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Questões Sobre Vanguardas Europeias - Literatura - concurso

Questão 11

Considere o texto abaixo.

    De um modo geral, todos esses movimentos da vanguarda europeia de fins do século XIX e início do século XX
estavam sob o signo da desorganização do universo artístico de
sua época. A diferença é que uns, como o futurismo e o dadaísmo, queriam a destruição do passado e a negação total dos
valores estéticos presentes; e outros, como o expressionismo e
o cubismo, viam na destruição a possibilidade de construção de
uma nova ordem superior. No fundo eram, portanto, tendências
também organizadoras de uma nova estrutura política e social.

(TELES, Gilberto Mendonça, Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1972, p. 10)  

Os primeiros escritos com espírito de renovação produzidos por Mário de Andrade acabaram por lhe render uma
qualificação inexata: a de ser um

  • A)pintor expressionista.
  • B)pintor impressionista.
  • C)poeta futurista.
  • D)poeta cubista.
  • E)poeta simbolista.
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A alternativa correta é C)

O texto apresentado discute as diferentes correntes da vanguarda europeia no final do século XIX e início do século XX, destacando como movimentos como o futurismo, dadaísmo, expressionismo e cubismo buscavam desorganizar a ordem artística vigente para, em alguns casos, construir uma nova estrutura estética, política e social. Nesse contexto, o futurismo se caracterizava por uma postura radical de negação do passado e dos valores tradicionais, propondo uma ruptura completa com as convenções artísticas.

Mário de Andrade, um dos principais nomes do Modernismo brasileiro, foi influenciado por essas tendências europeias, especialmente em seus primeiros escritos. Sua obra inicial, marcada por um espírito de inovação e pela busca de uma linguagem artística revolucionária, aproximou-se do ideário futurista, que pregava a destruição do passado e a celebração da velocidade, da tecnologia e da modernidade. Essa afinidade com o futurismo levou-o a ser erroneamente classificado como um "poeta futurista", embora sua produção posterior tenha revelado uma síntese mais complexa de influências.

Portanto, a alternativa correta é a letra C) poeta futurista, pois reflete a percepção inicial da crítica sobre a obra de Mário de Andrade, ainda que essa classificação não abarque toda a riqueza e diversidade de sua produção literária, que transcendeu os limites de qualquer movimento específico.

Questão 12

Leia o poema transcrito abaixo.

146- VERBO CRACKAR

Eu empobreço de repente

Tu enriqueces por minha causa

Ele azula para o sertão

Nós entramos em concordata

Vós protestais por preferência

Eles escafedem a massa

Sê pirata

Sede trouxas

Abrindo o pala

Pessoal sarado

Oxalá que eu estivesse sabido que esse verbo era irregular.

ANDRADE, Oswald. Memórias sentimentais de João Miramar.

Assinale a alternativa correta.

  • A)Percebe-se que o autor elege o discurso fragmentário e telegráfico, estilo comum a muitos modernistas.
  • B)O verbo crackar é um neologismo inspirado no famoso crack, ou a falência da Bolsa de Nova York, que aconteceu em 1929.
  • C)É correto afirmar que o poema dialoga com o dadaísmo, o futurismo e o cubismo, estilos vanguardistas que eram contrários à paródia.
  • D)Uma das grandes características do texto é o discurso humorístico que se efetua principalmente nos tempos e modos verbais.
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A alternativa correta é C)

O poema "146 - VERBO CRACKAR", de Oswald de Andrade, exemplifica a vanguarda modernista brasileira ao subverter estruturas linguísticas e temáticas tradicionais. A alternativa correta, C), destaca o diálogo do texto com movimentos como o dadaísmo, o futurismo e o cubismo, correntes artísticas que buscavam romper com convenções estéticas e valorizavam a experimentação. Embora o poema apresente elementos como fragmentação e humor (característicos do Modernismo), sua essência está na conexão com essas vanguardas europeias, que influenciaram a produção de Andrade. A menção ao "verbo irregular" reforça essa ruptura, satirizando tanto a gramática quanto as normas sociais, sem, contudo, configurar-se como mera paródia – e sim como uma crítica à rigidez de sistemas estabelecidos.

