Questões Sobre Parnasianismo - Literatura - concurso

Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento literário parnasiano.

• A) Enquanto a poesia romântica dava maior valor à inspiração do que ao acabamento formal, o Parnasianismo atribuiu grande valor à estética do texto.
• B) Foi o livro Poesias, de Olavo Bilac, publicado em 1882, que marcou o início do Parnasianismo brasileiro.
• C) Em virtude da preocupação com a forma do poema - que se refletia na precisão das palavras, na riqueza das rimas e no respeito pelas regras de composição poética - o trabalho do poeta parnasiano comumente é comparado ao de um ourives ou escultor.
• D) O movimento parnasiano tem suas raízes na França, com a publicação, em 1866, da antologia poética O Parnaso Contemporâneo.
• E) Quanto à mulher, a poesia parnasiana a vê sob o prisma da sensualidade e do erotismo, privilegiando a descrição de seus aspectos físicos.

O gabarito correto é B).

O romance histórico A Última Quimera (1995), de Ana Miranda, é uma obra que se destaca pela forma como incorpora a poesia de Augusto dos Anjos em sua narrativa. A alternativa correta, D), aponta que o livro cita e parafraseia textos poéticos do autor paraibano, utilizando sua linguagem única para construir ideias e argumentos tanto do protagonista quanto de outros personagens.

Essa característica é fundamental para compreender a riqueza da obra, pois a poesia de Augusto dos Anjos, conhecida por seu tom sombrio e existencialista, não apenas enriquece o texto como também serve de base para a construção psicológica dos personagens. A intertextualidade presente no romance vai além de uma simples referência; ela estabelece um diálogo profundo entre a ficção e a obra do poeta, permitindo que sua voz ecoe dentro da narrativa.

As outras alternativas apresentam informações incorretas ou imprecisas sobre o livro. Por exemplo, a obra não é narrada por Olavo Bilac (A), nem se limita a retratar os subúrbios do Rio de Janeiro (B). Além disso, a narrativa não segue uma estrutura linear (C), e as epígrafes não têm caráter paródico (E). Portanto, a resposta D) é a única que identifica corretamente um dos aspectos mais marcantes do romance: a presença da poesia de Augusto dos Anjos como elemento estruturante da trama.

O poema Poética, de Manuel Bandeira, é uma manifestação clara contra o formalismo excessivo e as convenções literárias rígidas. Nele, o poeta expressa sua insatisfação com o "lirismo comedido" e "bem comportado", criticando a poesia burocrática e artificial que se prende a regras e purismos linguísticos. Bandeira defende uma expressão poética mais livre, autêntica e visceral, valorizando os "barbarismos universais", as "sintaxes de exceção" e os ritmos diversos, em oposição à rigidez parnasiana.

A afirmação de que a preocupação com a forma poética revela influência do parnasianismo em Bandeira é incorreta (E). O poema, na verdade, rejeita justamente os ideais parnasianos de perfeição formal e linguagem impecável, propondo um lirismo mais espontâneo e libertário. Bandeira, apesar de conhecer as técnicas tradicionais, alinha-se mais ao modernismo, movimento que buscava romper com as convenções estéticas do passado. Portanto, sua poesia não reflete a influência de Olavo Bilac ou Alberto de Oliveira, mas sim uma ruptura com esses modelos.

O poema "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac, é uma ode à riqueza e à beleza do idioma, expressando profunda admiração por suas múltiplas facetas. O eu lírico não apenas celebra a língua, mas também a personifica, atribuindo-lhe características contraditórias que revelam sua complexidade. Ao chamá-la de "última flor do Lácio, inculta e bela", o poeta reconhece sua origem latina e sua natureza ao mesmo tempo rústica e sublime.

A alternativa correta é a E), pois o poema claramente enaltece a língua portuguesa. Bilac utiliza metáforas como "ouro nativo" e "tuba de alto clangor" para destacar seu valor e sonoridade, enquanto contrasta com imagens de dor e saudade, como "o arrolo da saudade e da ternura". Essa dualidade mostra como o idioma é capaz de expressar tanto grandiosidade quanto sentimentos profundos e melancólicos.

Além disso, o poeta menciona figuras importantes como Camões e a voz materna, ligando a língua a tradições literárias e afetivas. A expressão "rude e doloroso idioma" não é uma crítica, mas um reconhecimento de sua força e capacidade de transmitir emoções intensas. Assim, o poema é uma exaltação à língua portuguesa em toda sua diversidade e potência expressiva.

O poema Psicologia de um vencido, de Augusto dos Anjos, apresenta uma visão sombria e pessimista da existência humana, explorando temas como a decadência física, a angústia e a inevitabilidade da morte. A análise das afirmativas revela que apenas as proposições II e III estão corretas, conforme o gabarito indicado.

A afirmativa I afirma que o eu lírico mantém imagens poéticas tradicionais, apesar da visão negativa. No entanto, Augusto dos Anjos rompe com convenções ao utilizar um vocabulário científico e cru, como "carbono e amoníaco" ou "frialdade inorgânica", distanciando-se de imagens líricas convencionais. Portanto, essa afirmação está incorreta.

A afirmativa II está correta, pois o uso de termos científicos ("epigênese", "inorgânica") e biológicos ("verme", "sangue podre") reforça a ideia da fragilidade orgânica e da decomposição, evidenciando o drama da condição humana perante a morte. Essa abordagem crua e realista é uma marca distintiva do poeta.

