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A educação pela pedra                     Uma educação pela pedra: por lições;  para aprender da pedra, frequentá-la;  captar sua voz inenfática, impessoal  (pela de dicção ela começa as aulas).  A lição de moral, sua resistência fria  ao que flui e a fluir, a ser maleada; a de poética, sua carnadura concreta; a de economia, seu adensar-se compacta:  lições de pedra (de fora para dentro,  cartilha muda), para quem soletrá-la.                     Outra educação pela pedra: no Sertão (de dentro para fora, e pré-didática). No Sertão a pedra não sabe lecionar,  e se lecionasse não ensinaria nada;  lá não se aprende a pedra: lá a pedra,  uma pedra de nascença, entranha a alma.           Fonte: MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 21.                Quanto ao período em que foi publicado e às características desse poema, pode-se classificá-lo como  

A educação pela pedra 

                    
Uma educação pela pedra: por lições;  
para aprender da pedra, frequentá-la;  
captar sua voz inenfática, impessoal  
(pela de dicção ela começa as aulas).  
A lição de moral, sua resistência fria  
ao que flui e a fluir, a ser maleada; 
a de poética, sua carnadura concreta; 
a de economia, seu adensar-se compacta:  
lições de pedra (de fora para dentro,  
cartilha muda), para quem soletrá-la.  
                   
Outra educação pela pedra: no Sertão 
(de dentro para fora, e pré-didática). 
No Sertão a pedra não sabe lecionar,  
e se lecionasse não ensinaria nada;  
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,  
uma pedra de nascença, entranha a alma. 
          
Fonte: MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 21. 
               
Quanto ao período em que foi publicado e às características desse poema, pode-se classificá-lo como 
 

Resposta:

A alternativa correta é C)

A educação pela pedra e o Modernismo brasileiro

O poema A educação pela pedra, de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1966, apresenta características marcantes da Terceira Fase do Modernismo brasileiro. Esta fase, que se estende aproximadamente de 1945 a 1968, é conhecida por sua linguagem mais objetiva e pelo desenvolvimento de uma poesia reflexiva e metalinguística.

No poema em questão, observamos traços fundamentais dessa produção literária:

  • Economia vocabular e precisão linguística
  • Abordagem reflexiva sobre o fazer poético
  • Fusão entre forma e conteúdo
  • Preocupação com a materialidade da linguagem
  • Racionalismo e objetividade

A obra se afasta claramente das propostas surrealistas (A) e simbolistas (B), que privilegiavam respectivamente o inconsciente e a sugestão poética. Também não se enquadra na Primeira Fase modernista (D), marcada pelo experimentalismo e pela ruptura violenta com tradições. O naturalismo (E), por sua vez, é uma corrente distante da produção cabralina.

A classificação correta como Modernismo - Terceira Fase (C) se justifica pela construção lapidar do poema, seu caráter metapoético e pela forma como transforma a pedra em objeto de reflexão estética e existencial, características centrais dessa fase do movimento modernista no Brasil.

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