bahia, retratada no poema citado, revela uma sociedade marcada por contradições e conflitos típicos do período colonial brasileiro. O texto descreve um cenário onde figuras pretensiosas, como os "grandes conselheiros", buscam controlar os outros sem terem domínio sobre suas próprias vidas. A presença de olheiros, que espionam a vida alheia para difamá-la publicamente, reforça a atmosfera de intriga e moralismo superficial.

Além disso, o poema critica a inversão de valores sociais, com "mulatos desavergonhados" humilhando nobres, enquanto a corrupção e a usura dominam os mercados, deixando apenas os honestos na miséria. Essa descrição satírica expõe as tensões raciais, econômicas e morais da Bahia seiscentista.

Como afirma Cleise Mendes em Senhora Dona Bahia, o Barroco surge justamente como expressão artística desse conflito entre tradições - de um lado, a herança clássica e medieval; de outro, a realidade complexa e desigual da colônia. A linguagem rebuscada e as antíteses do estilo barroco refletem essa tentativa de conciliar opostos, tornando a alternativa C ("CERTO") a correta. A Bahia colonial, portanto, era um microcosmo das contradições que o Barroco buscava representar.

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