Questão 13

Esses dois célebres textos modernos dialogam com um manifesto lançado no início do século XX, na Europa, por ocasião das Vanguardas Europeias:

“Existe a ordem dos colegiais infantes que saem das escolas de mãos dadas, dois a dois. Existe uma ordem nos estudantes das escolas superiores que descem uma escada de quatro em quatro degraus, chocando-se lindamente. Existe uma ordem, inda mais alta, na fúria desencadeada dos elementos.”
(ANDRADE, Mário de. Prefácio Interessantíssimo. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.)
“Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr.diretor.”
(BANDEIRA, Manuel. Poética. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.)
Levando em conta o desejo de liberdade geral (interpretada nos dois textos citados), de irreverência e de ruptura total, com a história da tradição, qual é o movimento de Vanguarda que mais defendeu esses ideais?

  • A)Futurismo.
  • B)Surrealismo.
  • C)Expressionismo.
  • D)Dadaísmo.
  • E)Cubismo.
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A alternativa correta é A)

Os trechos citados de Mário de Andrade e Manuel Bandeira exemplificam o espírito de ruptura e liberdade criativa que marcou as vanguardas artísticas do início do século XX. Ambos os textos refletem uma rejeição à tradição e ao convencionalismo, características centrais dos movimentos de vanguarda. No entanto, entre as opções apresentadas, o Futurismo (alternativa A) foi o movimento que mais radicalmente defendeu a destruição do passado e a exaltação da velocidade, da tecnologia e da irreverência.

O Futurismo, fundado por Filippo Tommaso Marinetti em 1909, pregava uma completa ruptura com a tradição artística e cultural, celebrando a modernidade, a violência e a desordem como formas de expressão. Seu manifesto inicial incitava a destruição de museus e bibliotecas, símbolos de um passado considerado obsoleto. Essa postura radicalmente iconoclasta e antiestablishment se alinha perfeitamente com o tom dos textos de Andrade e Bandeira, que também desafiam normas estéticas e sociais.

Embora outros movimentos, como o Dadaísmo e o Surrealismo, também tenham buscado a liberdade criativa e a subversão, o Futurismo foi o mais enfático na defesa da destruição total do passado e na glorificação da desordem e da irreverência como princípios artísticos. Portanto, a resposta correta é A) Futurismo.

Questão 14

O texto a seguir é um trecho de uma entrevista concedida por Janet M. Paterson à revista Aletria.

      Aletria — Vários críticos, tais como Lacan, Derrida, Levinas, Deleuze, Lévi-Strauss, Bhabha e Spivak, têm discutido a questão da alteridade e as implicações das teorizações baseadas nas percepções do outro. Quais são as bases teóricas de sua pesquisa sobre figurações da alteridade?

      Janet M. Paterson — O trabalho do sociossemioticista francês Eric Landowski forneceu o arcabouço conceitual de meu livro. Em Présences de l’Autre: essais de socio-sémiotique, Landowski estuda casos reais de alteridade em Paris, tais como os moradores de rua ou os artistas da região do Centre Pompidou. Isso lhe permitiu elaborar uma metodologia extremamente requintada e precisa que me pareceu muito útil. Mencionarei alguns de seus principais conceitos: a distinção entre diferença e alteridade (distinção que permite a Landowski conceituar alteridade); a necessidade de um grupo de referência (um grupo social dominante) para a existência de qualquer forma de alteridade; e a complexidade dos vários tipos de relações estabelecidas com o outro. Acima de tudo, eu era continuamente lembrada de que na literatura, assim como na sociedade, a alteridade é sempre uma construção.

Na teoria literária, a emergência da noção de alteridade vincula-se
teoricamente de modo mais expressivo aos textos produzidos no 

  • A)contexto da pós-modernidade.
  • B)âmbito das vanguardas históricas.
  • C)período da belle époque.
  • D)contexto da crítica marxista.
  • E)contexto pré-romântico.
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A alternativa correta é A)

O texto apresentado traz uma discussão relevante sobre a questão da alteridade, abordada por Janet M. Paterson em sua entrevista à revista Aletria. A pesquisadora destaca a influência do sociossemioticista francês Eric Landowski em seu trabalho, especialmente no que diz respeito à distinção entre diferença e alteridade, a necessidade de um grupo de referência dominante e a complexidade das relações com o outro. Esses conceitos são fundamentais para compreender como a alteridade é construída tanto na literatura quanto na sociedade.

