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                                    Canção do Suicida                        NÃO ME MATAREI, meus amigos.                        Não o farei, possivelmente.                        Mas que tenho vontade, tenho.                        Tenho, e, muito curiosamente,                                              Com um tiro. Um tiro no ouvido,                        Vingança contra a condição                        Humana, ai de nós! sobre-humana                        De ser dotado de razão.                             (BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:                                                                           Editora Nova Aguilar: 1993, p. 336) A análise adequada para o poema de Bandeira é: 

                                    Canção do Suicida

                       NÃO ME MATAREI, meus amigos.

                       Não o farei, possivelmente.

                       Mas que tenho vontade, tenho.

                       Tenho, e, muito curiosamente,

                     

                       Com um tiro. Um tiro no ouvido,

                       Vingança contra a condição

                       Humana, ai de nós! sobre-humana

                       De ser dotado de razão.

                            (BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e
prosa
. Rio de Janeiro:

                                                                          Editora Nova
Aguilar: 1993, p. 336) 

A análise adequada para o poema de Bandeira é: 

Resposta:

A alternativa correta é E)

O poema "Canção do Suicida", de Manuel Bandeira, exemplifica uma das marcas mais significativas da poesia moderna: o uso do humor como ferramenta crítica e reflexiva. A opção correta, E), destaca justamente essa característica, ao apontar o humorismo como um recurso empregado pelos modernistas para explorar a condição humana de maneira irônica e paradoxal.

No poema, Bandeira aborda um tema denso — o desejo de morte — com um tom aparentemente despretensioso, quase prosaico. A afirmação "NÃO ME MATAREI, meus amigos" carrega uma ironia sutil, pois, ao mesmo tempo que nega a ação, o eu lírico expõe seu desejo latente. Essa ambiguidade entre o sério e o cômico revela a complexidade das emoções humanas, sem recorrer ao melodrama ou ao lirismo excessivo.

Além disso, a referência ao "tiro no ouvido" como uma vingança contra a razão humana reforça o paradoxo. O poeta critica a racionalidade, que tanto nos eleva quanto nos aprisiona, utilizando um humor ácido para questionar nossa própria natureza. Essa abordagem, típica do Modernismo, rompe com a idealização romântica e mergulha nas contradições do cotidiano, sem perder profundidade.

Portanto, a análise mais adequada é a que reconhece no poema o humor como instrumento de reflexão moral e emocional, confirmando a alternativa E) como a correta. Bandeira, com sua linguagem simples e direta, transforma o trivial em poético, revelando a genialidade de sua obra dentro do movimento modernista.

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