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      Desde já a ciência entra, portanto, no nosso domínio de romancistas, nós que somos agora analistas do homem, em sua ação individual e social. Continuamos, pelas nossas observações e experiências, o trabalho do fisiólogo que continuou o do físico e o do químico. Praticamos, de certa forma, a Psicologia científica, para completar a Fisiologia científica; e, para acabar a evolução, temos tão somente que trazer para nossos estudos sobre a natureza e o homem o instrumento decisivo do método experimental. Em uma palavra, devemos trabalhar com os caracteres, as paixões, os fatos humanos e sociais, como o químico e o físico trabalham com os corpos brutos, como o fisiólogo trabalha com os corpos vivos. O determinismo domina tudo. É a investigação científica, é o raciocínio experimental que combate, uma por uma, as hipóteses dos idealistas, e substitui os romances de pura imaginação pelos romances de observação e de experimentação.                                               (Émile Zola. O romance experimental, 1982. Adaptado.) Depreendem-se do comentário do escritor francês Émile Zola preceitos que orientam a corrente literária

      Desde já a ciência entra, portanto, no nosso domínio de
romancistas, nós que somos agora analistas do homem, em
sua ação individual e social. Continuamos, pelas nossas observações
e experiências, o trabalho do fisiólogo que continuou
o do físico e o do químico. Praticamos, de certa forma, a
Psicologia científica, para completar a Fisiologia científica; e,
para acabar a evolução, temos tão somente que trazer para
nossos estudos sobre a natureza e o homem o instrumento
decisivo do método experimental. Em uma palavra, devemos
trabalhar com os caracteres, as paixões, os fatos humanos
e sociais, como o químico e o físico trabalham com os corpos
brutos, como o fisiólogo trabalha com os corpos vivos.
O determinismo domina tudo. É a investigação científica, é o
raciocínio experimental que combate, uma por uma, as hipóteses dos idealistas, e substitui os romances de pura imaginação
pelos romances de observação e de experimentação.

                                              (Émile Zola. O romance experimental, 1982. Adaptado.)

Depreendem-se do comentário do escritor francês Émile Zola
preceitos que orientam a corrente literária

Resposta:

A alternativa correta é C)

O trecho de Émile Zola, extraído de O romance experimental, explicita os fundamentos da corrente literária naturalista, conforme indicado pela alternativa correta (C). Zola defende uma abordagem científica da literatura, comparando o trabalho do romancista ao do cientista: assim como o físico, o químico e o fisiólogo investigam leis naturais por meio da experimentação, o escritor naturalista deve aplicar o método experimental ao estudo do ser humano, suas paixões e seu contexto social.

A ênfase no determinismo — a ideia de que fatores biológicos, históricos e ambientais determinam o comportamento — revela a influência das teorias científicas do século XIX, como o evolucionismo de Darwin e o positivismo de Comte, no naturalismo. Essa corrente opõe-se ao idealismo romântico (D) e ao subjetivismo simbolista (A), privilegiando a observação metódica e a representação crua da realidade, inclusive em seus aspectos mais brutais ou patológicos. A menção à substituição dos "romances de pura imaginação" por obras baseadas na experimentação reforça o caráter antirromântico e materialista do movimento.

As demais alternativas são incompatíveis com o excerto: o Arcadismo (B) cultua a simplicidade pastoral e a razão neoclássica, enquanto o Barroco (E) explora o conflito espiritual e a linguagem ornamentada. Zola, ao propor uma literatura que "continua o trabalho do fisiólogo", consolida o Naturalismo como expressão artística da ciência em sua era.

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