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O texto a seguir é um trecho de uma entrevista concedida por Janet M. Paterson à revista Aletria.      Aletria — Vários críticos, tais como Lacan, Derrida, Levinas, Deleuze, Lévi-Strauss, Bhabha e Spivak, têm discutido a questão da alteridade e as implicações das teorizações baseadas nas percepções do outro. Quais são as bases teóricas de sua pesquisa sobre figurações da alteridade?      Janet M. Paterson — O trabalho do sociossemioticista francês Eric Landowski forneceu o arcabouço conceitual de meu livro. Em Présences de l’Autre: essais de socio-sémiotique, Landowski estuda casos reais de alteridade em Paris, tais como os moradores de rua ou os artistas da região do Centre Pompidou. Isso lhe permitiu elaborar uma metodologia extremamente requintada e precisa que me pareceu muito útil. Mencionarei alguns de seus principais conceitos: a distinção entre diferença e alteridade (distinção que permite a Landowski conceituar alteridade); a necessidade de um grupo de referência (um grupo social dominante) para a existência de qualquer forma de alteridade; e a complexidade dos vários tipos de relações estabelecidas com o outro. Acima de tudo, eu era continuamente lembrada de que na literatura, assim como na sociedade, a alteridade é sempre uma construção.Na teoria literária, a emergência da noção de alteridade vincula-se teoricamente de modo mais expressivo aos textos produzidos no 

O texto a seguir é um trecho de uma entrevista concedida por Janet M. Paterson à revista Aletria.

      Aletria — Vários críticos, tais como Lacan, Derrida, Levinas, Deleuze, Lévi-Strauss, Bhabha e Spivak, têm discutido a questão da alteridade e as implicações das teorizações baseadas nas percepções do outro. Quais são as bases teóricas de sua pesquisa sobre figurações da alteridade?

      Janet M. Paterson — O trabalho do sociossemioticista francês Eric Landowski forneceu o arcabouço conceitual de meu livro. Em Présences de l’Autre: essais de socio-sémiotique, Landowski estuda casos reais de alteridade em Paris, tais como os moradores de rua ou os artistas da região do Centre Pompidou. Isso lhe permitiu elaborar uma metodologia extremamente requintada e precisa que me pareceu muito útil. Mencionarei alguns de seus principais conceitos: a distinção entre diferença e alteridade (distinção que permite a Landowski conceituar alteridade); a necessidade de um grupo de referência (um grupo social dominante) para a existência de qualquer forma de alteridade; e a complexidade dos vários tipos de relações estabelecidas com o outro. Acima de tudo, eu era continuamente lembrada de que na literatura, assim como na sociedade, a alteridade é sempre uma construção.

Na teoria literária, a emergência da noção de alteridade vincula-se
teoricamente de modo mais expressivo aos textos produzidos no 

Resposta:

A alternativa correta é A)

O texto apresentado traz uma discussão relevante sobre a questão da alteridade, abordada por Janet M. Paterson em sua entrevista à revista Aletria. A pesquisadora destaca a influência do sociossemioticista francês Eric Landowski em seu trabalho, especialmente no que diz respeito à distinção entre diferença e alteridade, a necessidade de um grupo de referência dominante e a complexidade das relações com o outro. Esses conceitos são fundamentais para compreender como a alteridade é construída tanto na literatura quanto na sociedade.

No contexto da teoria literária, a noção de alteridade ganhou destaque especialmente no período da pós-modernidade, como indicado no gabarito correto (alternativa A). A pós-modernidade, marcada por questionamentos sobre identidade, representação e poder, trouxe à tona discussões profundas sobre o "outro" e sua relação com o discurso hegemônico. Autores como Derrida, Lacan e Spivak, mencionados na pergunta da entrevista, são exemplos de pensadores que exploraram essas questões, desafiando noções fixas de identidade e cultura.

Assim, a alteridade não é apenas um tema literário, mas uma construção social e discursiva que reflete as dinâmicas de poder e exclusão presentes em diferentes contextos históricos. A abordagem de Landowski, como destacado por Paterson, oferece ferramentas valiosas para analisar essas construções, evidenciando como a literatura e a sociedade estão intrinsecamente ligadas na produção e representação do outro.

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