No contexto da teoria literária, a noção de alteridade ganhou destaque especialmente no período da pós-modernidade, como indicado no gabarito correto (alternativa A). A pós-modernidade, marcada por questionamentos sobre identidade, representação e poder, trouxe à tona discussões profundas sobre o "outro" e sua relação com o discurso hegemônico. Autores como Derrida, Lacan e Spivak, mencionados na pergunta da entrevista, são exemplos de pensadores que exploraram essas questões, desafiando noções fixas de identidade e cultura.

Assim, a alteridade não é apenas um tema literário, mas uma construção social e discursiva que reflete as dinâmicas de poder e exclusão presentes em diferentes contextos históricos. A abordagem de Landowski, como destacado por Paterson, oferece ferramentas valiosas para analisar essas construções, evidenciando como a literatura e a sociedade estão intrinsecamente ligadas na produção e representação do outro.

Questão 15

“Do francês avant-garde, a palavra vanguarda significa
o que marcha na frente”. Artística ou politicamente,
vanguarda são grupos ou correntes que apresentam
uma proposta e/ou uma prática inovadora.” (Cereja &
Magalhães, 2005: 391). A este respeito, considere as
afirmativas a seguir atribuindo valores Verdadeiro (V)
ou Falso (F).
( ) No Futurismo, Marinetti lançou um Manifesto cujas
propostas eram revolucionárias. Algumas delas
são: destruição da sintaxe; abolição dos adjetivos e
advérbios; destruição do eu psicologizante.
( ) O Cubismo, embora tenha sido iniciado na pintura
com Pablo Picasso, também ocorreu na literatura,
e suas características foram a lógica, o humor,
anti-intelectualismo, simultaneidade, linguagem
predominantemente nominal.
( ) Alguns dos fundamentos do Expressionismo são: a arte
não é imitação, mas criação subjetiva, livre; a razão é
objeto de descrédito; a arte se desvincula do conceito
de belo e feio e torna-se uma forma de contestação.
( ) O movimento dadá (Dadaísmo) pretendeu ser uma
resposta à nítida decadência da civilização apresentada
pelo conflito da guerra. Disto proveio a irreverência,
o deboche, a agressividade e o ilogismo dos textos
dadaístas.
( ) No Surrealismo, duas foram as linhas de atuação: as
experiências criadoras automáticas e o imaginário
extraído do sonho. Nelas, são frequentes o ilogismo,
o sonho, a loucura, a hipnose, o humor negro, a livre
expressão dos impulsos sexuais, entre outros.
Assinale a alternativa que traga, de cima para baixo, a
sequência correta.

  • A)V; F; F; F; V; V
  • B)F; F; F; V; V; F
  • C)V; V; V; V; F; F
  • D)V; F; V; V; V; V
  • E)V; V; V; V; V; V
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A alternativa correta é D)

O conceito de vanguarda, como abordado por Cereja & Magalhães (2005), refere-se a movimentos ou grupos que se destacam por sua inovação, seja no campo artístico ou político. Analisando as afirmativas sobre os movimentos de vanguarda do século XX, podemos identificar suas características principais e atribuir os valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) a cada uma delas.

A primeira afirmativa, sobre o Futurismo e seu manifesto escrito por Marinetti, é verdadeira (V). O movimento propunha uma ruptura radical com a tradição, defendendo a destruição da sintaxe, a abolição de adjetivos e advérbios, e a rejeição do "eu" psicológico em favor de uma linguagem dinâmica e fragmentada.

A segunda afirmativa, sobre o Cubismo, é falsa (F). Embora o Cubismo tenha se manifestado na literatura, suas características não incluíam o anti-intelectualismo ou a linguagem predominantemente nominal. O Cubismo literário buscava a fragmentação da realidade e a multiplicidade de perspectivas, mas sem abandonar a lógica ou o intelectualismo.

A terceira afirmativa, sobre o Expressionismo, é verdadeira (V). O movimento rejeitava a imitação da realidade, privilegiando a expressão subjetiva e emocional. A razão era questionada, e a arte passou a ser vista como um meio de contestação, independente dos conceitos tradicionais de beleza.

