Instrução: A questão baseia-se nos textos a seguir.Texto I, de Luís Vaz de Camões Os bons vi sempre passar No mundo graves tormentos; E para mais me espantar, Os maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim O bem tão mal ordenado, Fui mau, mas fui castigado. Assim que, só para mim, Anda o mundo concertado.Texto II, de Leonardo Mota O mundo está de tal forma Que ninguém pode entender: Uns devem, porém não pagam, Outros pagam sem dever.A ideia comum aos dois textos é que
Instrução: A questão baseia-se nos textos
a seguir.
Texto I, de Luís Vaz de Camões
Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.
Texto II, de Leonardo Mota
O mundo está de tal forma
Que ninguém pode entender:
Uns devem, porém não pagam,
Outros pagam sem dever.
A ideia comum aos dois textos é que
- A)os tormentos rondam o mundo.
- B)a justiça tarda, mas não falha.
- C)os maus são castigados.
- D)o mundo está desconcertado.
- E)o mundo é injusto com poucos.
Resposta:
A alternativa correta é D)
A análise dos textos de Luís Vaz de Camões e Leonardo Mota revela uma visão compartilhada sobre a desordem e a incoerência do mundo. Ambos os poetas expressam, em linguagem poética, uma percepção de que a realidade não segue uma lógica justa ou previsível.
No Texto I, Camões contrasta a situação dos "bons" e dos "maus": enquanto os primeiros sofrem "graves tormentos", os últimos nadam em "mar de contentamentos". O poeta conclui que o mundo parece "concertado" apenas para ele, sugerindo uma sensação de desequilíbrio universal. Já no Texto II, Mota apresenta uma estrutura similar de paradoxo, onde as relações de débito e pagamento se mostram invertidas e ilógicas.
A opção D) "o mundo está desconcertado" capta precisamente essa ideia central presente em ambos os textos. Os poetas não estão apenas descrevendo a existência de tormentos (opção A), mas sim apontando para uma inversão fundamental da ordem esperada. Também não defendem que a justiça eventualmente prevalece (opção B), nem que os maus são sistematicamente castigados (opção C). A opção E) é incorreta porque ambos os textos sugerem que a injustiça é generalizada, não limitada a "poucos".
Assim, a alternativa D emerge como a que melhor sintetiza a perspectiva comum aos dois textos: a de um mundo que opera segundo uma lógica desconcertante e frequentemente injusta, onde as expectativas convencionais de ordem e justiça são sistematicamente frustradas.
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