A obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, distancia-se dos romances típicos do Romantismo brasileiro, dentre outros fatores, por

A obra Memórias de um sargento de milícias, escrita por Manuel Antônio de Almeida, representa uma ruptura em relação aos padrões românticos que dominavam a literatura brasileira no século XIX. Enquanto os romances românticos idealizavam heróis nobres, paixões intensas e um nacionalismo ufanista, Almeida optou por uma abordagem mais realista e despretensiosa, focando no cotidiano das classes populares urbanas do Rio de Janeiro.

A alternativa correta, E) retratar a simplicidade das classes populares, destaca justamente essa característica singular da obra. Diferente dos romances românticos, que frequentemente exaltavam figuras idealizadas ou temas grandiosos, Memórias de um sargento de milícias traz à tona personagens comuns, como malandros, soldados, funcionários públicos e pessoas do povo, em situações do dia a dia, muitas vezes marcadas por humor e leveza.

As demais alternativas não correspondem ao espírito da obra:

• A) Exaltar o passado histórico – A narrativa não se preocupa com eventos históricos grandiosos, mas sim com a vida ordinária.
• B) Cultuar os elementos nacionais – Embora retrate o Brasil, não há um nacionalismo exagerado ou idealização da natureza, comum no Romantismo.
• C) Apoiar os movimentos abolicionistas – A escravidão não é um tema central na obra, que se concentra mais nas relações sociais urbanas.
• D) Supervalorizar as emoções das personagens – O tom é mais despojado e irônico, distante do sentimentalismo romântico.

Portanto, a escolha da alternativa E está correta, pois a obra se destaca justamente por seu olhar realista e descontraído sobre a vida das camadas mais humildes da sociedade, afastando-se dos excessos emocionais e idealizações típicas do Romantismo.