A quarta afirmativa, sobre o Dadaísmo, é verdadeira (V). O movimento surgiu como uma resposta ao absurdo da Primeira Guerra Mundial, adotando uma postura de irreverência, deboche e ilogismo em suas obras, refletindo o caos da época.

A quinta afirmativa, sobre o Surrealismo, é verdadeira (V). O movimento explorava o inconsciente, os sonhos e o automatismo psíquico, resultando em obras marcadas pelo ilogismo, o humor negro e a liberação dos desejos mais profundos.

Portanto, a sequência correta é V, F, V, V, V, correspondente à alternativa D).

Questão 16

Leia as seguintes afirmações sobre as peças Hamlet, de Shakespeare, e Gota d’água, de Chico
Buarque e Paulo Pontes.

I – Hamlet e Joana caracterizam-se como heróis trágicos por sua retidão de caráter e pelo ímpeto
de decisão.

II – Os heróis são vítimas da situação corrupta em ambas as peças.

III- A presença de narradores reforça o aspecto moderno das duas tragédias.

Quais estão corretas?

  • A)Apenas I.
  • B)Apenas II.
  • C)Apenas I e III.
  • D)Apenas II e III.
  • E)I, II e III.
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A alternativa correta é B)

O ensaio a seguir analisa as afirmações sobre as peças Hamlet, de Shakespeare, e Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, confrontando-as com os elementos trágicos presentes em ambas as obras.

A primeira afirmação, que descreve Hamlet e Joana como heróis trágicos devido à sua retidão de caráter e ímpeto de decisão, apresenta uma visão parcial. Enquanto Hamlet realmente se encaixa no arquétipo do herói trágico shakespeariano, marcado por sua hesitação e conflito interno, Joana, em Gota d’água, é uma figura mais complexa, cujas ações são motivadas pela desesperança e vingança, nem sempre alinhadas a uma "retidão" clássica. Portanto, a afirmação I não é completamente precisa.

Já a segunda afirmação, que destaca os heróis como vítimas de um ambiente corrupto, é correta. Tanto Hamlet quanto Joana são personagens cujas tragédias são amplificadas pela decadência moral de seus contextos. Em Hamlet, a corrupção do reino da Dinamarca, com traições e assassinatos, molda o destino do protagonista. Em Gota d’água, Joana é esmagada pela injustiça social e pela exploração dos poderosos, reforçando a ideia de que ambos são vítimas de suas circunstâncias.

Por fim, a terceira afirmação, que menciona a presença de narradores como um traço moderno nas duas tragédias, é incorreta. Hamlet segue a estrutura clássica da tragédia elisabetana, sem a figura de um narrador explícito, enquanto Gota d’água, embora tenha elementos modernos, também não se apoia em narradores para conduzir sua trama. Assim, apenas a afirmação II está correta, confirmando a alternativa B como a resposta adequada.

Questão 17

Instrução: A questão refere-se à
peça Hamlet e a seu autor William
Shakespeare.

No bloco superior abaixo, estão listados os
nomes de algumas personagens da tragédia;
no inferior, sua função no drama.
Associe adequadamente o bloco inferior ao
superior.

1 – Cláudio

2 – Fortimbrás

3 – Horácio

4 – Polônio

5 – Laertes

( ) Príncipe da Noruega

( ) Amigo de Hamlet

( ) Irmão de Ofélia

( ) Lorde camareiro

A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é

  • A)4 – 1 – 5 – 2.
  • B)2 – 4 – 1 – 3.
  • C)2 – 3 – 5 – 4.
  • D)5 – 2 – 3 – 1.
  • E)3 – 1 – 4 – 2.
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A alternativa correta é C)

Análise das Personagens de Hamlet:

A tragédia Hamlet, escrita por William Shakespeare, apresenta personagens complexos cujas funções são essenciais para o desenvolvimento da trama. A associação correta entre os nomes e suas respectivas funções no drama é fundamental para compreender a estrutura da obra.

1. Cláudio: Irmão do rei Hamlet e tio do protagonista, Cláudio assume o trono da Dinamarca após assassinar o próprio irmão e se casar com a rainha Gertrudes. Ele é o antagonista central da peça.

