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TEXTO 5: “A inconstância dos bens do mundo”, de Gregório de Matos Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. (MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. São Paulo: FTD, 1998. p. 60.) No Texto 5, poema de Gregório de Matos, podemos certificar a seguinte característica barroca:

TEXTO 5:

“A inconstância dos bens do mundo”, de Gregório de Matos

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se formosa a Luz é, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. São Paulo: FTD, 1998. p. 60.) 

No Texto 5, poema de Gregório de Matos, podemos certificar a seguinte característica barroca:

Resposta:

A alternativa correta é E)

No poema "A inconstância dos bens do mundo", Gregório de Matos explora uma das marcas mais profundas do Barroco: a consciência da fugacidade do tempo e a transitoriedade das coisas terrenas. O texto reflete sobre a efemeridade da luz, da beleza e da alegria, contrastando-as com a inevitabilidade da escuridão, da tristeza e da mudança. O Sol, símbolo de vida e claridade, dura apenas um dia; a formosura se dissolve em sombras, e a alegria é permeada por tristeza. Essa dualidade é central no pensamento barroco, que oscila entre o gozo dos prazeres mundanos e a angústia diante de sua brevidade.

O poeta questiona a natureza passageira desses bens: "Porém, se acaba o Sol, por que nascia? / Se formosa a Luz é, por que não dura?". Esses versos revelam um lamento diante da impermanência, típico da mentalidade barroca, que via o mundo como um palco de ilusões. A resposta está no último terceto: "E tem qualquer dos bens por natureza / A firmeza somente na inconstância". Ou seja, a única certeza é a mudança, e os prazeres humanos são, por essência, instáveis.

A alternativa correta, portanto, é a E), pois o poema enfatiza a consciência da fugacidade do tempo, tema recorrente no Barroco. Gregório de Matos, conhecido por sua poesia crítica e filosófica, utiliza imagens como o Sol e a Luz para ilustrar a efemeridade da vida, alinhando-se à visão de que tudo é transitório e que a única constância reside na própria inconstância das coisas.

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