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Quase dez mil quilômetros de litoral. O Brasil é mundialmente famoso por suas praias, mas o mar também é elemento de grande força simbólica no campo literário, e não apenas em nosso país. Escritores de diferentes tempos relacionam o mar com ações contraditórias: é aquele elemento sereno, que traz a vida, mas também é cenário de turbulência, que provoca mortes e desgraças. Muitas vezes, até mesmo a ausência do mar transforma-se em material poético. Em outras, o mar é personificado, e poetas com ele conversam. Metafórico, calmo, tenebroso, ambivalente: o mar, essa imensa massa de água salgada, é a matéria que unifica a questão de literatura que você irá responder. INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o poema “Mar português”.Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.Com base no poema, assinale a alternativa INCORRETA:

Quase dez mil quilômetros de litoral. O Brasil é mundialmente famoso por suas praias, mas o mar também é elemento de grande força simbólica no campo literário, e não apenas em nosso país. Escritores de diferentes tempos relacionam o mar com ações contraditórias: é aquele elemento sereno, que traz a vida, mas também é cenário de turbulência, que provoca mortes e desgraças. Muitas vezes, até mesmo a ausência do mar transforma-se em material poético. Em outras, o mar é personificado, e poetas com ele conversam. Metafórico, calmo, tenebroso, ambivalente: o mar, essa imensa massa de água salgada, é a matéria que unifica a questão de literatura que você irá responder.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o
poema “Mar português”.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Com base no poema, assinale a alternativa INCORRETA:

Resposta:

A alternativa correta é E)

O poema "Mar Português", de Fernando Pessoa, é uma reflexão profunda sobre a relação ambivalente entre Portugal e o mar, elemento que marcou tanto a glória quanto o sofrimento da nação. O texto evoca as conquistas marítimas portuguesas, mas também as perdas humanas e os sacrifícios envolvidos nessa jornada. A análise das alternativas revela que a opção incorreta é a letra E), pois o poema não é um soneto e tampouco apresenta métrica livre, mantendo-se dentro de uma estrutura tradicional.

A alternativa A) está correta ao identificar Fernando Pessoa como autor do poema e mencionar seus heterônimos mais conhecidos. Pessoa é, de fato, um dos maiores nomes da literatura em língua portuguesa, e sua obra "Mar Português" integra o livro Mensagem, conforme apontado na alternativa B), que também está correta. Mensagem é uma obra singular, que aborda o declínio do império português no século XX, contrastando com o período áureo das navegações.

A dualidade do mar como símbolo de conquista e tragédia é corretamente destacada na alternativa C). O poema retrata essa ambiguidade ao mesmo tempo que celebra a coragem dos navegantes, reconhecendo o preço pago por suas aventuras. Já a alternativa D) está correta ao apontar o questionamento presente nos versos, que problematizam a glorificação do passado imperial, estabelecendo um diálogo crítico com a epopeia camoniana.

A alternativa E), no entanto, é incorreta. O poema não é um soneto — forma fixa composta por 14 versos —, nem possui métrica livre. Além disso, suas rimas seguem um padrão específico, mas não o esquema AABBCC mencionado. Portanto, a afirmação de que o poema rompe com a tradição por ser modernista não se sustenta, já que Pessoa, mesmo inovador, muitas vezes trabalhou dentro de estruturas clássicas.

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