Por fim, a afirmativa III também está correta, pois o poema mescla características do Parnasianismo, como a forma fixa do soneto e o rigor estético, com temas simbolistas, como a angústia existencial e a melancolia. Augusto dos Anjos transita entre esses movimentos, criando uma obra singular que reflete tanto a precisão formal quanto a profundidade emocional.

Assim, a alternativa D) II e III é a correta, já que apenas essas duas afirmativas estão em consonância com a análise do poema e suas características literárias.

Assinale o que for correto sobre estilos de época na literatura.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E).

O fragmento poético de Olavo Bilac, inserido no contexto do Parnasianismo, revela de maneira clara os princípios estéticos desse movimento literário. O Parnasianismo, em sua essência, defendia a "arte pela arte", priorizando a perfeição formal e o trabalho minucioso com a linguagem, em detrimento de subjetivismos ou engajamentos externos.

No poema em questão, o eu lírico compara a criação poética ao labor de um ourives, destacando o cuidado extremo com a forma: "Quero que a estrofe cristalina / dobrada ao jeito, / do ourives, saia da oficina / sem um defeito". Essa metáfora ilustra a busca pela precisão técnica, onde cada palavra é lapidada como uma joia, evidenciando o "culto explícito do apuro formal" mencionado na alternativa B. O poeta descreve o processo criativo como um ofício exigente, que demanda horas de dedicação solitária e concentrada: "E horas sem conta passo, mudo, / o olhar atento, / A trabalhar, longe de tudo, / o pensamento".

As demais alternativas não se adequam ao texto ou ao Parnasianismo. A linguagem não é despretensiosa (A), pois há evidente preocupação com o refinamento. O lirismo intimista (C) é característica do Romantismo, não do Parnasianismo, que valoriza a impessoalidade. O poema não repudia a poesia clássica (D), mas antes se inspira em seus modelos de perfeição. Por fim, não há qualquer indício de compromisso social ou político (E), já que o movimento rejeitava justamente a instrumentalização da arte.

Portanto, a alternativa B é a única que sintetiza corretamente a concepção parnasiana presente no poema: a exaltação da forma como valor supremo da criação artística.

O texto apresentado aborda diferentes movimentos literários, destacando suas características e contextos históricos. Em particular, ele enfatiza a tendência poética da segunda metade do século XIX, que se distancia do Realismo e do Naturalismo ao adotar um esteticismo baseado no princípio da "arte pela arte". Essa corrente rejeita a utilidade prática da arte, priorizando a forma e a sofisticação expressiva, além de evitar temas considerados vulgares ou cotidianos.

Além disso, o texto ressalta como as obras literárias refletem o período e a cultura em que foram produzidas, servindo como testemunhos históricos. Nesse sentido, cada movimento carrega marcas específicas de seu tempo:

• Barroco: Representa os conflitos entre valores terrenos e espirituais, expressos por meio de antíteses e contrastes linguísticos.
• Romantismo: Manifesta um sentimento nacionalista, exaltando a natureza e a identidade brasileira, com destaque para o indianismo de Gonçalves Dias.
• Realismo: Diferentemente do que sugere a alternativa C, esse movimento rejeita idealizações, buscando retratar a realidade de forma crítica e objetiva.
• Parnasianismo: Apesar de sua inspiração na literatura clássica, não cultua o sentimentalismo romântico, mas sim a perfeição formal e o distanciamento emocional.
• Modernismo: Embora rompa com padrões estéticos europeus, ainda assim incorpora elementos como o amor platônico e o individualismo em suas primeiras fases.

Conforme indicado pelo gabarito, a alternativa A é a correta, pois o Barroco de fato expressa as tensões de sua época por meio de linguagem marcada por oposições, refletindo os dilemas entre o material e o espiritual.

O texto apresentado descreve duas vertentes distintas da literatura brasileira: uma marcada pelo esteticismo e pela "arte pela arte", e outra voltada para a denúncia social e o empoderamento. A primeira, situada na segunda metade do século XIX, se opõe ao Realismo e ao Naturalismo, privilegiando a forma e rejeitando temas corriqueiros. Já a segunda utiliza a literatura como ferramenta para expor as desigualdades e opressões sociais.

O gabarito indica que a alternativa correta é a letra B, que menciona apenas os autores João Cabral de Melo Neto, Graciliano Ramos e Castro Alves. Isso sugere que esses escritores representam a tendência de denúncia social, enquanto Olavo Bilac, citado na opção 1, estaria mais alinhado com o esteticismo poético.

Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa B, pois os autores listados (2, 3 e 4) são reconhecidos por suas obras engajadas socialmente, enquanto Olavo Bilac, apesar de sua importância literária, não se enquadra nessa vertente de crítica social.

A obra de Jorge de Lima é marcada por uma trajetória multifacetada, atravessando diferentes vertentes estéticas e temáticas. Sua produção inicial, de caráter parnasiano, rendeu-lhe o título de "Príncipe dos Poetas de Alagoas", destacando-se pela forma rigorosa e pelo tom lírico tradicional. Dentre os poemas mais conhecidos dessa fase, O Acendedor de Lampiões figura como uma de suas composições emblemáticas, refletindo o apuro formal e a sensibilidade característicos de sua juventude literária.

Embora outras opções apresentadas remetam a importantes obras da literatura brasileira – como Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, ou Evocação do Recife, de Manuel Bandeira –, a resposta correta para o poema de Jorge de Lima em questão é, de fato, O Acendedor de Lampiões. Esse poema sintetiza o estilo inicial do autor, antes de suas incursões posteriores pelo regionalismo, misticismo e vanguardas, que consolidariam sua voz única na poesia brasileira.