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Leia o seguinte excerto de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.                                                        (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.) Na passagem citada, a substituição da máxima pascalina de que o homem é um caniço pensante pelo enunciado “o homem é uma errata pensante” significa

Leia o seguinte excerto de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis:

Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.
                                                       (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.)

Na passagem citada, a substituição da máxima pascalina de que o homem é um caniço pensante pelo enunciado “o homem é uma errata pensante” significa




Resposta:

A alternativa correta é C)

No excerto de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis subverte a famosa máxima de Pascal, "o homem é um caniço pensante", propondo em seu lugar que "o homem é uma errata pensante". Essa alteração não é meramente retórica, mas carrega uma profunda reflexão sobre a condição humana e a natureza transitória da existência.

A metáfora da "errata pensante" sugere que a vida humana é um processo contínuo de revisão e correção, onde cada fase ("edição") tenta aprimorar a anterior, sem nunca alcançar uma versão perfeita ou definitiva. Diferentemente da imagem pascalina, que enfatiza a fragilidade do homem diante do universo, a errata machadiana destaca o caráter dinâmico e mutável da experiência humana.

A alternativa correta (C) capta precisamente essa dualidade: por um lado, a consciência da provisoriedade da existência (já que nenhuma edição é final até a morte) e, por outro, a possibilidade de constante reelaboração da própria vida. Machado não nega o aspecto frágil apontado por Pascal, mas acrescenta a dimensão ativa do pensamento humano, capaz de revisar-se continuamente.

As demais alternativas falham em abarcar essa complexidade: a letra A reduz a existência a um mero acúmulo de erros; a B enfatiza apenas o carpe diem, ignorando o aspecto corretivo; e a D, ao focar no niilismo da morte, perde de vista o processo vital de transformação que o trecho evoca.

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