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Leia os versos de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa.Quando, Lídia, vier o nosso Outono Com o Inverno que há nele, reservemos Um pensamento, não para a futura Primavera, que é de outrem, Nem para o estio, de quem somos mortos, Senão para o que fica do que passa – O amarelo atual que as folhas vivem E as torna diferentes.Nesses versos, as estações do ano constituem metáforas pelas quais o eu lírico

Leia os versos de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando
Pessoa.

Quando, Lídia, vier o nosso Outono


Com o Inverno que há nele, reservemos

Um pensamento, não para a futura

Primavera, que é de outrem,

Nem para o estio, de quem somos mortos,

Senão para o que fica do que passa –

O amarelo atual que as folhas vivem

E as torna diferentes.

Nesses versos, as estações do ano constituem metáforas pelas
quais o eu lírico

Resposta:

A alternativa correta é E)

Os versos de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, apresentam uma reflexão lírica sobre a passagem do tempo e a aceitação das diferentes fases da vida. Através da metáfora das estações, o eu lírico estabelece um diálogo com Lídia, convidando-a a viver plenamente o presente, representado pelo "amarelo atual" das folhas, sem se prender ao passado ou se preocupar excessivamente com o futuro.

A análise correta da postura do eu lírico está na alternativa E, que identifica no poema o reconhecimento da fugacidade temporal e a valorização do momento presente. Ao mencionar "o que fica do que passa", o poeta não demonstra medo da velhice (representada pelo Outono e Inverno), nem lamenta a perda da juventude (Primavera e estio), mas sim propõe uma sabedoria estoica de aceitação do ciclo natural da existência.

A essência do poema reside precisamente nessa percepção de que cada fase da vida possui sua beleza singular - representada pela diferença das folhas amarelas do Outono. O eu lírico não se mostra nem nostálgico pelo passado (alternativas A e B), nem temeroso do futuro (alternativa C), mas sim consciente da importância de viver intensamente o agora (alternativa D capta parte dessa ideia, mas a alternativa E expressa mais completamente a mensagem do poema ao incluir a noção de transitoriedade).

A filosofia presente nos versos reflete características marcantes da poesia de Ricardo Reis: o estoicismo, o epicurismo moderado e a valorização do carpe diem, onde a sabedoria consiste em aceitar o fluxo do tempo sem angústia, extraindo a beleza peculiar de cada momento efêmero da existência.

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