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Analise o fragmento de um poema, transcrito abaixo.Quero que a estrofe cristalina dobrada ao jeito, do ourives, saia da oficina sem um defeito: E horas sem conta passo, mudo, o olhar atento, A trabalhar, longe de tudo, o pensamento. Porque o escrever – tanta perícia, tanta requer, que ofício tal… nem há notícia de outra qualquer. (Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002.)O poema acima se insere na produção poética do Parnasianismo. Esse período teve, como uma de suas concepções nucleares, o culto da ‘arte pela arte’, ou ‘a arte com fim em si mesma’. Tal concepção da poesia parnasiana se revela no poema acima:

Analise o fragmento de um poema, transcrito abaixo.

Quero que a estrofe cristalina

dobrada ao jeito,

do ourives, saia da oficina

sem um defeito:

E horas sem conta passo, mudo,

o olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo,

o pensamento.

Porque o escrever – tanta perícia,

tanta requer,

que ofício tal… nem há notícia

de outra qualquer.

(Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002.)

O poema acima se insere na produção poética do
Parnasianismo. Esse período teve, como uma de suas
concepções nucleares, o culto da ‘arte pela arte’, ou ‘a
arte com fim em si mesma’. Tal concepção da poesia
parnasiana se revela no poema acima:

Resposta:

A alternativa correta é B)

O fragmento poético de Olavo Bilac, inserido no contexto do Parnasianismo, revela de maneira clara os princípios estéticos desse movimento literário. O Parnasianismo, em sua essência, defendia a "arte pela arte", priorizando a perfeição formal e o trabalho minucioso com a linguagem, em detrimento de subjetivismos ou engajamentos externos.

No poema em questão, o eu lírico compara a criação poética ao labor de um ourives, destacando o cuidado extremo com a forma: "Quero que a estrofe cristalina / dobrada ao jeito, / do ourives, saia da oficina / sem um defeito". Essa metáfora ilustra a busca pela precisão técnica, onde cada palavra é lapidada como uma joia, evidenciando o "culto explícito do apuro formal" mencionado na alternativa B. O poeta descreve o processo criativo como um ofício exigente, que demanda horas de dedicação solitária e concentrada: "E horas sem conta passo, mudo, / o olhar atento, / A trabalhar, longe de tudo, / o pensamento".

As demais alternativas não se adequam ao texto ou ao Parnasianismo. A linguagem não é despretensiosa (A), pois há evidente preocupação com o refinamento. O lirismo intimista (C) é característica do Romantismo, não do Parnasianismo, que valoriza a impessoalidade. O poema não repudia a poesia clássica (D), mas antes se inspira em seus modelos de perfeição. Por fim, não há qualquer indício de compromisso social ou político (E), já que o movimento rejeitava justamente a instrumentalização da arte.

Portanto, a alternativa B é a única que sintetiza corretamente a concepção parnasiana presente no poema: a exaltação da forma como valor supremo da criação artística.

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