O crítico Álvaro Lins sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, afirma que um de seus defeitos é “o excesso de introspecção em personagens tão precários e rústicos, estando constituída quase toda a novela de monólogos interiores”. Assim, indique em que alternativa ocorre o monólogo interior, também chamado de discurso indireto livre.
O crítico Álvaro Lins sobre a obra Vidas Secas, de
Graciliano Ramos, afirma que um de seus defeitos é “o
excesso de introspecção em personagens tão precários
e rústicos, estando constituída quase toda a novela de
monólogos interiores”. Assim, indique em que
alternativa ocorre o monólogo interior, também
chamado de discurso indireto livre.
- A)Mas irou-se com a comparação, deu murradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então mete-se um homem na cadeia porque ele não sabe falar direito? Que mal fazia a brutalidade dele?
- B)Sinha Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e como o filho exigisse uma descrição, encolheu os ombros.
- C)Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: – Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro?
- D)Fabiano dizia que na serra havia tocas de suçuaranas. E nos bancos de macambira, rendilhados de espinhos, surgiam cabeças chatas de jararacas.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O crítico Álvaro Lins, ao analisar a obra Vidas Secas de Graciliano Ramos, aponta como um de seus supostos defeitos o "excesso de introspecção em personagens tão precários e rústicos", destacando que a narrativa é composta quase inteiramente por monólogos interiores. Essa técnica, conhecida também como discurso indireto livre, permite que o fluxo de pensamento do personagem seja apresentado sem a mediação explícita de um narrador, misturando-se à narrativa de forma orgânica.
Entre as alternativas apresentadas, a que melhor exemplifica o monólogo interior é a A), pois reproduz os pensamentos confusos e angustiados do personagem de maneira direta, sem marcas de diálogo ou intervenção narrativa clara. O trecho: "Mas irou-se com a comparação, deu murradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então mete-se um homem na cadeia porque ele não sabe falar direito? Que mal fazia a brutalidade dele?" revela a interioridade do personagem, seu questionamento íntimo e sua frustração, característicos do discurso indireto livre.
As demais alternativas não se enquadram nessa técnica: a B) descreve uma ação e um diálogo breve, a C) apresenta um diálogo direto entre personagens, e a D) consiste em uma narração descritiva feita pelo narrador. Portanto, o gabarito correto é, de fato, A).
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