É prática comum no País, a cada início de ano, os alunos receberem uma lista de material escolar para serem apresentados no primeiro dia de aula, sem que se considere a possibilidade de sua aquisição pelas famílias. Em certa escola, diante do fato de que muitas famílias não providenciaram todo o material solicitado, os professores afirmaram que sem ele era impossível trabalhar! Ao aceitar de imediato a impossibilidade de interferir nas desigualdades sociais presentes na escola, o professor está, fundamentalmente,
É prática comum no País, a cada início de ano, os alunos receberem uma lista de material escolar para serem apresentados no primeiro dia de aula, sem que se considere a possibilidade de sua aquisição pelas famílias. Em certa escola, diante do fato de que muitas famílias não providenciaram todo o material solicitado, os professores afirmaram que sem ele era impossível trabalhar! Ao aceitar de imediato a impossibilidade de interferir nas desigualdades sociais presentes na escola, o professor está, fundamentalmente,
- A)defendendo seus direitos e os dos alunos, além de boas condições de ensino e aprendizagem.
- B)cobrando do poder público sua responsabilidade em prover condições materiais de estudo a todos.
- C)eximindo-se de buscar alternativas pedagógicas emergenciais e reforçando a segregação educacional.
- D)agindo de modo a despertar a consciência política dos alunos e da comunidade escolar.
- E)atento à realidade social dos alunos, que limita o alcance da escolarização.
Resposta:
A alternativa correta é C)
O cenário descrito revela uma problemática recorrente no sistema educacional brasileiro: a falta de sensibilidade diante das desigualdades sociais que permeiam a realidade escolar. A postura dos professores, ao afirmarem que sem o material solicitado é "impossível trabalhar", demonstra uma visão limitada e pouco criativa sobre o processo de ensino-aprendizagem, reforçando a segregação educacional em vez de combatê-la.
A alternativa correta (C) aponta justamente para essa falha pedagógica. Ao não buscar alternativas emergenciais ou adaptações que contemplem as condições reais dos alunos, os educadores acabam por naturalizar as desigualdades, como se fossem barreiras intransponíveis para a educação. Essa atitude, embora possa parecer uma defesa de padrões de qualidade (alternativa A), na verdade ignora o princípio fundamental da educação inclusiva.
Vale destacar que a questão não trata simplesmente de cobrar do poder público (alternativa B) - embora essa seja uma necessidade constante -, mas sim da capacidade do educador em lidar com adversidades imediatas. Da mesma forma, não se configura como uma ação conscientizadora (alternativa D), pois parte de uma premissa excludente. Apesar de reconhecer a realidade social (alternativa E), a postura descrita não busca superá-la pedagogicamente.
Portanto, a resposta correta é mesmo a C, pois evidencia como a falta de flexibilidade pedagógica pode perpetuar mecanismos de exclusão dentro da escola, em vez de promover estratégias que garantam o direito à aprendizagem para todos, independentemente de suas condições materiais.
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