2. Fortimbrás: Príncipe da Noruega, Fortimbrás é um personagem secundário que busca vingar a morte de seu pai, morto pelo rei Hamlet. Sua presença no final da peça simboliza a restauração da ordem no reino.

3. Horácio: Amigo leal de Hamlet, Horácio é a voz da razão e o único personagem que sobrevive ao desfecho trágico. Ele testemunha os eventos e é encarregado de contar a verdade sobre Hamlet após sua morte.

4. Polônio: Lorde camareiro e conselheiro do rei Cláudio, Polônio é um personagem pomposo e verboso. Pai de Laertes e Ofélia, sua morte acidental desencadeia uma série de consequências trágicas.

5. Laertes: Irmão de Ofélia e filho de Polônio, Laertes é um jovem impulsivo que busca vingança pela morte de seu pai e de sua irmã, tornando-se um instrumento do plano de Cláudio contra Hamlet.

A sequência correta que associa as personagens às suas funções é: 2 – 3 – 5 – 4, correspondente à alternativa C). Fortimbrás é o príncipe da Noruega, Horácio é o amigo de Hamlet, Laertes é o irmão de Ofélia, e Polônio é o lorde camareiro.

Questão 18

Instrução: A questão refere-se à
peça Hamlet e a seu autor William
Shakespeare.

Leia as seguintes afirmações sobre William
Shakespeare.

I – Shakespeare escreveu tragédias, comédias,
romances e poemas.

II – Shakespeare foi o principal dramaturgo
da Era Elisabetana, deixando um legado
que ultrapassa a cultura inglesa.

III- Shakespeare criou personagens que se
tornaram exemplos da psiquê humana,
como Hamlet, Rei Lear e o casal Macbeth.

Quais estão corretas?

  • A)Apenas I.
  • B)Apenas II.
  • C)Apenas I e III.
  • D)Apenas II e III.
  • E)I, II e III.
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A alternativa correta é D)

Análise das afirmações sobre William Shakespeare e sua obra Hamlet:

As três afirmações apresentadas abordam aspectos distintos da vida e da obra de William Shakespeare, um dos maiores nomes da literatura mundial. A primeira afirmação (I) menciona que Shakespeare escreveu tragédias, comédias, romances e poemas. No entanto, é importante destacar que, embora ele tenha de fato escrito tragédias, comédias e poemas, o termo "romances" não é comumente associado à sua produção literária principal, sendo mais adequado para autores de períodos posteriores. Portanto, essa afirmação contém uma imprecisão.

A segunda afirmação (II) ressalta que Shakespeare foi o principal dramaturgo da Era Elisabetana e que seu legado transcende a cultura inglesa. Essa afirmação está correta, pois sua influência se estendeu globalmente, impactando não apenas a literatura, mas também o teatro, o cinema e outras formas de arte ao longo dos séculos.

A terceira afirmação (III) destaca a criação de personagens emblemáticos, como Hamlet, Rei Lear e o casal Macbeth, que se tornaram arquétipos da psique humana. Essa afirmação também está correta, pois essas personagens são estudadas até hoje por sua complexidade psicológica e profundidade emocional.

Dessa forma, apenas as afirmações II e III estão corretas, tornando a alternativa D) a resposta adequada.

Questão 19

Como já se constatou algumas vezes, a pureza dos gêneros literários é apenas ideal e, nas
palavras de Rosenfeld (1965, p.7), “toda obra literária de certo gênero conterá, além dos traços
estilísticos mais adequados ao gênero em questão, também traços estilísticos mais típicos dos outros
gêneros. Não há poema lírico que não apresente ao menos traços narrativos ligeiros e dificilmente se
encontrará uma peça em que não haja alguns momentos épicos e líricos.”

