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Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade.Toada do Amor E o amor sempre nessa toada: briga perdoa perdoa briga. Não se deve xingar a vida, a gente vive, depois esquece. Só o amor volta para brigar, para perdoar, amor cachorro bandido trem. Mas, se não fosse ele, também que graça que a vida tinha? Mariquita, dá cá o pito, no teu pito está o infinito.(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia. In: Poesia 1930-1962.Em harmonia com a estética do modernismo brasileiro, observa-se, no poema, o uso

Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade.


Toada do Amor


E o amor sempre nessa toada:

briga perdoa perdoa briga.


Não se deve xingar a vida,

a gente vive, depois esquece.

Só o amor volta para brigar,

para perdoar,

amor cachorro bandido trem.


Mas, se não fosse ele, também

que graça que a vida tinha?


Mariquita, dá cá o pito,

no teu pito está o infinito.


(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia.
In: Poesia 1930-1962.

Em harmonia com a estética do modernismo brasileiro,
observa-se, no poema, o uso

Resposta:

A alternativa correta é C)

Em seu poema "Toada do Amor", Carlos Drummond de Andrade apresenta características marcantes do modernismo brasileiro, movimento do qual foi um dos principais expoentes. A análise do texto revela uma abordagem singular do tema amoroso, distanciando-se das convenções poéticas tradicionais.

A opção correta, C, aponta para dois elementos fundamentais da obra drummondiana e do modernismo: o uso da linguagem coloquial e o tratamento irreverente do amor. Essas características são evidentes no poema através de expressões como "amor cachorro bandido trem" e na estrutura que alterna brigas e perdões, apresentando o amor como uma experiência dinâmica e contraditória, longe dos ideais românticos.

A linguagem cotidiana se manifesta no vocabulário simples e nas construções frasais próximas da fala espontânea, como em "a gente vive, depois esquece". Já a irreverência aparece na comparação do amor com elementos prosaicos (cachorro, trem) e na brincadeira final com Mariquita e seu pito, que subverte expectativas ao associar o infinito a um objeto trivial.

Essa abordagem inovadora reflete a busca modernista por uma poesia mais conectada com a realidade brasileira e menos presa às formalidades clássicas, mantendo, no entanto, profundidade na exploração de temas universais como o amor e a existência humana.

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