Entendido o gênero literário mais como uma questão de predominância que de exclusividade, pode-se
dizer que o excerto das peças de Shakespeare em que mais se nota a prevalência do épico sobre o
lírico e o dramático é

  • A)“Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre Em nosso espírito sofrer pedras e setas Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, Ou insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer… dormir: não mais.”
  • B)“Duas casas, iguais em seu valor, Em Verona, que a nossa cena ostenta, Brigam de novo, com velho rancor, Pondo guerra civil em mão sangrenta. Dos fatais ventres desses dois inimigos Nasce, com má estrela, um par de amantes”
  • C)“Que não vos seja hostil o meu aspecto, Reflexo obscuro do meu sol em chamas, Vizinho junto ao que sempre vivi.”
  • D)“Passa, bruxo! Vai pegar lenha – e depressa, pois tenhoMais cargas para ti. Inda reclamas? Pois se fizeres mal, com má vontade, O que eu mandar, eu vou dar-te mais cãibras, Dores nos ossos e fazer-te urrar Tanto que os bichos vão tremer com o som.”
  • E)AMA: Senhora! JULIETA: O que é, ama? AMA: A senhora sua mãe já vem ao seu quarto. Já é dia; é melhor estar prevenida. JULIETA: Janela, que entre a luz e saia a vida! ROMEU: Adeus; um beijo mais e eu desço. (Ele desce.)
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A alternativa correta é B)

Como já se constatou algumas vezes, a pureza dos gêneros literários é apenas ideal e, nas palavras de Rosenfeld (1965, p.7), “toda obra literária de certo gênero conterá, além dos traços estilísticos mais adequados ao gênero em questão, também traços estilísticos mais típicos dos outros gêneros. Não há poema lírico que não apresente ao menos traços narrativos ligeiros e dificilmente se encontrará uma peça em que não haja alguns momentos épicos e líricos.”

Entendido o gênero literário mais como uma questão de predominância que de exclusividade, pode-se dizer que o excerto das peças de Shakespeare em que mais se nota a prevalência do épico sobre o lírico e o dramático é a alternativa B: “Duas casas, iguais em seu valor, Em Verona, que a nossa cena ostenta, Brigam de novo, com velho rancor, Pondo guerra civil em mão sangrenta. Dos fatais ventres desses dois inimigos Nasce, com má estrela, um par de amantes”. Esse trecho, retirado do prólogo de "Romeu e Julieta", apresenta características marcantes do gênero épico, como a narrativa de um conflito grandioso e a introdução de um cenário de disputa histórica, elementos que predominam sobre o lírico e o dramático nesse momento específico da obra.

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Questão 20

O poeta Bruno de Menezes (1893-1963) interpretou a cultura dos afrodescendentes na Amazônia,
seguindo propostas do Modernismo brasileiro, que se caracterizou pela liberdade criadora. Seu livro
mais famoso, Batuque (1931), agrega a possibilidade de um projeto de letramento literário que releve

  • A)as expressões rebuscadas, ainda resquícios do Parnasianismo.
  • B)os traços rítmicos afro-brasileiros e o entrosamento do popular ao erudito.
  • C)os temas do interior da região e o descompasso entre o popular e o erudito.
  • D)a cultura do branco em contraste com a dos afrodescendentes.
  • E)o choque entre a cultura do branco, a do indígena e a do afrodescendente.
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A alternativa correta é B)

O poeta Bruno de Menezes (1893-1963) foi uma figura essencial na interpretação da cultura afrodescendente na Amazônia, alinhando-se às propostas do Modernismo brasileiro, movimento marcado pela liberdade criativa e pela valorização das raízes culturais nacionais. Sua obra mais conhecida, Batuque (1931), exemplifica um projeto de letramento literário que destaca os traços rítmicos afro-brasileiros e a harmonização entre o popular e o erudito, conforme a alternativa B.

A escolha do gabarito B se justifica pela maneira como Menezes integrou elementos da cultura negra, como os ritmos e tradições, à linguagem poética, sem hierarquizar o popular em relação ao erudito. Essa abordagem reflete o espírito modernista de valorização das manifestações culturais marginalizadas, em contraste com opções como A, que menciona resquícios parnasianos, ou C, que sugere um descompasso entre popular e erudito, ideias que não correspondem à proposta do autor.

Além disso, as alternativas D e E, que abordam contrastes ou choques culturais entre brancos, indígenas e afrodescendentes, não capturam a essência de Batuque, que se concentra na afirmação da identidade negra amazônica sem estabelecer oposições diretas. Dessa forma, a resposta correta é, de fato, a letra B, que sintetiza a fusão entre tradição afro-brasileira e expressão literária refinada, característica da obra de Bruno de Menezes.

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